Meninos, eu vi. Eu vi os três filmes, os dois primeiros umas três vezes. E ontem vi, finalmente, Tropa de Elite. Do início ao fim o filme é eletrizante. É claro, não pude deixar de me lembrar dos dois primeiros filmes que cito aqui.
Carandiru, baseado em livro homônimo de Dráuzio Varella, médico que atendia os presos, traz uma visão romântica dos apenados e do sistema carcerário. Lady Di, o travesti interpretado por Rodrigo Santoro, era mais chique e refinado que qualquer madame da Zona Sul do Rio. Nenhum bandido, no fundo, tinha realmente culpa por nada. E o que parecia ser cruel se arrependeu, foi tomado por sonhos e visões e se converteu ao cristianismo. O personagem de Mylton Gonçalves, Seo Chico, parecia um padre, de tão bonachão. Mas o filme denunciou também a Chacina do Carandiru, famosa, 111 mortos. Na verdade, o filme retratou a chacina como chacina, não como ato de justiça social. Mostrou a truculência da polícia como algo realmente estúpido. Ninguém viu, no filme, os familiares dos policiais. Os parentes dos presos, no entanto apareciam em diferentes contextos. Isso humaniza a figura do presidiário e desumaniza a do policial. Há alguma coisa que emocione mais que saber que um cara pode até ser "mau", mas tem mãe, irmãos, família que sofre por ele? Isso foi mostrado em Carandiru, que eu considero um filme ingênuo sob certos aspectos, crítico e realista sob outros.
Cidade de Deus, filme dirigido por Fernando Meirelles e Kátia Lund, baseado no livro homônimo de Paulo Lins, já mostra o crime do lado de fora da prisão, numa das maiores favelas do Rio de Janeiro. Não há economia nas crueldades de Zé Pequeno e sua turma, mas a narrativa do jovem que, favelado e negro, escapa do crime, é praticamente isenta de julgamentos. Ele conta o que acontece como alguém que não se espanta mais com nada, que que é de dentro da comunidade, conhece os traficantes desde a infância e acompanhou a evolução de cada história. A polícia, no filme, é mostrada como corrupta, inoperante e incompetente. A classe média vai ao morro e fuma maconha, cheira cocaína, mas tudo isso é mostrado ainda romanticamente. De certa forma, Cidade de Deus é o filme que talvez mais busque um equilíbrio entre críticas e justificativas. Sim, o tráfico de drogas é péssimo. Mas os traficantes nascem numa merda de situação que praticamente não lhes deixa escolha. Fazer a escolha pela vida fora do crime é fazer a escolha pelo imoral salário mínimo, pela luta contra toda sorte de dificuldades no mundo do asfalto, dos brancos, onde se deve vencer na vida. E a classe média "intelectual", os estudantes, estão lá, no morro, comprando a droga e ajudando o traficante a se armar para matar quem quer que seja preciso. A relação dos traficantes com os moradores da favela que não fazem parte do crime é outro ponto interessante. Ela é mostrada como pacífica, e a submissão e o medo não são bem o foco da narrativa. Não há conflitos. Na festa que é dada em homenagem ao Bené, amigo traficante gente boa, parceiro de infância do Zé Pequeno, todas as tribos estão lá: os evangélicos, os pagodeiros, os da black music, os rappers... ou seja, o traficante, numa favela sem esgoto, sem escola que preste, sem segurança, sem nada, é visto como um protetor. Ele protege sua comunidade, pois precisa dela. A comunidade, por sua vez, por medo, respeito, admiração etc., é cúmplice do tráfico. Isso foi mostrado em Cidade de Deus, que eu considero um filme ingênuo sob certos aspectos, crítico e realista sob outros.
Tropa de Elite, filme baseado em trecho do livro Elite da Tropa, de Rodrigo Pimentel, ex-policial do Bope, e Luís Eduardo Soares, já elabora um discurso bem diferente. A ótica do filme é a da polícia. A narrativa não é a de um favelado, como em Cidade de Deus. Em Tropa de Elite, dirigido por José Padilha, a voz é dada a um capitão do Bope, brilhantemente interpretado pelo não menos brilhante Wagner Moura. Assim como os traficantes são mostrados de forma romântica, bem humorada e simpática, em Cidade de Deus, em Tropa de Elite o Bope é visto como uma categoria santificada da Polícia: honestíssima, atenta aos valores da tradição, da família e da propriedade, justa e leal. Não há corruptos e desonestos no Bope - eu diria que, pela ótica do filme, o Bope é a única instituição brasileira, diria até mesmo mundial, incorruptível. Os policiais têm suas famílias, mas vivem sob tanta pressão que sacrificam suas vidas familiares - a esposa grávida, o filho que acaba de nascer - para cumprir devotamente seu dever de levar a justiça e a ordem à favela e proteger a sociedade. Assim, é justificável e compreensível que os policiais do Bope - Tropa de Elite que só existe no Rio de Janeiro e no Distrito Federal, segundo ouvi do MV Bill na sua palestra - entre na favela matando todo mundo. Não interessa quem morre, "guerra é guerra", já diz didaticamente o Capitão Nascimento.
Guerra contra o tráfico ou guerra contra a favela, a pobreza? Então, se o cara tá na rua, em frente à sua casa, conversando com seu vizinho, mas mora na favela e é negro, pode ser uma vítima do Bope. As vítimas do Bope, aliás, dizem as estatísticas, são majoritariamente homens negros e pobres. Que não têm ficha na polícia, que trabalham ou estudam. O Bope mata mais inocentes que traficantes. Não que a matança do traficante se justifique, mas a do inocente nos parece bem mais canalha. Então, no frigir dos ovos, não importa se a vítima é ou não envolvida com o crime. O que importa é que o sacrifício que os policiais do Bope fazem pelo combate ao crime justifica a morte de estudantes, trabalhadores, cidadãos que não têm direito a cidadania nenhuma, no final das contas. Putz! O Capitão Nascimento vai ser pai! Não pode acompanhar o exame ultra-som da mulher! Bando de f.d.p., ele tá estressado por causa de vocês! É uma boa pessoa que tem sentimentos, por isso, se alguém morrer por engano, ninguém fique chateado, pois errar é humano.
A visão maniqueísta que há entre Bope vs Polícia Militar é também interessante. Ninguém na PM presta, são todos corruptos, covardes, uns merdinhas. Os dois que prestavam foram logo para o Bope, é claro. Lá no Bope, sim, os honestos se encontram. Os justiceiros se regozijam. Os bons seguem os bons.
Quando o MV Bill falou, durante sua palestra aqui em São Luis, que o filme retratava a realidade das favelas no Rio em sua relação com a polícia, fiquei meio confusa. Havia lido críticas a respeito de Tropa de Elite nada encorajadoras. Mas ontem, depois de ver o filme, eu entendi. Meu irmão, a polícia atira primeiro e pergunta depois. Mata a sangue frio, e isso é ser um verdadeiro "policial do Bope". Legitima-se a tortura como método válido de obtenção de informações. Exatamente como os militares faziam nos porões do DOI/COD, durante a ditadura. Mas, como os "comunistas" torturados eram quase sempre de classe média, e como ainda havia algum tipo de desconforto em relação à divulgação da tortura, tudo era feito nos porões, secretamente, às escuras. Em Tropa de Elite, não, o saco plástico vai na cabeça de qualquer um, a qualquer hora, em qualquer lugar - qualquer lugar da favela, é claro. O Bope passa por cima de mecanismos legais e o bandido não tem nem mesmo o direito de ir para o Carandiru: ele recebe logo a pena de morte. Nasceu mau, nasceu pobre, nasceu preto e ainda é traficante. Não dá outra, mané, bala nele. Aliás, soube de duas coisas, há algum tempo, que me fizeram pensar bastante...
Primeiro: cada preso, no Brasil, deve comer 100 gramas de carne por dia, isso é lei. Num país em que um trabalhador que ganha salário mínimo não pode comer carne, nem ele nem sua família, porque o dinheiro não dá pra comprar, o criminoso que vai para a cadeia come carne com o dinheiro dos impostos que a sociedade paga, que a elite branca faz questão de dizer que paga. Paga, mas não se importa se esse dinheiro vai lá pra fora sustentar os juros da dívida externa, via superávit primário. Aí paga, cobra segurança, cobra melhorias e os políticos não podem dizer nada, porque não dá pra investir para melhorar a vida das pessoas. O que dá pra fazer, que a verba é curta, é treinar o Bope pra matar os pobres. O problema não é tanto o preso comer 100 gramas de carne por dia, mas sim o fato de que a quase totalidade das prisões não reeduca, não reabilita, não regenera. São depósitos de carne humana ainda viva, que fica o dia inteiro numa cela fedida com mais uns vinte, lotada. Ali o detento não aprende nada, não trabalha, não se prepara para sair e, de fato, reconstruir a vida, tomar outro rumo. Aí o preso é solto e volta ao crime, que é um caminho mais seguro, no qual ele não sofre rejeição nem enfrenta dificuldades por ser ex-presidiário. Então, ainda que as cadeias brasileiras sejam uma porcaria, custam "caro" ao Estado, assim como as escolas públicas, que não ensinam, os hospitais públicos, que não curam, e todo e qualquer serviço público destinado a atender os pobres, que são em sua maioria pretos, favelados, trabalhadores que vendem sua força de trabalho, mão-de-obra não-especializada, bem baratinho - porque se alguém me disser que um salário mínimo não é um preço baratinho eu vou rir. Aliás, o salário mínimo do Brasil é o mais em conta da América Latina. Acho que só perdemos para um ou dois países.
Então, que bom, o Papa vem ao Rio e aí tudo funciona. O governador gasta uma grana preta, com a bênção do Lula, e banca os luxuosos Jogos Pan-Americanos. Mas não pega esse dinheiro e põe esgoto na favela. Não coloca água potável na favela. Não melhora as escolas públicas nem os salários dos professores. Não equipa nem reforma os hospitais. E o Governo Federal, que "distribui renda" mas não tira o pobre de sua condição de pedinte e beneficiário eterno de esmolas e assistencialismos, nega-lhe o direito de trabalhar dignamente e receber um salário também digno por isso. Salário mínimo razoável? R$ 1.000,00 por mês. Isso seria, de fato, o mínimo para alguém sobreviver. Ah, que absurdo! Vai quebrar o país, vai quebrar a Previdência, vai quebrar a bolsa, o mercado vai ficar de mau humor! Mas você, mané, que lê este texto agora, não deve sustentar uma família inteira com menos de R$ 400,00.
Outra coisa que me chamou a atenção no filme: a denúncia (na verdade, isso todo mundo já sabe) de que a classe média que se diz consciente politicamente é, toda ela, consumidora de drogas e cúmplice do tráfico. O que ocorre, em Tropa de Elite, é uma generalização desonesta, porque nem todas as ONGs são espúrias, e nem todas as pessoas de classe média usam drogas. Generalizações: todo policial do Bope é honesto. Todo favelado é bandido, e se não é ainda, certamente o será. Toda a classe média que tem um pensamento crítico a respeito da sociedade é drogada. .... !!! : 0
Eu concordo, sim, que o consumo da droga passa pela compra, pela grana que vai financiar a compra das armas (e isso, em Cidade de Deus, fica bem claro, também, ainda que seja mostrado de forma não tão enfática) e, por conseqüência, a violência, o aliciamento de menores etc. Assim como os homens que pagam prostitutas (ou, chiquemente falando, "garotas de programa") financiam a prostituição, e lá em Brasília houve há pouco tempo uma cafetina famosa que ameaçou jogar sua agenda de ouro no ventilador, caso sobrasse pra ela no famoso mas já esquecido "Caso Palocci". Havia nessa agenda nomes de pessoas conhecidas, políticos famosos, empresários nota dez que pagavam pra obter os serviços sexuais de prostitutas, pra fazer orgias em casas chiques no Lago Sul. Quem sabe alguns desses também não fumavam um, não cheiravam cocaína? Ou você acredita em Papai Noel?
O consumo de maconha, andei lendo, não é pior do que o consumo do álcool. Mas as propagandas do álcool, caríssimas, trazem o Zeca Pagodinho, a Juliana Paes, o Fábio Assunção... Você já viu algum deles fazer propaganda de outras drogas? Nos anos 70 os artistas faziam propaganda de cigarro, mas aí começou a pegar mal, e a propaganda de cigarro acabou. Mas o álcool está aí, com tudo. Apesar de o alcoolismo ser considerado, pela Organização Mundial de Saúde, "a pior doença psicossocial do mundo", o álcool é a droga que turbina a maioria dos homens que estupram, espancam, matam mulheres, dentro ou fora de casa. Porque o pobre, o "bandido", não tem grana pra comprar cocaína, mas paga um ou dois reais por uma dose de cachaça (ou um pouco mais por algumas garrafas da "boa", ou da "redonda") em qualquer bar da esquina, da favela à Zona Sul, do Oiapoque ao Chuí. O álcool é o maior responsável pelos acidentes automobilísticos com vítimas fatais. Ou seja, cerveja.
O rico, aliás, joga para baixo do tapete seus casos de violência doméstica. Elementar, meu caro Watson, isso pega muito mal para um "cidadão de bem", que até cheira cocaína e agride, mas a gente sabe que nunca vai preso, e se vai sai logo do xadrez. O rico compra a cocaína, compra a maconha, mas quem aparece é o traficante. É verdade que não há discurso foucaultiano que justifique o uso de drogas no Brasil. Não pela droga em si, mas por todas as conseqüências que seu consumo acarreta. Mas não há justificativa, por outro lado, para que todos os docinhos da Rede Globo, com seu carisma e popularidade de novela, façam propaganda de droga pra ganhar uma boa grana e mobiliar o duplex que compraram na Barra. Mas eu pergunto: quantas mulheres ainda vão ser espancadas e mortas para que uma Juliana Paes ganhe seu dinheirinho pra mostrar a bunda em propaganda de cerveja? Quantas crianças começarão a beber em casa mesmo, e se tornarão alcoólatras, para que um Zeca Pagodinho faça suas feijoadas em Xerém?
Porque álcool é droga, também. Assim como o cigarro, responsável por mais de 80% dos cânceres de pulmão em todo o mundo. O câncer de pulmão é o que mais mata. Só que os donos da área dessas drogas são senhores riquíssimos, engravatados, proprietários de iates, homens "de bem", dentro da Lei, brancos e honestos! Que sucesso! Então, se uma criança ou um adolescente bebe cachaça, bebe cerveja, o problema é da criança e dos pais. Mas, se uma criança ou um adolescente fumam maconha ou crack, aí o f.d.p. é o traficante! Numa coisa eu concordo com o filme: são os usuários das drogas que, no final das contas, sustentam a enorme imbecilidade do comércio legal ou ilegal ("tráfico") de drogas, e seu farto consumo. E é a desigualdade social, fruto em sua grande parte da desonestidade da maioria dos políticos em que a sociedade vota, que sustenta uma anormalidade como o Bope.
O MV Bill disse outra coisa que me assustou, e que eu já disse, mas vou repetir: dos que morrem nos confrontos com a polícia, nas favelas, a maioria não vive do tráfico, nem da prostituição, nem do roubo. O Mensageiro da Verdade Bill contou que muitas mães, cujos filhos são assassinados porque o Bope é "faca na caveira", chegam até ele e mostram os documentos dos seus filhos, chorando contra a injustiça de ver o filho morto: carteira de trabalho assinada, nada-consta da Justiça e da Polícia, certificado de reservista, título de eleitor. E morreu, mané, porque era preto, pobre e estava na favela. Isso é muito claro no filme. Não, não cabe repensar estratégias, saber realmente quem é o criminoso e prender o cara, para que ele seja julgado pelo crime que cometeu, afastado do convívio da sociedade e reeducado, regenerado para mudar de vida. O negócio é morder o cachorro que te mordeu. Sair atirando a esmo, torturar para obter informações, invadir a casa do pobre à noite e sair ameaçando quem quer que seja. O Haiti é aqui? Não, Guantánamo é aqui! Vale tudo, na luta valorosa contra o tráfico. Que heróis, esses caras do Bope.
O que eu queria, mesmo, é que eles entrassem em guerra contra a corrupção-mãe, a fonte, porque me parece que a Polícia Federal e a "Justiça" não dão conta do recado. Queria que o Capitão Nascimento fosse a Brasília e fizesse uma operação tática no Congresso Nacional, nos Ministérios, no Judiciário! Tem peixe graudo lá, Capitão Nascimento! Tem chefe de tráfico lá, Capitão Nascimento! Tem agenciador de prostituição lá, Capitão Nascimento! Tem corrupto por lá, Capitão Nascimento! Ao trabalho, tudo pela Pátria!
Eu queria que o Bope pegasse a lista dos empresários e dos políticos que não pagam impostos e mandam seu dinheiro ilegalmente para o exterior, que trabalham com doleiros, e entrasse em seus apês de luxo e casas com piscina, de madrugada, faca na caveira, atirando muito, saco plástico na mão. Aí, Capitão Nascimento, se algum deles disser que não sabe de nada, ou se recusar a responder porque a "Justiça" lhe concedeu esse direito, enfia o saco plástico na cabeça do cara até ele falar a verdade, OK? Pergunte por que o cara não paga imposto. Quantas crianças vão ficar sem uma escola decente e sem um hospital digno pra que esses caras continuem a não pagar impostos e passem suas férias em Paris tomando champagne Veuve Clicquot? Vai lá no Palácio do Planalto, Capitão Nascimento, e corte não o dedo, mas o braço inteiro do Lula, pra que ele diga por que privilegia o pagamento dos juros da dívida externa e o lucro dos bancos, por que nada faz contra a absurda Lei de "Responsabilidade Fiscal", por que não acaba com a CPMF e não investe nesta p. deste país. Tropa de Elite pega geral? Então pega geral, mas tem que pegar MESMO, OK? E quando um desses caras de colarinho branco se incomodar, mostre a ele a favela e pergunte quem é o responsável pela favela. Sim, pergunte quem é o responsável pela miséria, pelo abandono, pelo desemprego da favela. Se ele disser que é a queda do dólar, diga-lhe a verdade: "Não, o responsável pela favela é VOCÊ". Isso não foi mostrado em Tropa de Elite, que eu considero um filme ingênuo sob certos aspectos, crítico e realista sob outros.
***
Maya Felix
São Luis, 28/10/2007.
2 comentários:
Olá Maya.
Eu como a "ingênua" menina da rua, descoberta pelo pai (influente) foi capturada e presa pelo juizado de menores e fugiu, que teve o tio mais querido preso por oito anos no famigerado Carandiru (que conheci de ver e cheirar) que foi presa por porte e tráfico de drogas, que subiu o morro prá negociar com traficante, como trotuga, cantou prá polícia "Com açúcar com afeto" , algemada e presa no auge da ditadura (você nem tinha nascido), que viveu no rock and roll, na liderança do movimento "Contra Cultura" em São Paulo nos anos 70, e foi noiva de conde, publicitária, casada por 10 anos com um eminente jornalista (com salário de 18.000 dólares), virou "Senhora Valentini", alcoólatra ingressa em A.A. e finalmente crente, te digo:
O Tropa de Elite foi um tiro na minha cara!!!!!
"Há que se comer uma saca de sal juntos, prá se entender a vida...”.
Não estou aquí defendendo o filme em sí (muito menos a polícia, é óbvio), mas quero dizer que ele é mais real e direto do que parece.
beijos
Mama Mia,
A sua visão é de quem esteve dentro de um contexto do qual eu não fiz parte. A minha é outra, é de quem enxerga que por trás de certas "verdades" do filme existem outras, silenciadas, que deveriam vir à tona também. Não defendo o tráfico, nem os traficantes, só acho que a "justiça" neste país é só pra quem é pobre; aqui se mata, por dia, mais do que na Palestina, mais do que no Iraque, mais do que no Afeganistão. Isso não é normal.
Bjos,
Maya
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