Muitos me perguntam, pois: por que você é cristã? E eu respondo: não sei. Nem me lembro, hoje, o que me levou a decidir pelo cristianismo. Houve um momento em que, quando vi, já havia sido criada uma ponte, e por meio dela eu tinha e tenho acesso à doçura divina. Em nenhum momento foi-me pedida uma contribuição, para que Deus me aceitasse, ou para que eu tornasse digna minha oração, ou para que eu fosse abençoada, aceita, amada. Nada me foi cobrado, a não ser a exigência da verdade, posto que houve um desnudamento de mim mesma como jamais pensei ser possível.
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O cristianismo, para mim, não é, tampouco, uma religião de recompensas. Não há uma relação entre o que posso oferecer e o que recebo; caso houvesse, deveria receber quase nada, ou oferecer uma perfeição tal que, sendo humana, não poderia fazê-lo. Não há nada que ocorra comigo que deixe de acontecer com todos ou outros bilhões de habitantes humanos, seja em infortúnios ou alegrias. Sou comum, igual a tantas outras mulheres que já viveram, que vivem. Não tenho poderes especiais, ao contrário: declaro-me absolutamente incapaz, e creio que se não houvesse o Deus em minha vida, não estaria aqui agora, digitando essas palavras.
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Mayalu Felix
Niterói, 11/05/2008
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