Creio que não existe nada de mais belo, de mais profundo, de mais simpático, de mais viril e de mais perfeito do que o Cristo; e eu digo a mim mesmo, com um amor cioso, que não existe e não pode existir. Mais do que isto: se alguém me provar que o Cristo está fora da verdade e que esta não se acha n'Ele, prefiro ficar com o Cristo a ficar com a verdade. (Dostoievski)

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27 de out. de 2009

eu não amo o homem sobre todas as coisas!



“Mestre, qual é o grande mandamento na lei?
E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.
Este é o primeiro e grande mandamento.
E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. 
Mateus 22:34-37

Isaías Medeiros
Muitos hoje, na tentativa de cumprir o grande mandamento da Lei e da Graça acabam por invertê-lo: “amam” mais o seu irmão do que a Deus.
O 1º Mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas. Logo, antes de amar o nosso próximo precisamos verificar se estamos amando a Deus. Toda tentativa de amar o nosso semelhante, mas que simultaneamente desrespeite a vontade de Deus, na verdade é enganosa e não passa de sentimento carnal, quando não, diabólico. Inúmeras pessoas estão “amando” o seu próximo sobre todas as coisas, e a Deus… bem, a Deus amam com o que sobra da sua “bondade” pelo homem. 
É através desta mentalidade, desta inversão da lei que se torna possível defender um pecador não arrependido, mas em pecado contínuo em nome do “amor”. Se eu realmente amo o meu irmão, o maior bem que eu posso lhe desejar é que ele esteja agradando a Deus, obedecendo a sua Palavra, e não o contrário! Se eu não desejo estar em pecado, mas sofro quando peco, então por que desejaria isso para o meu irmão? Ou eu desejo estar em pecado?
Os mandamentos em questão querem nos levar a cumprir três objetivos: 1º – amar a Deus sobre todas as coisas; 2º amar o meu próximo como a mim mesmo; 3º amar  a mim mesmo. Ocorre que, se o primeiro objetivo é deturpado, isto é, se não se ama a Deus sobre tudo, então este amor maior recai sobre o próprio homem, na forma do “próximo” e do “eu mesmo”.
Isto explica este “amor” antropocêntrico que vem sendo apregoado por tantos cristãos confusos. Eles colocam o homem no centro de tudo, ou seja, amam o homem sobre todas as coisas. Assim sendo, a vontade de Deus precisa ser reinterpretada para se encaixar neste padrão de “amor humanista superior”. O que parecer hostil ou ofensivo a este modelo deve ser eliminado, em nome do “amor”. O “outro” e o “eu”, em última análise são a mesma coisa: o próprio ser humano. Se eu “amo” mais o meu irmão do que a Deus, eu amo mais o homem do que a Deus; amo mais a criação do que o Criador.
Que Deus nos ensine a amá-lo sobre todas as coisas, e com todo o nosso coração, toda a nossa alma e toda a nossa inteligência. E a não desejar para o nosso próximo tudo aquilo que causará danos à sua alma, isto é, a amá-lo como a nós mesmos.


***


drogas: o pacto com o demônio - artigo de reinaldo azevedo




As drogas estão se tornando um flagelo no país. Sob o olhar cúmplice das autoridades brasileiras. Mais do que isso: há uma cultura de tolerância com o consumo — e, por consequência, com o tráfico. Quem cheira, mata! No Ministério da Justiça, há um estudo, que deve se converter num projeto de lei assinado por um deputado do PT, que tira da cadeia o chamado “pequeno traficante”. Um ministro de Estado, Carlos Minc, não só participou de uma tal “Marcha da Maconha” como subiu num palco e discursou em defesa da descriminação das drogas num ambiente visivelmente relaxado, descontraído… O vídeo está publicado acima. Um ministro de estado é a representação do presidente da República. Minc continuou ministro.
No Rio, fica evidente que o narcotráfico domina vastos territórios, onde a polícia não entra a não ser em operações que lembram ações de guerra. O Complexo do Alemão — que chamo “Complexo da Ideologia Alemã — não recebe a visita da Polícia há 13 meses para não atrasar as obras do PAC… O narcotráfico, como deixarei claro aqui nos próximos dias, desenvolveu até uma estética, que se confunde com uma ética, que chegou à industria do entretenimento: o funk. “O que o funk tem com isso, Reinaldo?” Ok. Tentar combater o mal exaltando os seus valores e sua visão de mundo é perda de tempo. Muitas ONGs, todo mundo sabe, mas ninguém diz, se tornaram fachadas legais do poder paralelo do tráfico. Estamos começando a colher os efeitos da incúria, da irresponsabilidade, do erro de análise e da ideologização do crime.
A droga é, sem dúvida, um flagelo. A maioria dos brasileiros acompanhou a história terrível de Bárbara, uma jovem de 18 anos, assassinada pelo namorado, Bruno Prôa, de 26, que havia acabado de consumir crack. Foi o próprio pai do rapaz, Luiz Fernando, quem chamou a polícia. Numa carta ao jornal O Globo e, ontem, no Jornal Nacional, ele reclamou da impossibilidade de se internar, contra a vontade, um viciado em drogas. A lei que força a internação existe, mas todos sabem que não é aplicada.
Jornal Nacional resolveu debater o assunto com dois especialistas: o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, considerado uma das maiores autoridades sobre o assunto no país, e Pedro Gabriel Delgado, coordenador da área de Saúde Mental do Ministério da Saúde. Basta assistir à entrevista de ambos para se constatar que Laranjeira tem razão: “Essa lei não é seguida aqui no Brasil. O sistema público de saúde não tolera esse tipo de atitude. Então acaba desassistindo uma parte da população. O crack é uma doença grave, em que é preciso uma série de recursos, inclusive a internação involuntária, em que as pessoas que não têm recursos no Brasil estão sendo privadas de receber o tratamento necessário para essa doença tão incapacitante."
O representante do Ministério da Saúde tentou contestá-lo sem sucesso e só evidenciou que é mesmo impossível internar, contra a vontade, um drogado que esteja fora do controle. Sem ter saída, o valente se aproveitou do fato de Laranjeira ser de São Paulo e fez o quê? Ora, política!!! Atacou o sistema de saúde paulista, como se isso estivesse em debate. É com gente assim que o Brasil está lidando. Isso explica por que chegamos aqui. As reportagens do Jornal Nacional estão aqui e aqui.
O país brinca com fogo. Seja num drama quase privado, uma tragédia que colhe de modo avassalador duas famílias — mas que representam milhares —, seja no episódio do abate do helicóptero e das mais de 40 mortes do Rio, estamos constatando a falência do… Não! Estamos constatando a inexistência de políticas oficiais que cuidem do assunto, que abrange, como se nota, várias áreas: da segurança pública à saúde mental. E as falácias vão se acumulando.
Imaginar que se possa combater o grande tráfico de drogas sem combater o consumo e os pequenos traficantes é dessas bobagens que vão se tornando influentes apenas porque ganham uma roupagem de “progressismo”. A tese prospera não porque comprovadamente eficiente, mas porque parece apelar a um senso de Justiça superior, que as pessoas comuns não alcançariam. Imaginar que se pode descriminar a maconha, por exemplo, mas manter na ilegalidade as demais drogas, é outra dessas vigarices influentes que adquirem ares de fina sapiência. Considerar que a política de redução danos — que levaria a um consumo mais “responsável” das drogas, com um manual de instrução — substitui a política de repressão é outra dessas vigarices que tentam ser convincentes. Lembro-me do embate aqui com um grupo que dizia defender tal procedimento no consumo de ecstasy. Raramente li tanta bobagem. Naqueles dias, o professor Laranjeira foi um dos que se colocaram ao lado deste blogueiro na censura a certas considerações que eram nada menos do que apologia das drogas — sob o pretexto de combatê-las.
Estudos demonstram, por exemplo, que boa parte dos moradores de rua de São Paulo — e isso deve ser verdade em todas as grandes cidades — são doentes mentais. Em alguns casos, a doença é efeito da droga; em outro, os males se conjugaram. Não há local para recolher e tratar essas pessoas ainda que a Prefeitura se dispusesse a tirá-las das ruas. Ao contrário: aqui em São Paulo, certa Escatologia da Libertação, cobrindo o rabo do capeta com a batina, advoga justamente o contrário: o “direito” que essas pessoas teriam de morar nas ruas. ONGs chegam ao requinte de distribuir cachimbos para o consumo de crack e um kit com seringa, água esterilizada e outros apetrechos para o uso de drogas injetáveis. Só falta fornecer mesmo a droga. A suposição, sempre, é a de que, já que o consumo é inevitável, que seja feito de maneira segura. Iniciativas como essas costumam contar com ajuda oficial.
Entenderam a perversidade da coisa? Já que o Estado brasileiro não pode estatizar a segurança e o combate às drogas, então ele, na pratica, estatiza o drogado, a doença. Não deriva o Bem do Mal. Não há hipótese. Cedo ou tarde, o que se supõe um Bem, derivado do Mal, vai cobrar o seu preço. Estamos começando a pagá-lo agora. Os anos todos de tolerância com a cultura da droga já corroeram também as instituições.
A tolerância com o estado paralelo da droga e os flertes com a sua “cultura alternativa” não poderiam dar em outra coisa. Diante do crime, há duas alternativas: combatê-lo ou fazer com ele o pacto que o demônio costuma fazer com seus eternos subordinados. O Brasil tem escolhido reiteradamente o rabudo.
Mas Dilma disse que outros bairros ainda ficarão com inveja do Complexo do Alemão, lá onde a polícia não entra e onde o presidente, FB, nem precisa de eleição.
PS: Publiquei, à época, o tal vídeo com Carlos Minc. Mas acho que ele merece circular de novo como evidência da miséria intelectual, ética e moral que tomou conta do Brasil também nessa área. Quem não entender o que isso tem a ver com o helicóptero abatido e com a tragédia da jovem Bárbara não tem o que fazer neste blog. [...].


***


MEU COMENTÁRIO: O Reinaldo Azevedo se furta, neste artigo, de falar sobre a guerra travada contra as propagandas de bebida alcóolica na TV. No entanto, na carta que escreveu a propósito do que fez Bruno Prôa, seu pai, Luiz Fernando Prôa, fala desse flagelo chamado bebida alcóolica, que entra nas casas dos brasileiros durante a programação de TV e influencia crianças, pré-adolescentes e adolescentes; que entra nas escolas, nas universidades, nas festinhas, nos acampamentos. Ora, qual é o problema? Não é uma droga "legal"? Bom, eu teria muitas considerações a fazer acerca dessa afirmação ("o álcool é 'legal'") que isenta o álcool de todo mal que ele causa, porque não é por ser "legal" que a bebida alcoólica deixa de ser a droga que mais causa dependência química no mundo - o alcoolismo. O problema é que, em geral, onde há bebida alcóolica (festas, raves, reuniões, bares da moda) há maconha, cocaína e outras drogas. No momento em que houve uma proposta para, a exemplo do que foi feito com o cigarro, banir da TV a propaganda de bebidas alcoólicas, muitos (e acho que o próprio Reinaldo Azevedo, salvo engano) se levantaram para defender a "liberdade de expressão", o "direito" que alguns têm de ver, na TV aberta, propaganda da Brahma e da Caninha 51. 

26 de out. de 2009

contra o relativismo moral


Uma relativista moral em remissão


 Norma Braga


No blog, falo aqui e ali do amorrrrr, neologismo que criei para designar essa tão popular forma de pseudo-amor que nos torna coniventes com os pecados alheios. Mas nunca contei como tive de reconhecer em mim mesma uma imensa dificuldade de posicionar-me com firmeza em situações delicadas. Bom, na verdade é mais que isso. Sempre fui uma espécie de Zelig de saias, personagem de Woody Allen que adquiria a forma e os trejeitos de todos aqueles com quem travava contato. Quando pessoas queridas se abriam comigo, eu tendia a adotar a atitude de uma compaixão derramada e informe, amalgamando-me a suas dores e vendo a vida com seus olhos. Parece bonito? Não é não: como ajudar, se não conseguia confrontar? Resultado: tempos depois, sempre me dava conta de que poderia ter ajudado aquela pessoa se tivesse norteado minhas palavras pela visão correta, biblicamente orientada. Isso acontecia tanto – e ainda acontece, infelizmente – que até já perdi a conta. Sempre me faz sofrer; porque, na maioria das vezes, um ouvido amigo é bom, mas as pessoas precisam de muito mais que isso. (Por essa razão, também, nunca fui uma boa evangelista!)



Então, confesso aqui: sou uma relativista emocional em remissão. Minha identificação sem limites com o outro me proporcionou uma capacidade de esponja: absorvo o que recebo quase sem triagem alguma, caso haja algum elo afetivo na comunicação. Isso não acontece de modo invariável, mas foi verdade em um número suficiente de vezes para que eu finalmente tivesse que reconhecer um padrão. Também acontece em leituras, motivo pelo qual sofri tanto com certos livros. 




O relativismo emocional me custou muito. Foi a porta de entrada para pecados, manipulações alheias, confusões mentais. Foi o motivo de meu silêncio bovino quando falavam mal ou de modo enviesado da fé cristã em boa parte das aulas da pós-graduação. Foi a parte mais importante do pretexto para que eu quase me desviasse para sempre, enquanto cursava o mestrado na universidade e enxergava cristianismo nas obras de certos autores da modernidade francesa. Quando "voltei" pela mão misericordiosa de Deus e vislumbrei o abismo para o qual me dirigia, declarei uma definitiva guerra ao relativismo pós-moderno. Declarei guerra ao esquerdismo também, quando percebi que era o terreno comum de onde o relativismo brotava. No início, era uma guerra silenciosa, travada em meu interior na companhia de autores conservadores. E foi na amistosa companhia de amigos também conservadores que, em uma lista de discussão, aprendi a falar pública e livremente da minha fé e das reflexões bíblicas que sempre me ocuparam. Devo muito a eles, a essa lista, ao encorajamento que recebi, para que pudesse começar a me expor com mais segurança. 


Poucos meses depois, fundei o blog e, mais fortalecida, transferi minha guerra para cá. As duas pontas se confirmavam mutuamente: no blog eu falava de minhas experiências sem contá-las, ou seja, apresentava ao leitor apenas o resultado do que tinha vivido tão dolorosamente; ao mesmo tempo, essa apresentação esclarecia melhor esses conteúdos para mim mesma, deixando mais "assentado" o que eu havia aprendido. Como afirmava Sócrates: "Uma vida não-examinada não vale a pena ser vivida." O blog passou a ser o espaço do meu reexame, em que cada preciosidade cunhada por Deus a mim, e entregue ao leitor, tinha uma longa história de busca, tristeza e quedas por trás. Um reexame que eu fazia e faço publicamente para ajudar outros, mas, em primeiro lugar, para combater todos os dias a terrível relativista que sou. É meu jugo e meu fardo, parte de minha luta cristã, que resulta nessa bênção miraculosa: ao expor minha transformação, transformo-me mais profundamente e ainda dou ensejo a que outros se transformem também, de acordo com o que tenho recebido e julgo ser da parte de Deus. Um dia eu me deterei mais longamente sobre cada uma dessas histórias. De fato, vislumbro esse encaminhamento, na medida em que tomo por voz narrativa um eu mais confessional, mais próximo ao que sou. Por enquanto, contento-me em deixar, aqui, o acabamento lisinho do que vivi. Os bastidores terão que esperar por enquanto, mas virão, porque sei que podem ser a coisa mais edificante a fazer para a igreja brasileira hoje. Não por meus próprios méritos, mas porque, como cristã convicta, eu sei o que Deus tem feito em mim, e é isso que quero contar. Para Seu louvor somente.


***


Texto de Norma Braga, publicado em seu blog: http://normabraga.blogspot.com


***


MEU COMENTÁRIO: Quero dizer que eu também sou uma relativista moral em remissão. Depois que me dei conta do vasto relativismo moral que hoje nos assoma, vi a necessidade de mudar. O pior foi ter constatado que a igreja é o maior palco desse relativismo, seja em relação ao dinheiro (e desse os esquerdistas cristãos gostam de falar, com certo ar superior), seja em relação ao comportamento sexual (e desse os direitistas cristãos gostam de falar, com ar superior) ou a outros aspectos. Tenho me deparado - e, muitas vezes, com reações bem explosivas, pois fico furiosa com o cinismo frouxo dos que proclamam a "liberdade" - com a "profundidez" dos lobos em pele de cordeiro, dos cristãos que, a pretexto de "amar" aceitam e corroboram todo lixo moral que há na sociedade, nas congregações ou fora delas, o que é condenado nas Escrituras mas visto por eles como comportamentos de menor importância diante do "amor", palavra que se perde na ressignificação dada hoje para pusilanimidade, covardia, amoralidade, imoralidade, frouxidão e tanto mais. Ser firme, hoje, condenando atitudes e palavras anticristãs, é mal visto. Seja liberal, seja libertino, ou então seja amante do dinheiro, seja da teologia da prosperidade, e você será bem visto.

23 de out. de 2009

100% do seu dinheiro são para quem?

100% do meu dinheiro são para Deus.

Ao contrário do que ouvi a minha vida inteira, esclareço que 100% do meu dinheiro são para Deus. Hoje, questiono a forma como a maioria dos pastores, nas igrejas, trata a questão do dízimo. Na verdade, nem se fala em “dar”: o verbo usado é “entregar”, já que Deus é o dono dos 10% que você apenas restitui a Ele, quando o destina à igreja.

Os pregadores dizem que 10% “do muito que Deus nos dá” devem ser para Deus. Pela lógica, os 90% que restam são para mim, e não para Deus. Se 10% são para a “obra”, então pela lógica eu, que fico com os 90% restantes, não sou obra de Deus (I Pedro 2:4)[1]. Bom, eu seria obra de quem, então?

Tudo o que Deus me dá é para Ele. 100% do que Ele me dá devem ser para honrá-lo, agradá-lo, adorá-lo e fazer com que seu nome seja louvado, inclusive por mim, quando me alimento e louvo o seu nome, ou quando pela manhã acordo e vejo que tive um teto sob o qual dormir, e então louvo também o seu nome. Diz a Bíblia que eu sou filha de Deus (I João 3:1)[2], co-herdeira de Cristo (Romanos 8:17)[3] e templo do Espírito Santo (I Coríntios 6:19)[4]. Ora, os recursos que sustentam a minha vida, que pertence a Deus (I Coríntios 6:20)[5], são também para Ele. O dinheiro que compra a minha comida, paga meu aluguel e financia minhas roupas são para sustentar o templo do Espírito.

A consciência de que 100% do que Deus me dá voltam para Ele me veio tarde demais. Durante boa parte de minha vida com Cristo, fiz uma separação, a mesma que os pastores fazem nas igrejas, e imaginei que os 10% que eram dados à instituição eram os 10% de Deus. E que o montante que era usado para manter a minha vida não eram de Deus. Eram de quem, então? Ora, quem não ajunta com Ele, espalha (Mateus 12:30)[6].

O entendimento de que 100% do que Deus me dá são para Ele só me fez ter mais responsabilidade com o que compro, com meus gastos. Porque se tudo vem dele e volta para Ele, então devo ter cuidado com o que ando comprando. Se como por glutonaria (Gálatas 5:21)[7], o dinheiro de Deus está sendo devidamente dirigido a Ele? Se compro o que não necessito, o que é supérfluo, apenas por consumismo e superficialidade, a fim de cobrir vazios que só Ele poderá de fato cobrir, então o dinheiro que deve ser para Deus não está de fato indo para Ele. Se adquiro livros, revistas, coisas que incitam ao pecado, certamente meu dinheiro não é dedicado a Deus. Se vivo em meio ao luxo e à fartura enquanto meus irmãos passam necessidade e isso não me aflige, nem me leva a compartilhar o que tenho, então meu dinheiro me cega, e não é para Deus. Se compro além do que posso pagar e vivo cheio de dívidas, angustiado e sem paz para louvar a Deus, então meu dinheiro não está de fato indo para Deus, mesmo se 10% do total vão para a igreja. 

Os 10% que são dados à igreja são também para Deus. A igreja, o templo, local onde a Igreja se reúne, precisa pagar contas de luz e água, comprar material de limpeza, pagar o salário dos pastores e demais funcionários. Os 10%, que muitos gostam de, dentro de um legalismo ainda vigente, chamar de “dízimo”, são para que o templo e suas funções regulares se mantenham. Além desses 10%, há também as ofertas, a ajuda aos necessitados (que deveria ser feita pela igreja, mas muitas vezes não é), às missões, a ajuda a irmãos e irmãs que, dentro da própria igreja, passam por dificuldades financeiras (mas, estando na igreja, não deveriam carecer do essencial, pois a direção da igreja é quem primeiro deveria lhes socorrer, o que muitas vezes não acontece) etc. 


E a igreja também não honra a Deus com o dinheiro que recebe dos membros, quando, em vez de usá-lo para financiar missões em lugares onde a palavra não chegou, ou comprar alimentos para os que passam fome, ou ajudar os membros que passam por dificuldades, investem no luxo de suas instalações, nos altíssimos salários de seus pastores, em equipamentos tecnológicos de última geração etc. Ou quando não torna pública e transparente, para todos os fieis terem acesso, a contabilidade do dinheiro que é recebido. Está o administrador (ou os administradores) dos bens da igreja, agindo assim, honrando e louvando a Deus com o dinheiro dos dízimos e ofertas? Creio que não. Então, nem sempre os 10% que são entregues à igreja são para Deus. E muitos pastores, fazendo mau uso do dinheiro dos dízimos e das ofertas, continuam a insistir, nos púlpitos, e amedrontam o povo de Deus com o uso do trecho do livro do profeta Malaquias, capítulo 3, e de seu legalismo que não mais pode aprisionar os que foram libertos pelo sangue de Cristo e vivem sob a Graça de Deus (Gálatas 5:13)[8].

Muitas vezes, precisamos entender o que agrada realmente a Deus, antes de, mecanicamente, afirmar que isso ou aquilo são de Deus ou para Deus. O que agrada a Deus? Misericórdia, e não sacrifício. Não é à toa que Jesus jamais tenha ordenado o dízimo, mas o amor, a justiça, a misericórdia, a bondade. E quando Jesus falou das ofertas, observou não o valor dado, mas o coração de quem dava (Marcos 12:41-44)[9] Qual é o fruto do seu espírito? O fruto do Espírito de Deus é misericórdia, fé, amor, justiça, paz, equidade, santidade, fraternidade (Gálatas 5:22-23)... Contra essas coisas, não há Lei[10].


[1] Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.
[2] Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso o mundo não nos conhece; porque não o conhece a ele.
[3] E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.
[4] Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?
[5] Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.
[6] Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha.
[7] Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.
 [8] Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor.
[9] E, estando Jesus assentado defronte da arca do tesouro, observava a maneira como a multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro; e muitos ricos deitavam muito. Vindo, porém, uma pobre viúva, deitou duas pequenas moedas, que valiam meio centavo. E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do tesouro; porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento.
[10] Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei.

o evangelho da prosperidade: é isso, o sal da terra?

Trecho de pregação do pastor John Piper - uma voz lúcida neste grande balcão de negócios em que têm se transformado as igrejas no contexto protestante ocidental, hoje. Vale a pena gastar quatro minutos de seu tempo e ouvir... Seja abençoado e instruído. :)

19 de out. de 2009

be courageous, president barack obama

Neste vídeo curto, o pastor John Piper se contrapõe vigorosamente à política pró-aborto de Barack Obama. Vale lembrar que o governo de Obama financia entidades que promovem o aborto fora dos Estados Unidos, e financia, com dinheiro público, ONGs que fazem trabalhos "preventivos", inclusive com a pílula abortiva do "dia seguinte". Assim como Lula, "o cara", Obama, "o grande promotor da paz", é a favor do aborto, do assassinato, no ventre de suas mães, de crianças que não têm sequer como gritar ou se defender. Mais ainda: Dilma, a candidata recebida com um "amém" pelo sr. José Wellington Bezerra na Assembleia de Deus de Belenzinho (São Paulo-SP), é também favorável ao aborto, uma monstruosidade sem tamanho que fere diretamente a vida e os mais básicos princípios bíblicos. Infelizmente, o vídeo não está legendado. Mais uma coisa: tinha que ter um John Piper no Brasil. Ontem à noite , antes de dormir, estava lendo sobre a vida de John Wesley. Não há mais Wesleys, não há mais Luteros. A igreja hoje é um grande shopping center.


18 de out. de 2009

o louvor a EU

O artigo da Bráulia Ribeiro em Eclésia n. 137 está bem interessante. Eu diria, aliás, que são dois textos em um: Ela conta uma história e, depois, usa um gancho para falar a respeito do "louvor", essa "parte" do culto em todas as igrejas que, muitas vezes, não tem de fato louvado a Deus. Gostei muito do que ela escreveu na segunda parte do texto, e vou transcrever aqui exatamente esse trecho. Mais uma vez trago à tona o fato de que Deus deve estar no centro, e não nós, ou nossos ideais, ou o mundo material, ou nossa necessidade, nossa alegria, nosso clamor ou tudo o que é "nosso". Cantamos louvores onde só ELE aparece? Onde só seu nome é dito? Cantamos louvores que nos diminuem de fato e façam Deus existir em nós? Que ressaltam nossa comunhão com o próximo por meio dele? Isso tem fugido à vista, tem saído de nossas vidas, e temos sido distraídos por tantas coisas, na igreja, que o verdadeiro sentido de servir a Deus se dilui em tudo o mais que é periférico, inclusive na hora do "louvor". Outro dia ouvi, dentro de uma igreja, uma jovem cuja voz, afinada e suave, se desdobrava em trinados a fim de cantar "Que sejas MEU universo... E aí a música desanda a falar de EU em primeiro lugar, e depois EU, em segundo, e EU, em terceiro... E Deus, como coadjuvante dos sentimentos que o compositor expressa, aparece como uma escada que o leva a um êxtase supremo, cheio de imagens poéticas: "dilúvio de bênçãos" que saem da MINHA boca, a "luz em MINHA janela", "cada sonho que há em MIM", e por final o "MEU universo", no centro da canção e Deus lá, meu serviçal, ator coadjuvante, preenchendo a vaguinha no MEU universo... A letra da música é poética, não é feia, a melodia não é feia, mas devemos dizer a verdade: o centro da letra é o autor, é quem escreveu, quem canta, quem "faz" o louvor, e não Deus. Os MEUS e EUS estão marcados em vermelho: 


Que sejas meu universo
[Eu] Não quero dar-te só um pouco do
meu tempo
[Eu] Não quero dar-te um dia apenas da [minha] semana

Que sejas
meu universo
[Eu] Não quero dar-te as [minhas] palavras como gotas
[Eu] Quero que saia um dilúvio de bençãos da
minha boca

Que sejas
meu universo
Que sejas tudo o que [
eu] sinto e o que [eu] penso
Que de manhã seja o [
meu] primeiro pensamento
E a luz em
minha janela

Que sejas
meu universo
Que enchas cada um dos
meus pensamentos
Que a tua presença e o teu poder sejam [
meu] alimento
Jesus este é o
meu desejo

Que sejas
meu universo
[Eu] Não quero dar-te só uma parte dos
meus anos
[Eu] Te quero dono do
meu tempo e dos meus planos

Que sejas
meu universo
[Eu] Não quero a
minha vontade
[Eu] Quero agradar-te
E cada sonho que há em
mim [eu] quero entregar-te



Composição: JESUS A. ROMERO / VERSÃO: PG


Jesus' pantyfans
Bráulia Ribeiro


Já faz um tempo que briguei com as reuniões de adoração evangélicas. Me sento em protesto nauseado todas as vezes que as músicas desfilam um corolário interminável de "Eus" e "Meus". Fiz uma análise textual das "dez mais" da adoração aqui na base das igrejas que visitamos, provando gramaticalmente, semanticamente, sem sombra de dúvidas (penso eu) que o centro gravitacional de todas elas é sempre EU e nunca Deus, apesar de parecerem tão piedosas. Mostrei (também penso eu) de maneira inequívoca que a divindade adorada por estas canções pseudo-evangélicas não é o Senhor dos Exércitos, mas um deus subserviente cuja única preocupação real é deixar o adorador feliz, realizado, num estado de êxtase orgásmico. Nada mais. Este deus não lhe requer nada, não lhe diz nada, não chama o adorador para fora de seu Eu-narcísico. Não lhe  mostra o pobre, a guerra, a dor, o amor do outro. Se contenta em acalentar-lhe o ego e se sente apaziguado quando ouve repetidas vezes elogios pobres à sua capacidade infinita de tornar o adorador indiferente e feliz.


Somos o que cremos, somos o que cantamos também. Se cantamos só a nós, mergulhamos em nada além de nós. Ao invés de seguidores de Jesus hoje somos Jesus' pantyfans, verbete internético não pejorativo que se refere a fãs que jogam calcinhas em palcos. Somos 'adoradores' ousados, exagerados, aparentemente por Jesus, mas no fundo em busca apenas do êxtase individual nada mais. Cantamos até atingirmos o nirvana evangélico do nada além de meu budista, gordo e satisfeito.


***


Trecho de texto de Bráulia Ribeiro, publicado na revista Eclésia n. 137, p. 52-53. Bráulia Ribeiro é missionária da Jocum na Amazônia.


***


Sobre o louvor antropocêntrico e descartável do qual Bráulia Ribeiro fala em seu texto, e que é praticado em muitas igrejas hoje, leia também os ótimos artigos:

16 de out. de 2009

dois blogs

Olá, amigos,


A Norma Braga se mudou para o interior de São Paulo e está feliz da vida com seus dois felinos e a calma interiorana, longe da agitação Niterói-Rio. Nesta semana, fui ao Blog da Norma, que leva seu nome - Norma Braga - e fui indexicalizada (não me perguntem de onde tirei essa palavra...) para seu outro blog, que é um diário de leitura. Norma é conservadora, calvinista, professora e tradutora de francês e doutora em Letras. Conclusão: publica textos interessantes, não deixem de visitar os sites. Não poderia deixar aqui de dar a dica, e seguem abaixo os links para os blogs Norma Braga e Tamos lendo:

12 de out. de 2009

dízimo: lei ou graça?






DÍZIMO: CONTRIBUIÇÃO DA LEI OU DA GRAÇA?
Estudo de Luciana R. A. Viana
Revisão: Mayalu Felix

Para que, no caso de eu tardar, saibas como se deve proceder na casa de Deus, a qual é a igreja do Deus vivo, coluna e esteio da verdade.  (I Timóteo 3:15)

O objetivo deste estudo não é o de se contrapor ao dízimo, mas esclarecer a verdade sobre a forma certa de como contribuir pela graça, não por coação psicológica e doutrinária, utilizada por muitos líderes de igrejas através de versículos da lei judaica, mas sim contribuir sem constrangimento, como exposto em II Coríntios 9:7.
O cristão não é obrigado a dar o dízimo, nem por medo do “devorador” (Malaquias 3:11) ou de ser amaldiçoado, porque o dízimo é um mandamento da lei judaica. Além disso, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo e Ele já nos abençoou com todas as bênçãos nas regiões celestiais (Romanos 8:1 e Efésios 1:3). Nem rouba a Deus o cristão que não dá o dízimo... Não temos o direito de chamar de ladrão a quem Jesus libertou; se ele contribui com 0% ou 100% essa é uma atitude pessoal, ele é livre para decidir. Jesus condenou a atitude dos judeus escribas e fariseus que dizimavam até o cominho e não ofertavam o seu amor ao próximo (Mateus 23:23). Infelizmente, muitos cristãos têm repetido essa mesma atitude.
Não há um só versículo no Novo Testamento que registre a obrigatoriedade de o cristão dizimar.
Por outro lado, se o cristão deixa de contribuir ou diminui sua contribuição, porque descobre que não é obrigado, está agindo de má fé para com Deus, como fizeram Ananias e Safira. Ele deve contribuir sim, e feliz, porque sabe que pode fazê-lo por amor a Deus e não por imposição de homens, e segundo o que propuser em seu coração. Toda a contribuição para a Igreja era feita unicamente por meio de ofertas e partilha de bens. Nós, cristãos, devemos ter o cuidado de não ficarmos como passarinho no ninho: obrigados a engolir o que colocam na nossa boca.
Pela Lei, o dízimo era destinado à tribo levítica, aos sacerdotes dessa tribo.
Eles recebiam e se mantinham dos dízimos, porque não tinham herança e cuidavam do Templo de Deus, a Casa do Senhor, para onde os dízimos eram levados (Números 18:21/30). O Templo foi destruído e não existem mais os sacerdotes levitas. Pela Graça, a instituição do dízimo é ilegal e sem respaldo bíblico, porque todos nós somos sacerdotes de Cristo (Apocalipse 1:6) e não há mais necessidade dessa tribo sacerdotal. O dízimo foi estabelecido para os judeus, não para a Igreja de Jesus Cristo (Hebreus 7:5).
Devemos compreender a diferença entre contribuir em LEI e o contribuir em GRAÇA, para não ficarmos debaixo de maldição, e obrigados a guardar toda a Lei, se escolhermos seguir um mandamento dela – como disse o apóstolo Paulo em Gálatas 5:3/4pois quem cumpre um mandamento da Lei é obrigado a guardar toda a Lei.
Somos servos do Senhor Jesus, não escravos de homens: I Coríntios 7:23 e Gálatas 5:1, e foi para a liberdade que Ele nos chamou.
Na LEI, o dízimo era a causa principal da bênção do povo judeu e a bênção era consequência deste DÍZIMO (Malaquias 3:10). A maneira certa do povo judeu contribuir na LEI era dando o dízimo para ser abençoado.
Na GRAÇA, o Sacrifício de Cristo é a causa principal da bênção do povo cristão.
Paulo, em Efésios 1:3, afirma que Deus nos abençoou “EM CRISTO”, não “EM DÍZIMO”. Por este motivo, a maneira correta do povo cristão contribuir em GRAÇA é no uso de II Coríntios 9:7, porque abençoados já somos.
Em vez de incentivar os cristãos, com amor, a contribuírem na casa de Deus, muitas autoridades dizem que não o obrigam o pagamento do dízimo mas usam textos do Antigo Testamento, como: "repreenderei o devorador" e "roubais ao Senhor nos dízimos...", que produzem temor nas pessoas e medo de maldição, porque tais autoridades dependem de altos salários pagos pelas igrejas ou têm receio de que a obra do Senhor seja prejudicada se não houver imposição ou, por despreparo, repetem os erros dos outros líderes, a todos faltando fé suficiente de que Deus prosperará a igreja mediante a contribuição espontânea dos irmãos, como ocorria na igreja primitiva. O resultado disso tudo é o engano, o desvio da Verdade.
Cristo não colocou “VINHO NOVO” (A GRAÇA) em “ODRES VELHOS” (A LEI), segundo Marcos 2:22.
Jesus estabeleceu tudo novo e jogou fora o que era velho (Gálatas 4:30 e Hebreus 8:13). Não podemos fazer do cristianismo uma seita judaica, como Paulo afirma em Gálatas 2:14. Toda essa confusão sobre o dízimo seria erradicada do nosso meio se nos empenhássemos mais em conhecer profundamente a Palavra, sermos adultos na fé e não meninos. Se quisermos nos aprofundar na Palavra, devemos confrontar sempre o que as pessoas ensinam com o que a Bíblia realmente diz (I João 2:27), fazendo como os crentes de Beréia.

Origens do dízimo

DÍZIMO é um preceito da LEI de Moisés (Números 18:24), embora Abraão tenha dizimado antes da Lei, no lugar do número dos sacerdotes, os quais se encontravam nos seus lombos. (Hebreus 7:9/10). O Dízimo passou a ser um pacto (Deuteronômio 12:6/17), um contrato entre Deus e os israelitas (Deuteronômio 14:22/28). Todavia, nem os gentios, e nenhum representante da Igreja de Cristo estavam lá para ouvir este pacto, ficando, assim, a Igreja atualmente comprometida com o dízimo. Porém, como Jesus cumpriu toda a lei (Romanos 10:4), ao estabelecer uma Novo Testamento (Hebreus 8:13), nem mesmo o judeu tem qualquer compromisso com a observância do dízimo, uma vez convertido a Cristo.
DISPENSAÇÃO: É um período em que o homem é provado na sua obediência a certa revelação da vontade de Deus. Encontra-se três vezes no Novo Testamento, em Efésios 1:10, Efésios 3:2 e Colossenses 1:25.
POVOS nas Escrituras Sagradas: judeus, gentios e Igreja (judeus + gentios).
O DÍZIMO surgiu na dispensação da Promessa, de Abraão até Moisés. Deus estava para estabelecer o número de sacerdotes (10% da tribo de Levi). Na dispensação da Lei, dentre os filhos de Levi que já se encontravam nos lombos (no corpo) de Abraão, seriam seus descendentes (Hebreus 7:9/10) com a finalidade de ministrarem no Templo onde passariam a habitar. Esse foi o principal motivo pelo qual o Espírito inspirou Abraão a pagar a Melquisedeque o dízimo (Hebreus 7:4) referente a 10% dos sacerdotes da tribo de Levi que estavam nos seus lombos. Quando o dízimo foi instituído na Lei, os levitas ficaram isentos de pagá-lo, como diz o texto: ...Levi, que recebe dízimos, pagou-os na pessoa de Abraão. (Hebreus 7:5/9).
Os levitas ficaram isentos porque o dízimo deles foi pago na pessoa de Abraão a Melquisedeque, que era a figura do sacerdócio eterno de Cristo. Os sacerdotes levitas foram os únicos autorizados por Deus, aqui na terra, segundo as Escrituras, a receberem dízimo (II Crónicas 31:5/6, II Crónicas 31:12, Neemias 10:37 e Neemias 12:44), não o atual sistema eclesiástico.
Muitos irmãos indagam: “Mas porque Deus tem me abençoado, depois que tenho dado o dízimo?”
Ora, se a Palavra diz que Deus é misericordioso até com os maus (Mateus 5:45), quanto mais com um filho seu, que é generoso para contribuir na Obra do Senhor, mesmo que não tenha conhecimento real da profundidade desta contribuição. Sendo o seu coração sincero diante de Deus, Deus o fará prosperar, independentemente do que ele oferta ou do que vota. Deus está mais interessado na misericórdia dos nossos corações que nos sacrifícios de nossas mãos, como dito em Mateus 9:13.
Foi extinto o sacerdócio levítico, que era da Lei, para que um outro sacerdócio fosse levantado, segundo a Graça, Eterno (Hebreus 7:11/12). Somos livres em tudo, inclusive na forma de contribuir. Não há limite de contribuição. O valor é segundo o que cada um propõe no seu coração, 0% ou 100%. A obrigação do dízimo não mais existe. Dízimo é um preceito da Lei judaica (II Coríntios 9:7)!
Como contribuir? Em Lei ou em Graça?
Para você entender melhor, usamos o seguinte exemplo:
O Adultério
Na Lei: Para não adulterar, o meio utilizado foi o apedrejamento (Levítico 20:10).
Na Graça: Para não adulterar, o meio utilizado foi o amor a Cristo (II Coríntios 5:14).  
Contribuição
Na Lei: Para contribuir, o meio utilizado foi o medo do devorador (Malaquias 3:10/11).
Na Graça: Para contribuir, o meio utilizado é o amor a Cristo (II Coríntios 9:7).
No Adultério e na Contribuição, mudou o meio, mas o objetivo foi o mesmo: não adulterar e sempre contribuir.
É isto que Deus quer revelar à sua Igreja. Você vive debaixo da GRAÇA e não debaixo da LEI. Porque quando se faz uso da Lei estando em Graça, para alcançar certo objetivo, mesmo que certo, embora o meio utilizado seja errado, o resultado é a separação de Cristo e o cair da Graça. Sendo assim, a pessoa é obrigada a cumprir toda a lei, como nos afirma o Espírito Santo através de Paulo em Gálatas 5:3/4. É por este motivo que se torna um erro gravíssimo o uso de Malaquias 3:10 em plena GRAÇA em que vivemos. Neste sentido, Malaquias 3:10 tornou-se, no meio evangélico, “o pezinho de coelho”, a “ferradura da sorte” para muita gente, principalmente para os que, no sistema religioso atual, não consegue viver por fé, porque a fé não é de todos (II Tessalonicenses 3:2), é só dos eleitos de Deus (Tito 1:1). Infelizmente, muitos se comportam como aqueles que queriam atirar a primeira pedra na mulher adúltera. Provavelmente, se Jesus estivesse aqui diriam: “Mestre, este irmão ou irmã foi apanhado(a) em flagrante roubo, não tem dado o dízimo, vive roubando a Deus... Malaquias 3:10 diz que tais sejam entregues ao devorador e que Deus não deve abrir as janelas dos céus para abençoá-las. Tu, pois o que dizes?” Creio que Jesus daria esta resposta: “O que você tem a ver com isso?”. Assim como ninguém vive perguntando se você é adúltero, também não deve viver perguntando se você é dizimista. Muitos chegam até ao absurdo a constranger o irmão ou irmã, expondo-o à vergonha de ter o seu nome numa relação de não dizimistas pregada na porta da igreja, quando não lhe tiram o ministério ou o discriminam. Entretanto, quando é um(a) irmão(ã) que dá um dízimo elevado, este, muitas vezes, é o mais honrado na igreja.
Notemos que o que Deus que fala em Malaquias 3:10 é o mesmo que diz em Malaquias 2:16: “... Pois eu detesto o divórcio, diz o Senhor Deus de Israel...” e quase não ouvimos falar deste assunto nas igrejas. Repetimos: não se faz, aqui, apologia à AVAREZA, porque isso não é de Deus e os avarentos, diz a Bíblia, não herdarão o Seu Reino. Podemos dar até tudo o que temos, por amor ao Senhor, e isso alegra o coração de Deus como alegrou o coração de Jesus observar a viúva pobre que deu tudo o que tinha. O que é errado é a forma escandalosa e nada cristã relativa às contribuições. O crente em Jesus dá com alegria e amor, e até mais de 10%, se puder.
Em Mateus 23:23 Jesus fala para os fariseus daquela época, não para a igreja, que até então não havia sido totalmente formada com fundamentos da Graça, pois o ministério de Cristo não havia ainda sido consumado (o véu do templo não havia sido rasgado), tanto que Jesus ordenou ao homem que era leproso a apresentar-se ao sacerdote e fazer oferta pela purificação, conforme a Lei (Lucas 5:14).
Os conservadores do dízimo ainda dizem: O DÍZIMO é uma tradição que devemos manter para não transgredir. O mesmo argumento utilizaram para Jesus em relação ao Sábado (Marcos 2:24) e ao lavar as mãos antes de comer (Mateus 15:2). Porque o Sábado fazia parte da Torá (lei judaica) e o lavar as mãos fazia parte da Halaká (comportamento judaico). Veja o que o dinheiro faz, a ponto de esquecerem que, tanto o Dízimo como o Sábado e o lavar as mãos eram tradições judaicas e não gentílicas. O DÍZIMO passou a ser a única tradição judaica que o Sistema Religioso vem mantendo até hoje no seio da Igreja gentílica. Não é um absurdo???
Fazem uma lavagem cerebral religiosa porque o dízimo é a galinha dos ovos de ouro para muitos: é a única tradição que traz estabilidade financeira, mas não para Deus, porque Ele de nada necessita, pois é o dono de todas as coisas. Deus tampouco é servido por mãos humanas (Atos 17:25).
Infelizmente, muitas igrejas têm se tornado bem parecidas com a Antiga Igreja Romana, que usava as indulgências como fonte de lucro, induzindo os fiéis a contribuírem por medo da maldição, a comprarem sua salvação do Inferno e do Purgatório. Se um crente amaldiçoado pelo falta do seu dízimo é ladrão, como pode estar liberto? Isto nos faz julgar o irmão e afirmar que o sacrifício de Cristo não foi suficiente na sua vida, como faz a Igreja Romana.
Pare !... Confira na Palavra e reflita sobre tudo o que foi escrito aqui, Não permaneça debaixo da Lei, mas, se dizimar, faça-o com uma consciência liberta, mesmo que preguem ou façam o contrário.
A Verdade deve sempre prevalecer, como disse o apóstolo Paulo: “Tornei-me acaso vosso inimigo, porque vos disse a verdade?” (Gálatas 4:16Romanos 7:4, Gálatas 5:1).


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