Educação é prioridade [2]

O retorno

O governador Jackson Lago retorna hoje de Brasília, onde deverá ser recebido no Aeroporto Cunha Machado por uma multidão, mobilizada por partidos políticos, sindicatos e entidades sociais.Deve vir acompanhado do ex-governador José Reinaldo que foi preso pelo STJ e liberado pelo STF. Ele provou que o carro tido como presente da Construtora Galtama, foi comprada em 2006 com dinheiro declarado em 2005 ao Imposto de Renda.


A nota acima foi publicada no jornal O Imparcial (Associados - MA), em 24/05/2007, na coluna "Bastidores". Faço minhas as palavras do poeta Cassiano Ricado: Diante de coisa tão doída / conservemo-nos serenos (...)

Comecemos pelo uso do "onde", que é pronome relativo, elemento de coesão textual e de uso anafórico. Neste caso, "onde" tem como referente o termo anterior, pois é anáfora. E qual é o termo anterior? "Brasília". Assim, de acordo com o texto, o governador deverá ser recebido no "Aeroporto Cunha Machado", que fica... em "Brasília"! Quem teria feito essa mudança geográfica tão profunda? Teria sido o governador Jackson, já trabalhando exaustivamente pelo Maranhão? Além da pontuação, deficiente (não se separa sujeito e predicado por vírgula...), o redator da nota não deve ler nenhum jornal ou revista além de O Imparcial. Todos sabem que o nome da construtora ora em evidência é "Gautama", escrito com "u", pois refere-se a Sidarta Gautama, o Buda. Educação é prioridade... "Galtama"! Acho que este texto está um "polco" complicado. Outro problema: "o carro (...) foi comprada"... O verbo, no particípio, deveria concordar em gênero com o sujeito desta oração subordinada. Assim, "o carro (...) foi comprado"...

Mas, leitores deste humilde blog, PASMEM: o autor desta nota e da coluna "Bastidores", do jornal O Imparcial (MA), do condomínio Associados, é o autodefinido "jornalista" Raimundo Borges, que é, PASMEM novamente, o DIRETOR DE REDAÇÃO do periódico. Eu tenho dúvidas se ele chegou a concluir o primeiro grau. De qualquer modo, Borges, vai aqui uma mensagem de amor de todos os professores do Maranhão: nós estamos aqui! Precisa de nossa ajuda? Somos solidários! Alfabetização solidária nele, gente!

Mas, devo confessar tristemente que a nota acima reproduzida é apenas um dos exemplos traumatizantes do péssimo domínio da norma padrão que possui o "jornalista". É "jornalista"? Então se segura, mané!

Amigos, ainda há muita diversão que vai aparecer por aqui. Há ainda muitas "notas", desafinadas como essa, na minha coleção. Aliás, depois que enviei esta mensagem para muitas pessoas, inclusive o próprio gênio-autor da nota, sua coluna melhorou. É isso mesmo, contrate alguém para revisá-la, antes de levar a público seus pensamentos iluminados!