De sua ansiedade, aquela preocupação demasiada com o dia de amanhã, com a segurança, com o peso, com a beleza, com as coisas a fazer, com a mudança de tempo, com as coisas e com os outros.
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De seu ciúme doentio, aquela insegurança que faz você imaginar mil coisas que ainda não estão acontecendo mas que poderão acontecer por sua própria culpa.
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De seu desânimo, aquela falta de coragem crônica para enfrentar os dias difíceis, as circunstâncias difíceis, os empreendimentos difíceis e as pessoas difíceis.
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De seu desespero sexual, aquela fome e sede de sexo como se este fosse o único prazer da vida, que provoca uma corrida vã a qualquer tipo de relacionamento, com qualquer pessoa e em qualquer tempo e lugar.
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De seu egocentrismo, aquela aberração de amar excessivamente a si mesmo e de ocupar sozinho o lugar que deveria ser repartido com os outros.
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De seu estilo consumista, aquele prazer incontido de comprar o útil e o inútil, o que não tem e o que tem, aquela concepção errônea e desastrosa de que a felicidade gira em torno do ter, e não do ser, aquela simplicidade frente ao marketing.
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De seu gênio explosivo, aquele temperamento sempre briguento, impetuoso, amargo, quase sempre desprovido de razão, que provoca o afastamento de parentes, amigos e conhecidos.
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De sua hesitação, aquela atitude que não leva a nada, não o coloca em marcha, não movimenta suas mãos nem seus pés e ainda impede que você fale alguma coisa.
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De sua hipocondria, aquela obsessão com a saúde que promove uma corrida constante ao médico e à farmácia e que até contribui para você adoecer.
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De sua hipocrisia, aquela arte de enganar os outros, aquele esforço de esconder a verdadeira identidade simulando outra que não existe, aquele pecado de lavar apenas o exterior do corpo.
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De sua incredulidade, aquela indisposição para crer na proximidade e na provisão de Deus, que o afasta dele e o impede de enxergar seu amor, seu poder e sua glória.
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De seu sentimento de inferioridade, aquela impressão forte, ou até mesmo a certeza, de que você está sendo superado pelos outros, principalmente pelas pessoas mais próximas, provocado por sua auto-avaliação exageradamente negativa.
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De sua intolerância, aquele apego demasiado às suas próprias crenças, associado com certa dose de soberba e despido de qualquer dose de amor.
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De sua inveja, aquele desgosto e pesar pelo sucesso ou felicidade dos outros, que provoca o desejo violento de possuir o que o próximo tem, e que rouba sua paz de espírito.
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De sua mania de perseguição, aquela certeza infundada de que alguém deseja o seu mal e está trabalhando incansavelmente nesse sentido.
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De seu medo, aquele estado de espírito que aumenta e exagera a sensação de perigo, sufocando a vontade e a disposição de fazer algo.
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De sua preguiça, aquela continuada aversão ao trabalho, ou a morosidade com a qual você o realiza, justificando-a com mil desculpas sem a menor procedência.
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De sua procrastinação, aquela tendência a adiar indefinidamente e sem razão justificável o que deve ser feito hoje, com o risco de perder para sempre as oportunidades que passam e não voltam.
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De sua rabugice, aquele mau humor permanente, que faz mal a você a aos que o cercam.
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De seu sentimento de superioridade, aquela impressão forte ou até mesmo certeza de que você é o máximo, provocado por uma auto-avaliação exageradamente positiva.
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De sua timidez, aquela qualidade negativa que mistura o temor, o acanhamento e a fraqueza, e que o leva a evitar novos encontros e novas experiências.
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De seus queixumes, aquele hábito de não enxergar beleza em pessoa alguma e em lugar algum, de colecionar somente as coisas ruins da vida e de reclamar contra elas o tempo todo.
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De sua tristeza, aquela entrega sinistra e passiva aos problemas reais, aos problemas de gravidade exagerada e aos problemas inexistentes, uma estranha aversão à alegria.
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Texto publicado na revista Ultimato, ano XLI, n. 312, maio/junho 2008, p. 30-31.
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