Creio que não existe nada de mais belo, de mais profundo, de mais simpático, de mais viril e de mais perfeito do que o Cristo; e eu digo a mim mesmo, com um amor cioso, que não existe e não pode existir. Mais do que isto: se alguém me provar que o Cristo está fora da verdade e que esta não se acha n'Ele, prefiro ficar com o Cristo a ficar com a verdade. (Dostoievski)

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11 de set. de 2007

Khalil Gibran [1]


"Então, Almitra disse:'Fala-nos do amor'
E ele ergueu a fronte e olhou para multidão, e um silêncio caiu sobre todos,
e com uma voz forte, disse:

'Quando o amor vos chamar, segui-o,
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;
E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe,
Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos;
E quando ele vos falar, acreditai nele,
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos como
o vento devasta o jardim.

Pois, da mesma forma que o amor vos coroa, assim
ele vos crucifica.
E da mesma forma que contribui para
vosso crescimento, trabalha para vossa poda.
E da mesma forma que alcança vossa altura e acaricia
vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol,
Assim também desce até vossas raízes e as sacode no
seu apego à terra.
Como feixes de trigo, ele vos aperta junto ao seu coração.
Ele vos debulha para expor vossa nudez.
Ele vos peneira para libertar-vos das palhas.
Ele vos mói até a extrema brancura.
Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis.
Então, ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma
no pão místico do banquete divino.
Todas essas coisas, o amor operará em vós para que
conheçais os segredos de vossos corações e, com esse
conhecimento, vos convertais no pão místico do banquete divino.

Todavia, se no vosso temor, procurardes somente a
paz do amor e o gozo do amor,
Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez
e abandonásseis a eira do amor,
Para entrar num mundo sem estações, onde rireis, mas
não todos os vossos risos, e chorareis, mas não todas as
vossas lágrimas.
O amor nada dá senão de si próprio e nada recebe
senão de si próprio.
O amor não possui, nem se deixa possuir.
Pois o amor basta-se a si mesmo.
Quando um de vós ama, que não diga: 'Deus está no
meu coração', mas que diga antes: 'Eu estou no coração de Deus.'
E não imagineis que possais dirigir o curso do amor
pois o amor, se vos achar dignos, determinará ele próprio
o vosso curso.
O amor não tem outro desejo senão o de atingir
a sua plenitude.
Se, contudo, amardes e precisardes ter desejos, sejam
estes os vossos desejos:
De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho
que canta sua melodia para a noite;
De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada;
De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor
E de sangrardes de boa vontade e com alegria;
De acordardes na aurora com o coração alado e agradecerdes por um
novo dia de amor;
De descansardes ao meio-dia e meditardes sobre o
êxtase do amor;
De voltardes para casa à noite com gratidão;
E de adormecerdes com uma prece no coração para o
bem-amado, e nos lábios uma canção de bem-aventurança."

Gibran Khalil
(de O Profeta)


Gibran Khalil Gibran
( 1883 – 1931 )


Gibran Khalil Gibran nasceu no Líbano no final do século XIX, terra então dominada pelo Império Turco Otomano, há milênios conturbada e há milênios preocupada com o fenômeno filosófico e religioso. Com o crescimento do perigo fascista para a região, lá conhecido como “sionismo” [ESSA INFORMAÇÃO ACERCA DO SIONISMO ESTÁ NO LIVRO DE KHALIL GIBRAN, DO QUAL RETIREI ESTA PASSAGEM DE SUA BIOGRAFIA. NÃO SEI SE O SIONISMO É UM MOVIMENTO FASCISTA], mudou-se para os EUA, ali radicando-se desde o início do século passado [caramba, somos todos do século passado!] e tornando-se uma das principais referências intelectuais para o conhecimento da alma do povo muçulmano, druso, maronita ou cristão ortodoxo em geral, libaneses em particular. Aos 14 para 15 anos tornei-me leitor ávido de sua obra, mais ou menos como os jovens hoje lêem “Senhor dos Anéis” ou “Harry Potter”, com a enorme vantagem, a meu juízo, de os escritos de Gibran trazerem sempre alguma mensagem importante para nós, algo que nos marca o horizonte existencial por toda uma (ou mais) existência! (...)






Gibran Khalil Gibran (6 de janeiro de 1883, Bicharre, Líbano10 de abril de 1931, Nova Iorque, Estados Unidos da América), também conhecido simplesmente como Khalil Gibran, outras vezes, impropriamente por Kahlil Gibran, nasceu e registrou-se Gibran Khalil Gibran (árabe: جبران خليل جبران, siríaco: ܓ̰ܒܪܢ ܚܠܝܠ ܓ̰ܒܪܢ, que se escrevem e lêem, ambos, da direita para a esquerda), foi um ensaísta, filósofo, prosador, poeta, conferencista e pintor de origem libanesa, cujos escritos, eivados de profunda e semples beleza e espiritualidade, alcançaram a admiração do público de todo o mundo.
Seu nome completo
transliterado para línguas ocidentais (de base alfabética predominantemente neo-latina), é Gibran Khalil Gibran, assim assinando em árabe. Em inglês (pois foi nos Estados Unidos da América que ele desenvolveu a maior parte da sua atividade produtiva), preferiu a forma reduzida e ligeiramente modificada de Khalil Gibran. E assim se conhece em todo o mundo ocidental.
Em sua relativamente curta, porém prolífica existência (viveu apenas 48 anos), Khalil Gibran produziu obra literária acentuada e artisticamente marcada pelo misticismo oriental, que — por essa razão — alcançou popularidade em todo o mundo. Sua obra, acentuadamente romântica e influenciada por fontes de aparente contraste como a
Bíblia, Nietzsche e William Blake, trata de temas como o amor, a amizade, a morte e a natureza, entre outros. Escrita em inglês e árabe, expressa as inclinações religiosas e mística do autor. Sua obra mais conhecida foi Asas Partidas, que fala da primeira história de amor dele.
Todos seus livros foram traduzidos para o português por
Mansour Challita
Gibran Khalil Gibran faleceu em
10 de abril de 1931 (Nova Iorque, Estados Unidos da América), causa mortis dita ser cirrose e tuberculose.
.
FOTOGRAFIA: Khalil Gibran
FONTES: web

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