DÍZIMO: CONTRIBUIÇÃO DA LEI OU DA GRAÇA?
Estudo de Luciana R. A. Viana
Publicado em http://www.estudos-biblicos.com/
Revisão: Mayalu Felix
Para que, no caso de eu tardar, saibas como se deve proceder na casa de Deus, a qual é a igreja do Deus vivo, coluna e esteio da verdade. (I Timóteo 3:15)
O objetivo deste estudo não é o de se contrapor ao dízimo, mas esclarecer a verdade sobre a forma certa de como contribuir pela graça, não por coação psicológica e doutrinária, utilizada por muitos líderes de igrejas através de versículos da lei judaica, mas sim contribuir sem constrangimento, como exposto em II Coríntios 9:7.
O cristão não é obrigado a dar o dízimo, nem por medo do “devorador” (Malaquias 3:11) ou de ser amaldiçoado, porque o dízimo é um mandamento da lei judaica. Além disso, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo e Ele já nos abençoou com todas as bênçãos nas regiões celestiais (Romanos 8:1 e Efésios 1:3). Nem rouba a Deus o cristão que não dá o dízimo... Não temos o direito de chamar de ladrão a quem Jesus libertou; se ele contribui com 0% ou 100% essa é uma atitude pessoal, ele é livre para decidir. Jesus condenou a atitude dos judeus escribas e fariseus que dizimavam até o cominho e não ofertavam o seu amor ao próximo (Mateus 23:23). Infelizmente, muitos cristãos têm repetido essa mesma atitude.
Não há um só versículo no Novo Testamento que registre a obrigatoriedade de o cristão dizimar.
Por outro lado, se o cristão deixa de contribuir ou diminui sua contribuição, porque descobre que não é obrigado, está agindo de má fé para com Deus, como fizeram Ananias e Safira. Ele deve contribuir sim, e feliz, porque sabe que pode fazê-lo por amor a Deus e não por imposição de homens, e segundo o que propuser em seu coração. Toda a contribuição para a Igreja era feita unicamente por meio de ofertas e partilha de bens. Nós, cristãos, devemos ter o cuidado de não ficarmos como passarinho no ninho: obrigados a engolir o que colocam na nossa boca.
Pela Lei, o dízimo era destinado à tribo levítica, aos sacerdotes dessa tribo.
Eles recebiam e se mantinham dos dízimos, porque não tinham herança e cuidavam do Templo de Deus, a Casa do Senhor, para onde os dízimos eram levados (Números 18:21/30). O Templo foi destruído e não existem mais os sacerdotes levitas. Pela Graça, a instituição do dízimo é ilegal e sem respaldo bíblico, porque todos nós somos sacerdotes de Cristo (Apocalipse 1:6) e não há mais necessidade dessa tribo sacerdotal. O dízimo foi estabelecido para os judeus, não para a Igreja de Jesus Cristo (Hebreus 7:5).
Devemos compreender a diferença entre contribuir em LEI e o contribuir em GRAÇA, para não ficarmos debaixo de maldição, e obrigados a guardar toda a Lei, se escolhermos seguir um mandamento dela – como disse o apóstolo Paulo em Gálatas 5:3/4 – pois quem cumpre um mandamento da Lei é obrigado a guardar toda a Lei.
Somos servos do Senhor Jesus, não escravos de homens: I Coríntios 7:23 e Gálatas 5:1, e foi para a liberdade que Ele nos chamou.
Na LEI, o dízimo era a causa principal da bênção do povo judeu e a bênção era consequência deste DÍZIMO (Malaquias 3:10). A maneira certa do povo judeu contribuir na LEI era dando o dízimo para ser abençoado.
Na GRAÇA, o Sacrifício de Cristo é a causa principal da bênção do povo cristão.
Paulo, em Efésios 1:3, afirma que Deus nos abençoou “EM CRISTO”, não “EM DÍZIMO”. Por este motivo, a maneira correta do povo cristão contribuir em GRAÇA é no uso de II Coríntios 9:7, porque abençoados já somos.
Em vez de incentivar os cristãos, com amor, a contribuírem na casa de Deus, muitas autoridades dizem que não o obrigam o pagamento do dízimo mas usam textos do Antigo Testamento, como: "repreenderei o devorador" e "roubais ao Senhor nos dízimos...", que produzem temor nas pessoas e medo de maldição, porque tais autoridades dependem de altos salários pagos pelas igrejas ou têm receio de que a obra do Senhor seja prejudicada se não houver imposição ou, por despreparo, repetem os erros dos outros líderes, a todos faltando fé suficiente de que Deus prosperará a igreja mediante a contribuição espontânea dos irmãos, como ocorria na igreja primitiva. O resultado disso tudo é o engano, o desvio da Verdade.
Cristo não colocou “VINHO NOVO” (A GRAÇA) em “ODRES VELHOS” (A LEI), segundo Marcos 2:22.
Jesus estabeleceu tudo novo e jogou fora o que era velho (Gálatas 4:30 e Hebreus 8:13). Não podemos fazer do cristianismo uma seita judaica, como Paulo afirma em Gálatas 2:14. Toda essa confusão sobre o dízimo seria erradicada do nosso meio se nos empenhássemos mais em conhecer profundamente a Palavra, sermos adultos na fé e não meninos. Se quisermos nos aprofundar na Palavra, devemos confrontar sempre o que as pessoas ensinam com o que a Bíblia realmente diz (I João 2:27), fazendo como os crentes de Beréia.
Origens do dízimo
DÍZIMO é um preceito da LEI de Moisés (Números 18:24), embora Abraão tenha dizimado antes da Lei, no lugar do número dos sacerdotes, os quais se encontravam nos seus lombos. (Hebreus 7:9/10). O Dízimo passou a ser um pacto (Deuteronômio 12:6/17), um contrato entre Deus e os israelitas (Deuteronômio 14:22/28). Todavia, nem os gentios, e nenhum representante da Igreja de Cristo estavam lá para ouvir este pacto, ficando, assim, a Igreja atualmente comprometida com o dízimo. Porém, como Jesus cumpriu toda a lei (Romanos 10:4), ao estabelecer uma Novo Testamento (Hebreus 8:13), nem mesmo o judeu tem qualquer compromisso com a observância do dízimo, uma vez convertido a Cristo.
DISPENSAÇÃO: É um período em que o homem é provado na sua obediência a certa revelação da vontade de Deus. Encontra-se três vezes no Novo Testamento, em Efésios 1:10, Efésios 3:2 e Colossenses 1:25.
POVOS nas Escrituras Sagradas: judeus, gentios e Igreja (judeus + gentios).
O DÍZIMO surgiu na dispensação da Promessa, de Abraão até Moisés. Deus estava para estabelecer o número de sacerdotes (10% da tribo de Levi). Na dispensação da Lei, dentre os filhos de Levi que já se encontravam nos lombos (no corpo) de Abraão, seriam seus descendentes (Hebreus 7:9/10) com a finalidade de ministrarem no Templo onde passariam a habitar. Esse foi o principal motivo pelo qual o Espírito inspirou Abraão a pagar a Melquisedeque o dízimo (Hebreus 7:4) referente a 10% dos sacerdotes da tribo de Levi que estavam nos seus lombos. Quando o dízimo foi instituído na Lei, os levitas ficaram isentos de pagá-lo, como diz o texto: ...Levi, que recebe dízimos, pagou-os na pessoa de Abraão. (Hebreus 7:5/9).
Os levitas ficaram isentos porque o dízimo deles foi pago na pessoa de Abraão a Melquisedeque, que era a figura do sacerdócio eterno de Cristo. Os sacerdotes levitas foram os únicos autorizados por Deus, aqui na terra, segundo as Escrituras, a receberem dízimo (II Crónicas 31:5/6, II Crónicas 31:12, Neemias 10:37 e Neemias 12:44), não o atual sistema eclesiástico.
Muitos irmãos indagam: “Mas porque Deus tem me abençoado, depois que tenho dado o dízimo?”
Ora, se a Palavra diz que Deus é misericordioso até com os maus (Mateus 5:45), quanto mais com um filho seu, que é generoso para contribuir na Obra do Senhor, mesmo que não tenha conhecimento real da profundidade desta contribuição. Sendo o seu coração sincero diante de Deus, Deus o fará prosperar, independentemente do que ele oferta ou do que vota. Deus está mais interessado na misericórdia dos nossos corações que nos sacrifícios de nossas mãos, como dito em Mateus 9:13.
Foi extinto o sacerdócio levítico, que era da Lei, para que um outro sacerdócio fosse levantado, segundo a Graça, Eterno (Hebreus 7:11/12). Somos livres em tudo, inclusive na forma de contribuir. Não há limite de contribuição. O valor é segundo o que cada um propõe no seu coração, 0% ou 100%. A obrigação do dízimo não mais existe. Dízimo é um preceito da Lei judaica (II Coríntios 9:7)!
Como contribuir? Em Lei ou em Graça?
Para você entender melhor, usamos o seguinte exemplo:
O Adultério
Na Lei: Para não adulterar, o meio utilizado foi o apedrejamento (Levítico 20:10).
Na Graça: Para não adulterar, o meio utilizado foi o amor a Cristo (II Coríntios 5:14).
Contribuição
Na Lei: Para contribuir, o meio utilizado foi o medo do devorador (Malaquias 3:10/11).
Na Graça: Para contribuir, o meio utilizado é o amor a Cristo (II Coríntios 9:7).
No Adultério e na Contribuição, mudou o meio, mas o objetivo foi o mesmo: não adulterar e sempre contribuir.
É isto que Deus quer revelar à sua Igreja. Você vive debaixo da GRAÇA e não debaixo da LEI. Porque quando se faz uso da Lei estando em Graça, para alcançar certo objetivo, mesmo que certo, embora o meio utilizado seja errado, o resultado é a separação de Cristo e o cair da Graça. Sendo assim, a pessoa é obrigada a cumprir toda a lei, como nos afirma o Espírito Santo através de Paulo em Gálatas 5:3/4. É por este motivo que se torna um erro gravíssimo o uso de Malaquias 3:10 em plena GRAÇA em que vivemos. Neste sentido, Malaquias 3:10 tornou-se, no meio evangélico, “o pezinho de coelho”, a “ferradura da sorte” para muita gente, principalmente para os que, no sistema religioso atual, não consegue viver por fé, porque a fé não é de todos (II Tessalonicenses 3:2), é só dos eleitos de Deus (Tito 1:1). Infelizmente, muitos se comportam como aqueles que queriam atirar a primeira pedra na mulher adúltera. Provavelmente, se Jesus estivesse aqui diriam: “Mestre, este irmão ou irmã foi apanhado(a) em flagrante roubo, não tem dado o dízimo, vive roubando a Deus... Malaquias 3:10 diz que tais sejam entregues ao devorador e que Deus não deve abrir as janelas dos céus para abençoá-las. Tu, pois o que dizes?” Creio que Jesus daria esta resposta: “O que você tem a ver com isso?”. Assim como ninguém vive perguntando se você é adúltero, também não deve viver perguntando se você é dizimista. Muitos chegam até ao absurdo a constranger o irmão ou irmã, expondo-o à vergonha de ter o seu nome numa relação de não dizimistas pregada na porta da igreja, quando não lhe tiram o ministério ou o discriminam. Entretanto, quando é um(a) irmão(ã) que dá um dízimo elevado, este, muitas vezes, é o mais honrado na igreja.
Notemos que o que Deus que fala em Malaquias 3:10 é o mesmo que diz em Malaquias 2:16: “... Pois eu detesto o divórcio, diz o Senhor Deus de Israel...” e quase não ouvimos falar deste assunto nas igrejas. Repetimos: não se faz, aqui, apologia à AVAREZA, porque isso não é de Deus e os avarentos, diz a Bíblia, não herdarão o Seu Reino. Podemos dar até tudo o que temos, por amor ao Senhor, e isso alegra o coração de Deus como alegrou o coração de Jesus observar a viúva pobre que deu tudo o que tinha. O que é errado é a forma escandalosa e nada cristã relativa às contribuições. O crente em Jesus dá com alegria e amor, e até mais de 10%, se puder.
Em Mateus 23:23 Jesus fala para os fariseus daquela época, não para a igreja, que até então não havia sido totalmente formada com fundamentos da Graça, pois o ministério de Cristo não havia ainda sido consumado (o véu do templo não havia sido rasgado), tanto que Jesus ordenou ao homem que era leproso a apresentar-se ao sacerdote e fazer oferta pela purificação, conforme a Lei (Lucas 5:14).
Os conservadores do dízimo ainda dizem: O DÍZIMO é uma tradição que devemos manter para não transgredir. O mesmo argumento utilizaram para Jesus em relação ao Sábado (Marcos 2:24) e ao lavar as mãos antes de comer (Mateus 15:2). Porque o Sábado fazia parte da Torá (lei judaica) e o lavar as mãos fazia parte da Halaká (comportamento judaico). Veja o que o dinheiro faz, a ponto de esquecerem que, tanto o Dízimo como o Sábado e o lavar as mãos eram tradições judaicas e não gentílicas. O DÍZIMO passou a ser a única tradição judaica que o Sistema Religioso vem mantendo até hoje no seio da Igreja gentílica. Não é um absurdo???
Fazem uma lavagem cerebral religiosa porque o dízimo é a galinha dos ovos de ouro para muitos: é a única tradição que traz estabilidade financeira, mas não para Deus, porque Ele de nada necessita, pois é o dono de todas as coisas. Deus tampouco é servido por mãos humanas (Atos 17:25).
Infelizmente, muitas igrejas têm se tornado bem parecidas com a Antiga Igreja Romana, que usava as indulgências como fonte de lucro, induzindo os fiéis a contribuírem por medo da maldição, a comprarem sua salvação do Inferno e do Purgatório. Se um crente amaldiçoado pelo falta do seu dízimo é ladrão, como pode estar liberto? Isto nos faz julgar o irmão e afirmar que o sacrifício de Cristo não foi suficiente na sua vida, como faz a Igreja Romana.
Pare !... Confira na Palavra e reflita sobre tudo o que foi escrito aqui, Não permaneça debaixo da Lei, mas, se dizimar, faça-o com uma consciência liberta, mesmo que preguem ou façam o contrário.
A Verdade deve sempre prevalecer, como disse o apóstolo Paulo: “Tornei-me acaso vosso inimigo, porque vos disse a verdade?” (Gálatas 4:16, Romanos 7:4, Gálatas 5:1).
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17 comentários:
Olá Maya.
Parabéns por esta postagem a respeito do dizimo, hj em dia a coisa mais comum de ver é pessoas e igrejas tratando o dizimo como um passaporte para a entrada no céu, esquecendo realmente do que se tratam as coisas de Deus e falando apenas de dízimos "da galinha dos ovos de ouro".
O Deus a quem servimos é um Deus bondoso e conhece o coração de cada pessoa, sabe o quanto cada um pode contribuir e sabe o quanto 10% vale muito para uma família sem condições financeiras.
Acredito no que diz a palavra que cada um dê segundo o seu coração, e Deus conhece os corações.
Obrigado por sua postagens Maya;D
Maya! Sabe, eu me considero até uma boa conhecedora da Palavra. É difícil, depois de tantos anos de pauladas, eu cair em lábia de pastores que pregam o que não está na Bíblia. Mas nunca, até hoje, tinha atentado pro fato de que, realmente, o dízimo era algo devido exclusivamente à tribo de Levi! E isto torna, de fato, ilegítimo o seu pagamento a outrem! Excelente estudo. Mande meus agradecimentos à autora.
Maya,
Parabéns pela publicação do estudo. Acredito que o mesmo vem trazer reflexão sobre o tema. Geralmente se usa Malaquias é o "são Malaquias das contribuições", pois se usa o texto do seu livro e o aplica, esquecendo que ali havia a questão do templo, que era mantido com o dízimo como se fosse um imposto. O ensino do N.T. sobre as contribuições é o que está nos capítulos 8 e 9 de II Coríntios. Me desculpei no meu blog, sobre o erro na escrita do seu nome e quero fazê-lo aqui também. Desde que criei meu blog, você foi uma das primeiras parceiras em troca de links, depois me deu a honra de uma entrevista. Mas parece que não vi meu blog mais na sua lista de links.
Abraço.
Querida Alessandra,
Muito me alegra sua visita, obrigada. Quanto ao seu comentário, devo concordar. Há tanta pressão nas igrejas para se "devolver" o dízimo que não se fala mais em amor, misericórdia, arrependimento, perdão.
A instituições chamadas de "igrejas" viraram grandes balcões de negócios, e isso me diz que Cristo está voltando.
Um abraço,
Maya
Paulinha,
Veja só, ainda por cima dizem que 10% do que ganhamos deve ser "devolvido" para Deus, quando, se formos pensar bem, 100% do que ganhamos é para Deus, se somos templo do Espírito Santo. 10% pode ser para a igreja, se a verdade for dita.
Muita mentira, muita falácia... Que Deus abra os olhos de seu povo.
Um abraço,
Prezado Juber,
Obrigada por seu comentário. Há tantas mentiras nas igrejas acerca dos dízimos e das ofertas, que, se formos fazer estudos mais profundos sobre o problema podemos criar um blog somente para esse assunto. Quanta hipocrisia, não é? Falam tanto em dízimos e ofertas e tão pouco em arrependimento, santidade, misericórdia, amor... Lamentável. Deus quer misericórdia, santidade, amor, arrependimento, mudança de vida, e não "sacrifícios".
Agradeço por você ter corrigido a grafia de meu nome em seu blog. A questão do link é que eu confesso que estranhei algumas postagens de seu blog, sobretudo uma em especial, em que você defende o comportamento de um pastor que eu creio que está em desacordo com a Palavra no que prega, e há muito tempo.
Vou relinkar, porque é verdade também que a maioria de suas postagens é edificante, e eu deveria ter levado isso em conta.
Agradeço que você tenha me feito acordar para isso.
Um abraço,
Maya, qual a interpretação que a Luciana faz de Mt 23.23, que diz: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas".
Anônimo,
Não é a primeira vez que vc posta como anônimo, e eu sei de onde vc é... Pq não se identifica?
Bom, eu não sou a Luciana, não sei o que ela pensa acerca do versículo. Visite o site de onde tirei o texto, veja se lá eles têm o contato dela. Mande um e-mail e pergunte, afinal não custa nada.
Mas o que vc pensa, anônimo? É claro, sua pergunta já me deixa isso claro. Vc acha que com este versículo a questão do dízimo está resolvida? Que neste versículo Jesus deixa claro que o dízimo é obrigatório? Ou será que ele contrapõe a prática de "dizimar" - que ele usou para representar a lei e o legalismo dos fariseus - à falta de graça, patente na ausência de amor ao próximo e de misericórdia dos religiosos?
Vejo aí neste versículo uma contraposição muito clara! Uma figura de linguagem conhecida como antítese. Jesus usava muito bem as figuras de linguagem, isso fez dele o maior orador de todos os tempos. Suas metáforas, seus simbolismos, suas antíteses e toda sua construção discursiva são muito particulares. Está claro que ele opõe o legalismo à graça, neste versículo. Ele usa o dízimo para representar o legalismo e os interesses espúrios dos fariseus e escribas e usa a misericórdia, o juízo e a fé para representar a graça. Isso não está claro, para você?
Digo isso tanto em nível espiritual, de discernimento, quanto em nível textual, já que sou professora de Redação e Produção textual.
E vc, anônimo, o que vc vê? Vc acha que Jesus disse: "Ei, fariseus e escribas, pessoas legais! Não se esqueçam do dízimo! Que bom que vcs entregam o dízimo, é isso aí! Se tiverem um tempinho, tenham amor e misericórdia também!" Nada disso. Ele não atenuou: "AI DE VÓS! HIPÓCRITAS!" Ora, ai de vós MESMO entregando o dízimo, hipócritas MESMO dizimando minuciosamente, ai de vós MESMO sendo corretos com o dízimo. Percebe? Para Jesus isso não era importante, não atenuava nada. Eles entregavam o dízimo E eram hipócritas. Não há aí uma conjunção adversativa, com o vc talvez acredite. "Eles entregavam o dízimo MAS era hipócritas..." Não: eles entregavam o dízimo E eram hipócritas. O dízimo, para Jesus, representava apenas hábitos mortos e legalismo.
Veja, dá o dízimo quem quer. Esse texto não se opõe ao dízimo. Apenas põe as coisas em seu devido lugar. Deus não dá ao dízimo a importância que vocês, líderes de igrejas, dão. Deus não amaldiçoa ninguém nem deixa de abençoar se não entregar o dízimo. Mas a igreja organiza pregações e seminários para dizer que o mais importante para ser abençoado é dar o dízimo. Percebe a diferença dos pastores para Jesus?
Não vejo pastor nenhum pregando sobre AMOR, JUÍZO, MISERICÓRDIA... Mas sobre o dízmo, é claro, há muitos estufando o peito e declarando pérolas de sabedoria e interpretação textual das escrituras, fazendo exegese de quinta categoria para obrigar o povo a sustentar seus salários e suas igrejas caras. É isso, o que Deus quer? NÃO!
Bom, anônimo, espero que sua dúvida esteja respondida!
Um abraço!
Oi Maya!
Adorei seu blog.
Conheça o meu também:
http://reverendomaia.blogspot.com
Vamos nos indicar para nossos leitores?
Um abração,
Rev. Luciano Maia
Oi, Luciano,
Obrigada por sua visita, já fui em seu blog ler um pouco do que vc escreve.
Vamos trocar links, então.
Obrigada pela sugestão! Não deixe de me visitar.
Um abraço,
Maya
Anônimo,
Achei o trecho sobre Mateus 23:23, no texto. Veja aí o que Luciana diz sobre o que você me perguntou em seu comentário: "Jesus condenou a atitude dos judeus escribas e fariseus que dizimavam até o cominho e não ofertavam o seu amor ao próximo (Mateus 23:23)."
É isso, eu concordo com ela. Não dá pra pegar um trecho desses e transformar numa pregação de Jesus a favor do dízimo, isso se chamaria má-fé ou ignorância.
Abraço,
Só me resta repetir um comentário, meu, bem anterior, um dos primeiros aqui.
Bravo!
Muito importante esse assunto postado por uma pessoa com uma fé equilibrada como a sua.
Espero que não lhe crie problemas mas, se isso acontecer o MSI estará de braços abertos.
Obs: MSI é a sigla do Movimento Sem Igreja. A igreja que mais cresce no mundo!
Só pra lembrar foi nesses moldes que a Igreja começou!
Olá, caro irmão,
Sem dúvida, falar contra a exploração que muitas vezes ocorre, junto com a distorção do Evangelho, em relação aos dízimos, é entrar em um assunto delicado. Mas, creio que somente indo ao centro da questão poderemos conversar mais honestamente sobre tudo o que tem acompanhado algumas práticas antibíblicas, como a Teologia da prosperidade, a distorção da Palavra, a falta de compromisso com o que não envolve dinheiro nas igrejas etc.
Na verdade, acho que o MSI é o Movimento dos Sem Instituição, porque Igreja nós somos, mas muitas vezes vagamos como ovelhas desgarradas, diante de Pastores que não apascentam suas ovelhas (Jeremias 23) porque estão servindo a Baal.
Obrigada por seu comentário, você é sempre bem-vindo aqui.
Abraços,
Maya
Maya, paz.
Antes de abordar sua resposta acerca de minha pergunta, quero antes fazer algumas considerações:
1) Sou seu leitor assíduo. Caso tenha um indentificador, ele comprovará meus acessos pelo menos duas vezes ao dia, de manhã e a noite.
2) Voce, através do Blog, me dá o direito de interagir como anônimo. Tenha meus motivos para fazê-lo assim. Creia, nenhum deles é para denegrir a imagem de um irmão.
3) Voce está correta em se referir a mim como anônimo. Certo não é voce usar o termo de forma depreciativa como o fez por quarto vezes.
4) Julgar precipitadamente não deve ser peculiaridade dos cristãos salvos. Embora leitor, nunca enviei um comentário para o Blog. Esta foi a primeira vez e a última.
5) Não vi razão para tal mas percebi que sua resposta veio cheia de agressão e revolta, coisa que o artigo da Luciana não traduz, muito menos minha pergunta. Somos irmaos em Cristo Jesus.
6) Respeito o seu pensamento e concordo que há líderes que ultrapassaram todos os limites da tolerância sobre esta questão. Mas é eles que se deve combater, não a doutrina ou quem pensa diferente.
Acerca de Mateus 23.23
Seguindo seu conselho fui até a página e reli o artigo da irmã Luciana. Muitom bom, mesmo. No entanto, seus argumentos não resiste a uma exegese BIBLICA quando ela cita, por duas vezes, o verso 23 do referido capítulo de Mateus.
Está claro no Novo Testamento que os autores sacros não construiram as palavras, com respeito ao dízimo, da mesma forma que os escritores do Antigo Testamento. Esse é o ponto onde muitos se apoiam - O fato de não haver no NT um versículo sequer e de forma literal que estabeleça ou doutrine acerca do dízimo
Não se pode descartar o que existe e o que Jesus mencionou sobre o assunto.
Ele reafirmou a prática do Dízimo no NT, como? Assim: "... devíeis, porém, fazer estas coisas, SEM OMITIR AQUELAS!" Nesta passagem Jesus está admoestando os escribas e os fariseus que entregavam o dízimo mas negligenciavam os preceitos mais importantes da Lei. Ele poderia, se o quisesse, ter dito que o dízimo não importava, que o mais importante da lei era a justiça, a misericórdia e a fé. Mas Ele preferiu não dizer isso. Pelo contrário, afirmou: "... fazer estas coisas, SEM OMITIR AQUELAS!" Jesus não omitíu sobre o dízimo, se o quisesse, teve nessa ocasião a oportunidade de dizê-lo, mas não o fez.
O fato de Jesus denunciar o legalismo dos fariseus, sendo estes dizimistas, não invalida a prática do dízimo.
Não desejo voltar mais ao assunto.
O Espírito de Deus é o melhor interlocutor entre nós.
Jesus te abençoe ricamente
Prezado Anônimo,
Você tem razão quanto ao blog permitir postagens anônimas. Eu é que eu me irrito com isso, e me pergunto qual o motivo de alguém não se identificar, simplesmente. Mas é verdade, sim, que você tem esse direito. Tanto tem que eu publico todos os seus comentários. E não somente você, há muitos que comentam aqui como anônimo. É possível que meu blog (talvez por trazer assuntos e postagens polêmicas) tenha um dos maiores índices de postagens anônimas entre os blogs que eu conheço.
É uma pena se você deixar de comentar, mas quero que entenda que esse assunto é, em si mesmo, estressante. Ultimamente, tenho ouvido falar mais sobre dízimos que sobre qualquer outra coisa, nas igrejas, e isso me deixa arrasada como cristã. Creio que é natural que eu dê um salto para trás ao me deparar com uma postagem que defende a obrigatoriedade do dízimo, sobretudo quando nas igrejas privilegia-se o dízimo e as ofertas em detrimento do amor, da misericórdia...
Mas não creio, como você diz, que eu tenha sido indelicada com você, em meu comentário. Fui enfática, e firme em minha crítica aos pastores que fazem da obra um balcão de negócios - como creio que tenho visto acontecer muito, atualmente. Ou pelo menos não tive a intenção de ofendê-lo, desculpe-me se isso ocorreu. No mais, se você observar bem vai ver que muitos outros blogueiros não gostam e não costumam dar muita atenção a postagens anônimas. Eu respondo, discuto, mesmo sem saber nem ter nenhuma ideia de quem está por trás, muitas vezes, do anonimato.
Continuo acreditando que somos livres para contribuir ou mesmo para não contribuir financeiramente com a Igreja, segundo o coração de cada um, na obra que cada um acha mais conveniente, e creio que Deus não nos condena nem nos deixa ser prejudicados por isso. Tenho repensado essa questão porque ultimamente vejo igrejas que investem ZERO em evangelização, ZERO em ajuda aos pobres, em visita a prisões e hospitais, mas seus pastores ficam "exortando" os fieis a "entregar" o dízimo e organizando "eventos" com essa finalidade. Lamentável. Foi nesse sentido que eu respondi à sua postagem, até porque o argumento dos pastores de que falo vem da mesma passagem que você trouxe aqui.
Agora não tenho tempo, mas quero voltar aos seus argumentos, ou talvez escreva um texto para aprofundar mais ainda o assunto.
Um abraço,
Maya
Significado de Roubar
v.t. Apropriar-se de (bem móvel pertencente a outrem), mediante violência ou ameaça: roubar um relógio.
Despojar de dinheiro ou valores; furtar: roubar um passageiro.
Raptar, seqüestrar: roubar uma criança.
Fig. Consumir, gastar: roubar tempo.
Bras. Favorecer um competidor em prejuízo de (o adversário): o juiz roubou o nosso time.
Significado de Sonegar
v.t. Não mencionar, não relacionar nos casos em que a lei exige descrição ou menção.
Dizer que não tem, tendo.
Deixar de pagar ou contribuir, iludindo a lei: sonegar impostos.
V.pr. Eximir-se ao cumprimento de alguma ordem.
Significado de Dízimo
adj. A décima parte.
Imposto que consistia no pagamento, à igreja ou à nobreza, da décima parte dos frutos colhidos.
P. ext. Imposto, tributo.
VEJA O QUE COMBINA COM MALAQUIAS 3.8 OFERTAS É VOLUNTÁRIA COMO POSSO ROUBAR O QUE EU NÃO TENHO OBRIGAÇÃO DE DAR MESMO SE EU FOSSE OBRIGADO EU ESTARIA SONEGANDO E NÃO ROUBANDO!
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