Tua ausência me dói
como uma ferida que não tenho ainda,
uma bala perdida que não me encontrou.
Tua não-existência em minha vida,
à noite, quando teus braços não me envolvem,
é o vazio mais povoado de tristeza que já senti.
De manhã, entra a luz pela janela
e o teu lugar na cama não existe.
A xícara de café que deveria ser tua
fica dentro do armário escuro.
As perguntas bobas que eu tinha pra te fazer
continuam bobas, mas já se calaram.
.
Amor, quanta tristeza em não existir-te!
Amor, por que o nada nos acompanha
tão solenemente a cada dia?
O nada em meus braços, o nada que abraço,
teus olhos em meus sonhos,
meus sonhos que eu mesma desfaço.
.
Amor, ontem te chamei baixinho,
falei do nosso filho,
que não existirá.
Que lindo era ele!
Tinha a tua boca, os pés iguais aos teus,
e era tudo tão sublime que eu
não me permiti nada dizer.
.
Amor, daí de onde estás
eu te vejo agora.
Eu te sinto, eu te sei.
Amor, és um nada com o qual sempre sonhei,
és a ilusão mais real que já vi.
Amor,
eu choro aqui, só,
tão longe de ti.
.
***
Mayalu Felix
São Luis, 30/10/2007.
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