296ª edição (6 de julho) - O governador Jackson Lago e a Universidade Estadual do Maranhão.
Por Mayalu Félix.
Data:
6 Jul 2007 09:02:34 -0300
De: "Caros Amigos" webmaster@carosamigos.com.br
Sou professora da Universidade Estadual do Maranhão, e neste texto tento explicar da melhor forma possível nossa grave situação. Nós, professores da UEMA, estamos em greve há mais de 40 dias, desde o dia 02/05/2007. O governador Jackson Lago, que antes das eleições aceitava qualquer convite para visitas e debates, hoje se recusa a nos receber. Ganhamos mal e a universidade é pobre, apesar do esforço dos professores e funcionários para mantê-la de pé.
O Governo, apesar disso, enviou um projeto de Lei à Assembléia Legislativa, que foi aprovado e sancionado em dois dias e que nos prejudica letalmente. Essa Lei, chamada por nós de "Lei do Cão", é a 8592/2007, que transforma nossos salários em "subsídios", o que é inclusive inconstitucional. Subsídio significa parcela única e não permite nenhuma gratificação. O que é hoje gratificação (por periculosidade, para os professores que trabalham com animais e produtos químicos; por titulação, para quem faz pós-graduação etc.) será chamado de "vantagens pessoais". E isso vale para todo o funcionalismo público do Maranhão. Os professores da rede estadual de ensino (primeiro grau e segundo, salvo engano) também estão em greve. Na capital e em todas as cidades do interior as salas de aula estão vazias.
Na UEMA somos 933 professores, 57 mil alunos e 800 funcionários. Há campi em várias cidades do interior, mas funcionando mal, pois não há verbas. Já fomos para as ruas, pacificamente, e recebemos paulada e balas de borracha do batalhão de choque da PM, a mando do Governo. Nossas negociações não avançam.
Enquanto isso, a Assembléia Legislativa e o Executivo criaram mais de três mil cargos comissionados. O chefe de gabinete do governador, Aderson Lago, empregou sua mãe, de 80 anos, em um desses cargos. A situação é caótica e ameaça a própria existência da universidade. Como disse, alguns professores, que trabalham em áreas como química e veterinária, perderam seu adicional de insalubridade, o que significou, para muitos, menos de R$ 1.600,00 no contracheque. Aliás, o governo ainda não nos entregou o contracheque de maio. As gratificações por titulação, reitero, acabaram, e no final das contas recebemos algo que o governo chama de "vantagens pessoais".
Um juiz não ganha menos de R$ 15.000,00. Eu, que tenho graduação em Letras e mestrado em Lingüística feito em Paris e reconhecido pelo MEC, ganho R$ 2.445,00 líquidos. Um professor em fim de carreira, ou seja, titular, com dedicação exclusiva, ganha R$ 5.575,00. O menor salário é o de professor auxiliar, de R$ 1.368,00. Mas nossa greve, pasme, não é por aumento salarial. Reivindicamos somente voltar ao regime anterior à Lei 8592, de 30/04/2007.
O Governo, apesar disso, enviou um projeto de Lei à Assembléia Legislativa, que foi aprovado e sancionado em dois dias e que nos prejudica letalmente. Essa Lei, chamada por nós de "Lei do Cão", é a 8592/2007, que transforma nossos salários em "subsídios", o que é inclusive inconstitucional. Subsídio significa parcela única e não permite nenhuma gratificação. O que é hoje gratificação (por periculosidade, para os professores que trabalham com animais e produtos químicos; por titulação, para quem faz pós-graduação etc.) será chamado de "vantagens pessoais". E isso vale para todo o funcionalismo público do Maranhão. Os professores da rede estadual de ensino (primeiro grau e segundo, salvo engano) também estão em greve. Na capital e em todas as cidades do interior as salas de aula estão vazias.
Na UEMA somos 933 professores, 57 mil alunos e 800 funcionários. Há campi em várias cidades do interior, mas funcionando mal, pois não há verbas. Já fomos para as ruas, pacificamente, e recebemos paulada e balas de borracha do batalhão de choque da PM, a mando do Governo. Nossas negociações não avançam.
Enquanto isso, a Assembléia Legislativa e o Executivo criaram mais de três mil cargos comissionados. O chefe de gabinete do governador, Aderson Lago, empregou sua mãe, de 80 anos, em um desses cargos. A situação é caótica e ameaça a própria existência da universidade. Como disse, alguns professores, que trabalham em áreas como química e veterinária, perderam seu adicional de insalubridade, o que significou, para muitos, menos de R$ 1.600,00 no contracheque. Aliás, o governo ainda não nos entregou o contracheque de maio. As gratificações por titulação, reitero, acabaram, e no final das contas recebemos algo que o governo chama de "vantagens pessoais".
Um juiz não ganha menos de R$ 15.000,00. Eu, que tenho graduação em Letras e mestrado em Lingüística feito em Paris e reconhecido pelo MEC, ganho R$ 2.445,00 líquidos. Um professor em fim de carreira, ou seja, titular, com dedicação exclusiva, ganha R$ 5.575,00. O menor salário é o de professor auxiliar, de R$ 1.368,00. Mas nossa greve, pasme, não é por aumento salarial. Reivindicamos somente voltar ao regime anterior à Lei 8592, de 30/04/2007.
O governador Jackson Lago foi eleito com o apoio maciço dos professores da rede pública, seja de primeiro, segundo ou terceiro graus. Conosco, da UEMA,
firmou em cartório compromisso de que daria a tão sonhada autonomia à Universidade, melhoraria as condições de trabalho de professores e funcionários, entre outras coisas. Temos um documento assinado por ele com firma reconhecida em cartório! A Constituição Estadual garante um percentual do Orçamento do Estado (5%), que jamais nos é integralmente repassado. Pelo contrário, vamos rumo ao abismo. Os funcionários não têm Plano de Cargos, Carreiras e Salários, e quase todos ganham menos que o salário mínimo (eu diria 99%).
Mayalu Félix
Fonte: site da revista Caros Amigos, link Correio Caros Amigos.
firmou em cartório compromisso de que daria a tão sonhada autonomia à Universidade, melhoraria as condições de trabalho de professores e funcionários, entre outras coisas. Temos um documento assinado por ele com firma reconhecida em cartório! A Constituição Estadual garante um percentual do Orçamento do Estado (5%), que jamais nos é integralmente repassado. Pelo contrário, vamos rumo ao abismo. Os funcionários não têm Plano de Cargos, Carreiras e Salários, e quase todos ganham menos que o salário mínimo (eu diria 99%).
Mayalu Félix
2 comentários:
Oi.
Adicionei seu link em meu blog.
Volto com tempo para ler o post.
Beijão.
Irmã Maya,
graça, paz e bem!
Muito obrigado pelo carinho.
Que Deus continue a abençoá-la.
Felicidades!
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