Amar é ser Feliz
Quanto mais envelhecia, quanto mais insípidas me pareciam as pequenas satisfações que a vida me dava, tanto mais claramente compreendia onde eu deveria procurar a fonte das alegrias da vida.
Aprendi que ser amado não é nada, enquanto amar é tudo.
O dinheiro não era nada, o poder não era nada.
Vi tanta gente que tinha dinheiro e poder, e mesmo assim era infeliz.
A beleza não era nada.
Vi homens e mulheres belos, infelizes, apesar de sua beleza.
Também a saúde não contava tanto assim.
Cada um tem a saúde que sente.
Havia doentes cheios de vontade de viver e havia sadios que definhavam angustiados pelo medo de sofrer.
A felicidade é amor, só isto.
Feliz é quem sabe amar.
Feliz é quem pode amar muito.
Mas amar e desejar não é a mesma coisa.
O amor é o desejo que atingiu a sabedoria.
O amor não quer possuir.
O amor quer somente amar .
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Texto de Hermann Hesse, Prêmio Nobel de Literatura, in: Sull'amore, mondadori. Foto: Herman Hesse, 1927 (fonte: Wikipédia).
Hermann Hesse (Calw, Württemberg, Alemanha, 2 de julho de 1877 - Montagnola, Tessino, Suíça, 9 de agosto de 1962). Escritor alemão, emigrou para a Suíça em 1912 e em 1923 naturalizou-se suíço.
Filho de pais missionários protestantes (pietistas, como é típico da Suábia) que tinham pregado o cristianismo na Índia.
Procurou construir sua própria filosofia, a partir de sua revolta pessoal (Peter Camenzind, 1904) e de sua interpretação pessoal das correntes filosóficas do Oriente (Sidarta), e em especial em O Lobo da Estepe (1927), que é também uma crítica contra o militarismo e o revanchismo vigente na sua terra natal depois da Primeira Guerra Mundial. Esta postura corajosa o fez bastante popular na Alemanha do pós-guerra, depois da desnazificação.
Em 1946 ganhou o Prêmio Nobel de Literatura, pelo livro O Jogo das Contas de Vidro.
(FONTE: Wikipédia)
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