Os amigos e os inimigos do Messias
Enviou-os a Belém e disse: “...Logo que o encontrarem, avisem-me, para que eu também vá adorá-lo”. Mt 2:8
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A primeira vinda do Messias – gerado miraculosamente e nascido desinstaladamente – foi o cumprimento de promessas proféticas. As estrelas e os anjos lhe emprestam um caráter cósmico; os pastores e os magos sinalizam o seu caráter terreno, histórico.
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As Boas Novas transformariam vidas individuais e relacionamentos, no grande milagre da metanóia (salvação e santidade), mas a sua destinação deveria ser muito mais ampla: a sinalização do Reino de Deus e seus valores diante dos anti-valores do anti-reino das trevas e da morte.
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Daí, o seu primeiro conflito foi de natureza política. O rei Herodes se sentiu ameaçado em seu trono, procurou (como muitos políticos, e não-políticos) “levar na conversa” os magos, com a demagogia e a insinceridade de procurar saber onde estava o menino, para ir e também adorar.
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Os magos, advertidos pelo céu, literalmente saíram pela tangente, e o rei, furioso, provocou um infanticídio coletivo, mandando matar todos os meninos de Belém, que tivessem de dois anos para baixo.
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Advertido em sonho, José toma Maria e a criança e vão para o Egito como refugiados políticos, somente voltando após a morte do tirano. Ao longo da História – e hoje – quantos tiranos forçaram milhares de pessoas a sair de suas terras e viverem em condições miseráveis como refugiados?
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Quando o Evangelho é anunciado em sua plenitude acaba sempre batendo de frente com os poderes deste mundo: político, econômico, social, cultural, religioso. O Evangelho desinstala, subverte, ameaça com a ordem de Deus a desordem do mundo.
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Hoje, além do fanatismo religioso anti-cristão, que gera um novo ciclo de martírio, discriminação e privação, de parte dos crescentes setores extremados das grandes religiões, temos a sua negação pelo racionalismo ocidental fora e dentro das Igrejas, e a própria festa tomada pelos símbolos do secularismo consumista.
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Concordo com o Rev. Ramacés Hartwig, nosso clérigo na Paraíba, que a nossa reação não pode se restringir ao mero lamento, ao mero discurso de denúncia ou a uma necessária renovação do anúncio, mas a um embate de símbolos, com a decoração de motivos natalinos cristãos nos lares e nos templos. No lugar de Papai Noel, o Presépio e a Coroa do Advento, para darmos dois exemplos.
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Um Evangelho que não incomoda os Herodes da nossa época; um Evangelho que ainda não se concretizou em Boas Novas para os pobres; um Evangelho que não motiva uma batalha no campo das artes, dos símbolos e do lúdico, é um Evangelho distorcido, parcializado. Alguma coisa está faltando.
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Os cristãos ultra-místicos que retiram o Evangelho da História para o recôndito da alma, o outro mundo ou o fim do mundo, e os cristãos, que em sua iconoclastia, despojamento, falta de sensibilidade artística ou anti-romanismo primário, procuram enfrentar os símbolos secularizantes com quatro paredes caiadas e um sermão raivoso, se tornam (tantas vezes como inocentes úteis) aliados dos inimigos do Messias.
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Cristo Nasceu! Cristo está Nascendo! Cristo Renascerá!
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Um abençoado natal para toda comunidade diocesana Anglicana do Recife – territorial e extraterritorial –, para nossos irmãos e amigos em todos os rincões, porque as novas de grande alegria “será para todo o povo” (Lc 2;10b).
Um abençoado natal para toda comunidade diocesana Anglicana do Recife – territorial e extraterritorial –, para nossos irmãos e amigos em todos os rincões, porque as novas de grande alegria “será para todo o povo” (Lc 2;10b).
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Dom Robinson Cavalcanti, Bispo Diocesano.
FONTE: Pavablog
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