Creio que não existe nada de mais belo, de mais profundo, de mais simpático, de mais viril e de mais perfeito do que o Cristo; e eu digo a mim mesmo, com um amor cioso, que não existe e não pode existir. Mais do que isto: se alguém me provar que o Cristo está fora da verdade e que esta não se acha n'Ele, prefiro ficar com o Cristo a ficar com a verdade. (Dostoievski)

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31 de ago. de 2007

Livro da Cesta Santa [1]

Hoje comentei aqui acerca de um livro que estou lendo.
Vá mais embaixo, aqui no Blog, e você vai ler um techo que eu selecionei.
O livro é este:


Serviço de utilidade pública [2]

Pra quem mora em São Luis...

BATISMO DE SANGUE

Baseado em fatos reais.
O filme conta a história dos frades dominicanos, que movidos por ideais cristãos, se envolvem na luta clandestina contra a ditadura militar, no final dos anos 60. São presos e torturados. Um deles, Frei Tito, é mandado para o exílio na França, onde, atormentado pelas imagens de seus carrascos, comete suicídio.
Com Caio Blat, Daniel de Oliveira, Ângelo Antonio, Cassio Gabus Mendes e grande elenco. Inspirado no livro de Frei Betto, vencedor do prêmio Jabuti.
Direção: Helvécio Ratton/ Gênero: Drama/ Origem: Brasil-França/Duração: 110minutos.
Sessões: 18:30 e 20:30, de segunda a domingo.
Ingressos: R$ 4,00 (inteira), R$ 2,00 (estudantes e maiores de 60 anos); R$ 1,00 (aos domingos); segunda-feira: meia para todos!!!

Cine Praia Grande - Centro de Criatividade Odylo Costa Filho, Centro Histórico; tel: 98 - 3218 9934.
A partir deste sábado, dia 1° de setembro, no Cine Praia Grande.

***

O CHEIRO DO RALO

Lourenço (Selton Mello) tem como profissão comprar objetos usados de pessoas que passam por dificuldades financeiras, o que o leva a desenvolver um jogo perverso com seus clientes. Num encontro casual, Lourenço se vê obrigado a relacionar-se com uma mulher usando uma moeda que deixou de lado há muito tempo: o afeto. Perturbado pelo simbólico e fedorento cheiro do ralo que existe na loja, Lourenço acaba sendo confrontado pelos personagens que julgava controlar.
Com Selton Mello, Flavio Bauraqui, Alice Braga, Jorge Cerruti, Susana Alves, André Frateschi, e grande elenco.
Direção: Heitor Dhalia/ Roteiro: Heitor Dhalia, Marçal Aquino/ Gênero: Comédia/ Origem: Brasil/ Duração: 112 minutos
Ingressos: R$ 4,00 (inteira), R$ 2,00 (estudantes e maiores de 60 anos); R$ 1,00 (aos domingos); segunda-feira: meia para todos!!!

Cine Praia Grande - Centro de Criatividade Odylo Costa Filho, Centro Histórico; tel: 3218 9934.
Às 16:30, de segunda a domingo.

Recebi por mensagem, no Orkut.

Machado de Assis [6]

"Todos os contrastes estão no homem."
Machado de Assis, em Esaú e Jacó (romance)

Vida Simples [2]

"(...)

O senador romano Marco Túlio Cícero entrou para a história pela sua oratória. Entre todos os seus discursos, o mais famoso é o que inicia falando sobre o limite da paciência: 'Quosque tandem abutere, Catilina, patientia nostra?' – 'Até quando, Catilina, abusarás de nossa paciência?'.

Cícero dirigia suas palavras a Lúcio Sérgio Catilina, outro político, que havia sido derrotado nas eleições. Inconformado com a derrota, Catilina estava liderando um movimento que visava enfraquecer o Senado e derrubar a República. Cícero organizou seus argumentos contra essa conspiração em quatro discursos, que foram publicados com o nome da Catilinárias, legando às gerações futuras um dos mais belos conjuntos de argumentos lógicos contra a infâmia.

A frase de Cícero tem sido repetida incontáveis vezes há mais de 2 mil anos. Cada vez que o poder que alguém se atribui oprime seu semelhante, a paciência deve dar lugar à indignação. E a primeira manifestação desta pode ser exatamente essa pergunta: 'Até quando abusarás de minha paciência?' No lugar de Catilina, estamos autorizados a colocar o nome que couber para cada situação.

Haja nomes...

(...)"

Extraído do site da revista Vida Simples.

30 de ago. de 2007

Machado de Assis [5]

"Contentamento traz derramamento"
Machado de Assis, em Memorial de Aires.

Infantil [1]

Fonte: Revista em quadrinhos Mônica, nº 8, p. 82.
Para ver a imagem ampliada, clique nela!

Agrônoma

NOTA DA MAYA: Ticiane Pinheiro é atriz, modelo e agrônoma.

Fonte: Revista Época, nº 483, 20/08/2007, p.32.
Para ver a imagem ampliada, clique nela.

Criança-esperança [5] - DIGA NÃO ÀS DROGAS! DIGA DE NOVO!

DEPOIMENTO DE EX-VICIADA.

Para ver este depoimento, clique primeiro no ícone correspondente a "pause" na caixa cor-de-rosa (Maya_musique) à direita do blog... Depois, clique no ícone correspondente a "play", aqui.

ATENÇÃO: SE VOCÊ É UMA PESSOA SENSÍVEL, NÃO VEJA! O DEPOIMENTO É CHOCANTE.



Campanha com prêmio bronze no Festival de Gramado de 2003.

Rápida e indolor [7]

A freira vai ao médico:
-- Doutor, tenho tido um ataque de soluço, que não me deixa viver. Não durmo, não como, e tenho dor no corpo de tanto movimento compulsivo involuntário.
-- Tenha calma, irmã, que vou examiná-la.
Ele a examina e diz:
-- Irmã, a senhora está grávida.
A freira, de um salto se levanta e sai correndo do consultório, com cara de pânico.
Uma hora depois, o médico recebe uma chamada da madre superiora do convento:
-- Doutor, o que o senhor disse pra irmã Carmem?
-- Cara Madre Superiora, como ela tinha uma forte crise de soluço, eu disse que ela estava grávida. Espero que com o susto ela tenha parado de soluçar!
-- Sim, a irmã Carmem parou de soluçar, mas o padre Paulo pulou da torre da igreja.

Colaboração: Claudíssima!

As mulheres preferem os loiros

O loiro surfista, bronzeado, tá no carro com sua namorada, uma estudante universitária. Os dois estão num namoro desenfreado! Beijo pra cá, beijo pra lá, e lá pelas tantas a garota pergunta...
-- Meu bem, você não quer ir para o banco de trás?(diz ela, já bastante afoguedada)
-- Para o banco de trás? Não. O namoro continua, mais beijo, mais aperto, mais amasso e...
-- Amorzinho, você não quer mesmo ir para o banco de trás? (diz ela, já com muito desejo)
-- Não, não quero. A pobre moça, já meio desnorteada, continua no beija-beija, esfrega-esfrega até que...
-- Meu bem, tem certeza de que não quer ir para o banco de trás? (já nas últimas).
-- Mas que coisa! Já disse que não! Claro que não!
Sem compreender nada e completamente atordoada, ela pergunta (ao que ele responde...):
-- Mas por quê?
-- Porque prefiro ficar aqui, perto de você, minha linda...

Colaboração: Claudíssima!
Adaptação: Maya!

Extensão universitária


A Universidade de Brasília, UnB, realizará um ciclo de palestras acerca de assuntos diversos relativos ao meio empresarial. Os interessados podem entrar em contato com a Reitoria.
**
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1/9/2007: Importação: aspectos legais - Cônsul do Paraguai (carga horária: 15 min.);

2/9/2007: Falando com agilidade, pensando com rapidez - Senador Eduardo Suplicy (c/h: 5h);

3/9/2007: Curso de dicção: expressando-se claramente - Vicentinho (c/h: 4h21m53s);

4/9/2007: Reconhecendo os erros: a serenidade no fracasso - Zagallo (c/h: 11 letras);

5/9/2007: Controle emocional - Heloísa Helena, presidente do PSOL (c/h: o dia inteiro, com pausa para sessão de relaxamento);

6/9/2007: Construindo para durar - Sérgio Naya (c/h: do começo até o desabamento);

7/9/2007: Falando a verdade - Paulo Maluf (c/h: 2h, ou 1h, ou menos, ou mais, se alguém conseguir provar);

8/9/2007: Como se desenvolver sem ser uma sombra do seu chefe - Senador Epitácio Cafeteira (c/h: do início até a hora em que o chefe ligar);

9/9/2007: Competindo para vencer - Sr. Manuel Joaquim, presidente da Portuguesa de esportos (c/h: depende do fuso horário de Portugal);

10/9/2007: Alcoolismo no trabalho - Presidente Lula (c/h: se for vaiado, 0 min.);

11/9/2007: Mantendo-se em evidência - Orestes Quércia (c/h: quanto mais tempo, melhor);

12/9/2007: Mudando para melhor - Príncipe Charles (c/h: do início até o chá das cinco);

13/9/2007: A explosão do sucesso - Presidente da TAM, Marco Antônio Bologna (c/h: a maior possível, pois nada substitui o lucro);

14/9/2007: Como trabalhar sob pressão - Ronaldo (c/h: dois tempos de 45 min.) - obs.: Esta palestra contará com tradução simultânea português-francês;

15/9/2007: Expressando-se com elegância - Ministra Marta Suplicy (c/h: das preliminares até a ministra conseguir relaxar e...);

16/9/2007: O corpo fala - Ministro Marco Aurélio Garcia (c/h: "top, top, top");

17/9/2007: Trabalhando em equipe - Governador Jackson Lago (MA) (c/h: 10 votos a 1);

18/9/2007: Pecuária: o negócio do futuro - Senador Renan Calheiros, (quase ex-)Presidente do Senado Federal (c/h: pouco tempo, mas o palestrante sempre se recusa a deixar a cadeira);

19/9/2007: Desenvolvimento sustentável - Ministra Dilma Roussef (c/h: acelerada, assim como o PAC...);

20/9/2007: Empreendimento cultural e responsabilidade financeira - Norma Benguel (c/h: Brasil, 2h10m);

21/9/2007: Jornalismo de sucesso: encontrando as melhores fontes - Mônica Veloso, jornalista (c/h: 9 meses);

22/09/2007: Seja seu próprio negócio e desenvolva suas potencialidades - Bruna Surfistinha, mais conhecida como Raquel Pacheco, escritora e filósofa (c/h: depende dos honorários pagos);

ENCERRAMENTO: Vídeoconferência - 23/09/2007: Encontrando velhos amigos, fazendo bons negócios. Uma nova experiência - Antônio Carlos Magalhães, alma penada (c/h: a eternidade).

Rápida e indolor [6]

Na Escola Dominical da Assembléia de Deus... turma "Cordeirinhos de Deus", de 6 a 9 anos... a irmã profesora quer explicar o significado da palavra "unção" aos pequenos. Então, depois da oração, começa a falar:
-- Alguém aqui sabe o que é "unção"? Se souber, levante o dedinho.
E o pequeno Jeremias levanta o dedinho:
-- Professora, tá errado.
A professora, cenho franzido, pergunta:
-- Como assim, Jeremias? Unção é muito importante...
E o Jeremias responde:
-- É que eu aprendi ontem, na escola, que "um é, dois são..."

Luis Fernando Veríssimo [2]

Lingüiças calabresas

-- Alô?
-- Quem fala?
-- Quem quer saber?
-- Quem é, por favor?
-- Diga você quem é.
-- O Dr. Márcio está?
-- Quem quer saber?
-- Está ou não está?
-- Depende.
-- Depende do quê?
-- De quem quer saber.
-- É o...
-- Espere! Qual é o assunto?
-- O assunto é com o Dr. Márcio.
-- Pode dizer pra mim.
-- Mas quem é você?
-- Primeiro me diga quem é você.
-- Aqui é o...
-- Não use seu nome verdadeiro!
-- Por quê?
-- Use um pseudônimo.
-- Que história é essa? Por que pseudônimo?
-- Podem estar gravando.
-- Quem?
-- E eu sei?
-- Dr. Márcio... é o senhor?
-- Não. Meu nome é... deixa ver... Balduíno.
-- Você se chama Balduíno?
-- Claro que não. É pseudônimo. Invente um também.
-- Isto é ruidículo.
-- Eu vou desligar.
-- Está bem! Frajola.
-- "Frajola"?!
-- Jaime! Jaime!
-- Muito bem, Jaime. E qual é o assunto?
-- É com o Dr. Márcio.
-- Pode me dizer que eu transmito pro Márcio. Que também é um pseudônimo, claro.
-- "Márcio" não é o nome do Dr. Márcio?
-- Depende do assunto.
-- É sobre o pacote que ele encomendou do...
-- Espere! Não fale assim tão claramente. Use linguagem figurada.
-- Linguagem figurada?
-- É. Em vez de pacote, diga coisa. Não, "coisa" pode ser mal interpretada. Diga "encomenda".
-- A encomenda que ele encomendou do...
-- Não diga o nome!
-- Por quê?!
-- Não queremos incriminar ninguém.
-- Mas não há crime algum!
-- Isto vai depender da interpretação. Esta conversa já está pra lá de suspeita.
-- Eu só queria avisar ao Dr. Márcio que as lingüiças chegaram.
-- As lingüiças. Boa, boa.O pseudônimo de "encomenda".
-- Não, são lingüiças mesmo.
-- Um pacote de lingüiças?
-- É. Calabresas. Que o Dr. Márcio encomendou do... De alguém.
-- Já entendi! Já entendi tudo. Você é que está gravando este telefonema. Esta conversa toda é para me incriminar. Ou incriminar o Márcio. Pseudônimos. Linguagem figurada... Já vi tudo! Amanhã ela sai no Jornal Nacional e é óbvio que "pacote de lingüiças calabresas" vai parecer código.
-- Mas foi você que sugeriu os pseudônimos, a linguagem figurada, o...
-- Arrá! Vocês não me pegam. Nego tudo. Aliás, nem sou eu falando. Provem que sou eu.
-- Quer saber de uma coisa, seu Balduíno? Pra mim chega. O recado está dado. As lingüiças chegaram. Passe bem.
-- Espere. Agora me lembro. As lingüiças que eu encomendei. Calabresas. Claro, claro. Me lembrei.
-- É o senhor, Dr. Márcio?
-- É. Claro, claro, sou eu. Desculpe. Sabe como é. A gente vai ficando meio paranóico...

***
Crônica de Luis Fernando Veríssimo, extraída do jornal O Estado de São Paulo, p. D18, Cultura, 17/06/2007.

Mulheres são de Vênus [3]

Mulheres alteradas é uma criação da argentina Maitena!
Fonte: revista Cláudia, nº 7, ano 46, julho/2007, p. 216.
Para ver a imagem ampliada, clique nela duas vezes.

Rápida e indolor [5]

Um jovem vai à igreja se confessar:
-- Padre, eu toquei nos seios da minha namorada.
-- Você tocou por cima ou por baixo da blusa dela?
-- Foi por cima da blusa dela, padre.
-- Mas tu é muito do babaca mesmo, né?! Por baixo da blusa a penitência é a mesma!

Colaboração: Claudíssima!

Rápida e indolor [4]

Na noite passada, fui convidado para uma reunião com a galera e disse ao meu pai que estaria de volta cedo: Prometi! Mas as horas passaram rápido: o assunto rendendo, o som legal e as bebidas rolando soltas.Por volta das 3 da manhã, bêbado feito um gambá, eu fui para casa. Mal entrei e fechei a porta, o cuco no hall disparou e cantou 3 vezes.

Rapidamente, percebendo que meu pai poderia acordar, eu fiz "cu-co" mais 9 vezes. Fiquei realmente orgulhoso de mim mesmo por ter uma idéia tão brilhante e rápida, mesmo de porre, para evitar um possível conflito com ele.

Na manhã seguinte, meu pai perguntou a que horas eu tinha chegado e eu disse a ele "meia-noite". Ele não pareceu nem um pouquinho desconfiado. Ufa!!! Daquela eu tinha escapado! Então, ele disse: "Nós precisamos de um novo cuco". Quando eu perguntei porque, ele respondeu: "Bom, esta noite nosso relógio fez 'cuco' 3 vezes e então depois disse 'CARALHO..MI FUDI!!!', fez 'cuco' mais 4 vezes, riu, cantou mais 3 vezes, riu de novo, cantou mais 2 vezes. Tropeçou no gato, chutou a mesinha da sala, arrotou forte e deu uma vomitada no tapete..."

Colaboração: Claudíssima!

Versão

"Não importa o fato, mas a versão do fato."
Gustavo Capanema

Chapeuzinho e a mídia...

Como seria a história de Chapeuzinho Vermelho contada pela mídia brasileira hoje? (ATUALIZADA EM 2010...)

JORNAL NACIONAL:
William Bonner: "Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um lobo na noite de ontem..." Fátima Bernardes: "... mas a atuação de um caçador evitou uma tragédia."

FANTÁSTICO:
Glória Maria: "Que gracinha, gente. Vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo. Não é mesmo, querida?"


PROGRAMA DO DATENA:
Datena: "Onde é que a gente vai parar, cadê as autoridades? A menina ia para a casa da avozinha a pé ! Não tem transporte público! E foi devorada viva! Põe na tela! Tem um link para a floresta, diretor?"


PROGRAMA DO LEÃO LOBO:
Leão Lobo: "Geeeente! O que esse lobo foi fazer com essa Chapeuzinho??? E eu, que sou leão, que sou lobo também, e ele nunca me procurou??!! Tolinho..."

PROGRAMA DA MÁRCIA GOLDSMITH:
Márcia: O lobo no polígrafo. Vamos ver se ele mentiu ou não para a Chapeuzinho!
REVISTA CLÁUDIA:
Como chegar à casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no caminho.
REVISTA NOVA:
Dez maneiras de levar um lobo à loucura. Teste se você é uma Chapeuzinho Vermelho.

REVISTA MARIE-CLAIRE:
Na cama com o lobo. Revelações de uma ex-Chapeuzinho.

JORNAL O ESTADO DE S. PAULO:
Fontes confirmam que lobo que devorou Chapeuzinho seria amigo do filho de Zé Dirceu.

REVISTA VEJA:
EXCLUSIVO! Ações do lobo eram patrocinadas pelo Governo Lula e o PT.
Páginas Amarelas da VEJA: Entrevista com o Senador Arthur Virgílio: "Está claro que houve tentativa de quebra de sigilo bancário da Chapeuzinho por parte da Dilma e do Tarso Genro. Eles têm que cair."

CORREIO BRAZILIENSE:
Lobo fazia lobby no Congresso a favor de indústria frigorífica e confirma relação com Renan Calheiros. Senador aloagoano nega, e acrescenta que conhecia Chapeuzinho Vermelho superficialmente.
JORNAL ESTADO DE MINAS:
Chapeuzinho come o lobo enquanto o lenhador vai pra floresta com a vovó.

JORNAL ZERO HORA:
Avó de Chapeuzinho nasceu no RS.

JORNAL AGORA:
Sangue e tragédia na casa da vovó!
REVISTA CARAS:
Chapeuzinho fala a CARAS:"Até ser devorada, eu não dava valor para muitas coisas da vida. Hoje sou outra pessoa"

REVISTA PLAYBOY:
Veja o que só o lobo viu!


REVISTA CRISTIANISMO HOJE:
Fé em ação: o que fazer com o lobo?
Pesquisa revela: Apesar da polêmica, maioria dos crentes acredita no arrependimento do lobo.
* Mas a opinião não é unanimidade: tradicionais e neopentecostais pregam pena de morte
* Ex-fiel da Universal revela que lobo já foi Bispo
* Igreja Católica prefere não comentar o assunto. Lobo deve ser transferido de paróquia.

REVISTA ISTOÉ:
Gravações revelam que lobo foi assessor de influente político de Brasília.

REVISTA G MAGAZINE:
Lenhador mata o lobo e mostra o pau !

REVISTA ON-LINE O FUXICO:
A toca do lobo era na mata atrás da casa do Marcos Valério.

REVISTA CARTA CAPITAL:
Camada popular faminta insufla-se contra as elites e devora um de seus representantes.

JORNAL PEQUENO:
Ataque a Chapeuzinho Vermelho teria sido promovido por Lobão, a mando da família
Sarney. [local, Maranhão]

JORNAL O ESTADO DO MARANHÃO:
ENTREVISTA EXCLUSIVA

Sarney afirma: "Apoiamos chapeuzinho vermelho, a cor não importa para nós desde que seja para o bem do Maranhão." [local, Maranhão]

JORNAL O IMPARCIAL:
Caçador que salvou Chapeuzinho Vermelho será secretário no Governo de Jackson Lago. Lobão é acusado do ataque, mas nega participação.
[local, Maranhão]

REVISTA CAROS AMIGOS:
O que há por trás do ataque a Chapeuzinho Vermelho:

líder do MST conta tudo em entrevista explosiva!


Jairzinho, canal 12:
“O lobo comeu, tá comido! Quem mandou estar por aí, sozinha, de vermelho? Sabe que este governo estadual não oferece segurança mesmo! Coitado é o caçador, que ganha um salário mínimo, porque o governo Jackson explora os caçadores!”
[local, Maranhão]

Chico Viana, canal 8:
“Pois é... como é mesmo o nome da manchete? É, isso mesmo... que condições uma criança tem de sair de sua casa, com seu chapeuzinho vermelho? Onde está a punição para o lobo? E o caçador, quem estava no comando da operação?”
[local, Maranhão]

JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO:
PSDB apoia lobo e ajuda a tramar farsa contra a Bolsa Vermelha de Chapeuzinho. Caçador conta tudo em entrevista exclusiva.

29 de ago. de 2007

Superação. É essa a palavra. Com vocês, Paul Potts.

Recebi o link para este vídeo de uma amiga, Mônica. Confesso que chorei ao ver, e ao ler a mensagem dela, muito breve, que eu reproduzo aqui. Na vida tudo se supera, na vida todos podemos superar o que quer que seja. Não é filosofia de botequim, é a conclusão única diante do fato de que respirar já é um milagre. Então, se você ainda pode respirar, lute. Lute por você mesmo, para poder lutar pelos outros. Divida sua força, porque quanto mais se luta mais forte se é. E, por favor, entenda isso, de uma vez por todas: sem fraqueza não há luta. Sem queda não se levanta. Quem nunca perdeu jamais sentiu como é sublime o gosto da vitória. Os que perseveram sabem que a vitória já é poder lutar. Essa é a vitória. Há uma frase de que gosto muito: "Caminante no hay camino; el camino se hace al andar". Esta frase é de um poeta espanhol, socialista e cheio de esperança, Antonio Machado. Não há receitas, não há previsões, nem certezas. "Viver ultrapassa todo entendimento." (Clarice Lispector)
"Aconteceu em Londres, num programa televisivo no estilo Fama. A escolha era pública e com um júri muito rigoroso. Apresentou-se então um obreiro, atendente em uma cafeteria. Seu aspecto é simples e os dentes posteriores enviesados, o que deixou a todos preocupados com a sorte do candidato a cantor. Para piorar o que para todos afigurava-se um vexame iminente, quando lhe perguntaram o que ia cantar ele pediu uma ópera. Quando abriu a boca... Assistam ao vídeo fantástico:"




Colaboração: Mônica Rabelo

Ignorância

"Não há nada que determine mais o que seremos do que as coisas que optamos ignorar"
Sandor Macnab

Abuso(s)


Minha filha deixou de viver e não pôde ser criança, diz mãe de vítima
Fernanda Sucupira – Carta Maior*


RECIFE – Aos quatro anos, Juliene contou à sua mãe que estava sendo abusada sexualmente por Seu Olavo, um senhor de sessenta anos que morava perto da casa de sua avó paterna, na periferia de Recife, capital de Pernambuco, para onde ela ia todos os sábados.

Lourdes, dona-de-casa e manicure nos finais de semana, nunca tinha ouvido falar nesse tipo de crime, mas tomou todas as providências para punir o culpado, iniciando uma peregrinação que durou oito anos. Só na delegacia, o caso ficou parado por três anos. Leia a seguir o depoimento da mãe de Juliene:

“Um certo dia, Juliene chegou e disse: “mainha, a senhora me ajuda?”, e eu disse que sim, quis saber o que ela queria contar. Aí ela disse: “seu Olavo quer me beijar na boca e eu não quero, a senhora diz pra mulher dele?”. E começou a contar toda a história. Eu sempre via esse senhor acompanhado de muitas crianças e sabia que ele dava dinheiro e doces para um menino e uma menina, de quem ele era padrinho, quando eles iam ao quartinho de ferramentas com ele. Eu achava aquilo esquisito. Ele também costumava dar coisas para Juliene, pirulito, uva, maçã, só que eu não sabia. Minha sogra é que estava a par disso, mas era aquela coisa, o bom vizinho, ninguém desconfiou.

No mesmo dia eu procurei a delegacia, totalmente desesperada. Fui chamada para fazer uma acareação, com minha menina e seu Olavo, uma coisa que hoje eu sei que foi errado. Ela não conseguiu falar porque não tinha condições. Passaram-se três anos com meu processo dentro da delegacia, sem mexer, sem mandar para o juizado. Fui lá várias vezes e eles diziam que estavam faltando documentos. Eu não tive apoio nenhum da família do meu esposo, porque era um vizinho que morava lá há mais de quarenta anos.

Eu já não agüentava mais e procurei a Justiça mesmo, fui na vara especializada de crimes contra a criança e o adolescente. Eu cheguei lá muito abalada e pedi por tudo no mundo que a promotora me atendesse. Isso já era 2001, minha menina já estava com quase sete anos. O homem estava para cima e para baixo, continuava abusando, inclusive com essa menina e o irmão. Ele tinha uma sobrinha pequena morando na casa dele, que ele cuidava. Falei tudo isso para a promotora e ela me mandou procurar o Cendhec [Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social, que oferece acompanhamento jurídico]. Ela se sensibilizou com a situação e daí começou o andamento.

Um ano depois, minha menina foi chamada para ser ouvida pelo juiz. Ela não conseguiu falar porque nesse dia o abusador estava lá, foi ouvido no mesmo dia. Além de ela estar nervosa, o juiz perguntava palavras que não existe perguntar para uma criança: “pênis”, “penetração”, “ânus”, “vagina”. Minha menina não sabia o que era isso, a gente falava “pipiu”, “peru”, mas “pênis”? O juiz não tinha sensibilidade nenhuma, e ela só dizia “eu não me lembro”. Ela não entendia as perguntas. Tinha seis pessoas dentro da sala, o juiz era homem e minha menina não teve acompanhamento psicológico nenhum. Além de ser uma sala fria, sem preparação, muito adulto tem medo de estar numa situação daquela.

Um certo dia encontrei Seu Olavo no meio da rua, ele me agrediu, disse palavras obscenas, debochou, porque realmente não tinha acontecido nada com ele e ele tinha certeza de que não ia acontecer. A comunidade continuou protegendo ele porque achava que o velhinho não ia fazer uma coisa dessas, um homem tão bom, que cuidava das crianças. A gente foi na delegacia especializada pedir para ele ser preso, fomos falar com o juiz, fui super mal atendida. Ele passou um mês preso na época, depois foi solto. O advogado dele era uma pessoa envolvida com gente de gangue, com políticos muito próximos da comunidade. Para ele estava tudo muito bom, eu é que tive que me afastar. Eu e minha filha tínhamos medo de andar na rua, se encontrasse com Seu Olavo, Juliene entrava em pânico porque ele ameaçava matar meu esposo e eu caso ela contasse pra gente.

A primeira sentença saiu em 2003, o juiz absolveu por falta de provas. Ele desconsiderou o laudo da escola, desconsiderou o laudo médico da pediatra dela, o laudo da neurologista, da psicóloga da Justiça. Falei com a psicóloga e ela disse que só faltou mesmo Seu Olavo dizer que fez, todo o histórico dele era de que tinha abusado dela. Eu consegui o testemunho de uma outra menina que ele abusava, Jéssica, aquela que eu via no quartinho com o irmão. Essa absolvição me deu a sensação de total impunidade. Depois de tudo que tivemos que passar, me senti totalmente desamparada e pensei que lutei tanto para morrer na praia. Tudo que eu tinha passado, fiz minha filha se expor tanto, a vontade é não falar mais nesse assunto, e ela teve que falar para o delegado, para o escrivão, para um monte de gente. E eu vendo minha filha repetir tudo, ela não dormia, gritava, chorava porque tinha que contar isso várias vezes para todo mundo, ter um monte de adultos fazendo um monte de perguntas.

Quando teve essa primeira sentença, eu desmoronei mesmo, pensei em desistir. A vontade era de correr atrás e matar o cabra. Pensei muitas vezes em fazer isso, não fiz porque depois eu pensava que na Justiça do Brasil se eu tivesse feito isso estaria presa agora e minha filha estaria totalmente desamparada, com esses problemas psicológicos seríssimos. E ele estaria morto. Eu não queria matar para ninguém saber não, queria que ele fosse preso que era para a sociedade ver que ele fez e que de uma maneira ou de outra isso dá cadeia. E até outros abusadores também verem.

Para o juiz, Seu Olavo não tinha feito nada, só porque minha filha disse que não sabia. Ela conseguiu falar tudo para a psicóloga, mas o juiz queria que ela dissesse isso a ele, sendo que da forma de ele falar, até um adulto tem medo. Além de ter os laudos, que era a única forma de se provar o abuso, Jéssica falou tudo o que ele fazia, toda forma de abusar minha menina ele abusava dela também. Mas o juiz ainda achou que não tinha provas. Para muita gente, para a própria sociedade, para o próprio juiz desse caso, tinha que ser um estupro, tinha que sangrar, tinha que romper o hímen. Minha menina não teve nada que provasse no corpo dela porque quando eu fui fazer o laudo do IML já tinha mais de 15 dias.

Minha família ficou totalmente revoltada, dizendo que eu parasse por aí, que eu só estava arriscando minha vida. Só que eu nunca tive vontade de esquecer porque eu sabia que tinha uma criança que vivia com ele lá. A minha vontade era de chegar lá e esganar o juiz ou então ter oportunidade de sentar com ele e perguntar para ele o que ele queria, porque o que ele quisesse eu iria atrás. Juliene na época chegou a entender o que estava se passando, ela já tinha feito todo um tratamento psicológico e recebido alta, mas por conta disso voltou tudo novamente. A gente tinha medo dele, ele vivia na comunidade como qualquer outra pessoa, continuava com as crianças da rua.

Até que o Cendhec recorreu e foi para os desembargadores. No Tribunal de Justiça, em 2004, ele foi condenado a 12 anos, depois ele recorreu e conseguiu reduzir para seis. Passaram-se quase dois meses, com o pessoal do Cendhec em cima, para esse papel poder chegar na delegacia de busca e apreensão, um simples papel. Eu fui lá fazer um apelo para ele ser preso, implorei. Eles estavam com a viatura lá, pediram uma foto do homem, mas eu não tinha. Eu fui junto com os quatro policiais dentro do carro, tive que ir porque daqui que eles conseguissem uma foto desse homem, ele já teria ido embora. Eu tive que ir com o pessoal todo armado, tive que arriscar a minha vida para conseguir isso. Mas eu não queria saber de nada, queria que ele fosse preso porque eu queria mostrar para a sociedade e para as pessoas que aquele velhinho, que já estava com setenta anos, fez aquilo com a minha filha e continuava a fazer aquilo no bairro.

Quando a gente chegou, ele estava embaixo de uma barreira alta, tinha uma menina em cima, com as pernas abertas, ele embaixo olhando, e tinha mais de dez crianças no quintal dele. Um dos policiais ficou revoltado porque viu que estava acontecendo um abuso na frente de todo mundo.

Eu senti que, por conta dessa condenação, minha filha mudou também. Ela conseguiu dormir, ser uma pessoa melhor porque se sentiu vencedora, se sentiu acreditada. Durante oito anos, ela deixou de viver, não pôde ser criança. Muitas vezes eu não consigo lembrar da infância da minha filha, de ela dançar, brincar. Dos quatro aos doze anos dela a única coisa que a gente podia falar dentro de casa era sobre esse abuso, a gente vivia em torno disso. Minha filha teve que se afastar dos avós, não podia andar na rua, ir no aniversário de ninguém por perto. Durante esse tempo, minha filha não dormia, não brincava, não tinha relação com outras crianças, ela estava passando pelo momento mais difícil da vida dela. Isso machuca muito, essa demora da Justiça. Eu lutei, eu dediquei a minha vida, não sabia mais o que era marido, o que era casa, o que era nada. Já faz dez anos que isso aconteceu, mas ninguém esquece jamais, eu sofri muito, cheguei a engordar vinte quilos, por conta de depressão. O abuso destrói totalmente o ambiente familiar e a vida de qualquer ser humano.

Mas eu ainda não estou satisfeita. Ele foi preso, passou dois anos e agora há pouco eu soube que ele foi solto, está no regime semi-aberto porque já cumpriu um terço da pena. Isso não é justiça. Por que eu passei oito anos da minha vida buscando provas para mostrar para o juiz que ele era um abusador, para conseguir botar esse homem na cadeia e ele passa dois anos preso? Ele não vai deixar de abusar. Eu ando amedrontada porque não sei do que esse homem é capaz. Como fica a minha segurança, da minha filha? O que foi que a Justiça fez? Fez nada. O que foi passar dois anos lá preso, sendo que ele não teve nenhum tratamento lá dentro?

As pessoas têm medo de denunciar, de morrer, de ir para a Justiça, sabem que geralmente não dá em nada. De repente a gente vê todo esse lado e, se não tiver força e coragem, não vai atrás não”.
(Todos os nomes são fictícios)

*O projeto que deu origem a esta reportagem foi vencedor da categoria mídia alternativa do 3º Concurso Tim Lopes para Projetos de Investigação Jornalística, realizado pela Andi e Instituto WCF-Brasil, com o apoio do Unicef, da OIT, da Fenaj e da Abraji.

Crianças

Imagens não falam. Uma das imagens vencedoras do World Press Photo 2005, da Reuters: crianças de rua em Kinshasa, no Congo. Grandes portais só não informaram que no país morrem 38 mil pessoas todos os meses vítimas do neoliberalismo. (Destaque: www.novae.inf.br)

Direitos da Criança
Meninos de rua e drogas

O aumento da pobreza e a deterioração da qualidade de vida na maioria dos países do mundo são reflexos dos padrões insustentáveis de consumo e produção que a humanidade vem utilizando a décadas.

Neste cenário o Brasil tem se destacado como o campeão de um título nada invejável : o país de maior desigualdade social do planeta, segundo o Relatório de Desenvolvimento Mundial, elaborado pelo Bird (Banco Mundial),divulgado em junho de 1996, perdendo inclusive para o Quênia e Zimbabue. Esta desigualdade tem como causa também o grande percentual de desempregados que atingem 5,2% da população economicamente ativa (IBGE) e o subemprego que com certeza elevaria mais alguns pontos o percentual.

Calcula-se no mundo que mais de 1 bilhão de pessoas estão desempregadas atualmente, além do que cerca de 1 bilhão de pessoas passam fome e esta cifra está estimada em 2,5 bilhões para 2025 (Population Action International (PAI), uma ONG norte americana).

A pobreza, o desemprego e o excesso populacional só poderiam resultar no que vemos principalmente nas médias e grandes cidades dos países subdesenvolvidos: muitas pessoas vivendo nas ruas; o que é pior grande parte é de meninos e meninas, que vivem pelas ruas vagando sem teto e sem nada, constituindo-se em um dos maiores problemas sociais dos países pobres.

Aliás, este problema é conhecido de todos nós, mas o recente Relatório Mundial Sobre Drogas, do Programa das Nações Unidas para o controle Internacional de Drogas (UNDCP) mostrou que a situação é muito mais grave do que se pensava, pois conforme cálculos da UNICEF em 1990 havia 100 milhões de crianças de rua no mundo, sendo 40 milhões na América Latina, de 25 a 30 milhões na Ásia e mais 10 milhões na África. Concluiu ainda que a cultura das drogas está muito ligada às crianças de rua, que utilizam drogas como fuga da pobreza, doença, dor e da fome.

No caso do Brasil o percentual das crianças de rua que mendigam para conseguir dinheiro para comprar e consumir drogas é altíssimo, chegando a 70% dos menores dos Centros de Detenção de Menores de S.Paulo, por exemplo, e em decorrência do uso de drogas as crianças sofrem violência física, sexual e social, passam a viver isoladas e predispostas ao crime, sem contar os danos físicos que vão dos cerebrais até psicoses pela dependência, passando pela depressão, tudo isto aliado ao grande risco da contaminação por doenças transmissíveis como a AIDS e a Hepatite, pelo uso de seringas.

Assim, ante os dados incontestáveis das entidades citadas, constata-se que o problema das crianças de rua é gravíssimo e deve merecer atenção especial da sociedade e das autoridades, sob pena de continuarmos vendo em nossas cidades tristes cenas de meninos e meninas de rua mendigando indiretamente por drogas.

***

Cristovam Buarque [2]


Os nomes da criança
Cristóvam Buarque


Para um habitante de cidade brasileira, todas as árvores de uma floresta são apenas mato, sem distinção entre elas. Os habitantes do deserto, ao contrário, têm nomes diferentes para se referir à areia. Da mesma forma, os esquimós têm diversos nomes para indicar aquilo que, para nós, é apenas neve.
Cada povo desenvolve sua cultura, com palavras distintas, para diferenciar as sutilezas do seu ao-redor, como forma de sobreviver mais facilmente e usufruir esteticamente. A riqueza de uma cultura se mede pelo número de palavras usadas para definir o meio ao redor. Quanto mais palavras distinguindo as coisas, em detalhes imperceptíveis para os demais, mais rica é a cultura.
Os brasileiros urbanos também desenvolveram, em sua cultura, nomes diferentes para dizer o que entre outros povos teria um nome apenas : criança.
Em suas cidades os brasileiros do começo do século XXI têm muitas maneiras para dizer criança com sutis diferenças manifestadas em cada palavra. É a riqueza cultural, manifesta num rico vocabulário, que mostra a degradação moral de uma sociedade que trata suas crianças como se não fossem apenas crianças. O português falado no Brasil é certamente o mais rico e o mais imoral dos idiomas do mundo atual, no que se refere à definição de criança.
Menino-na-rua significa aquele que fica na rua em lugar de estar na escola, em casa, brincando ou estudando, mas que, à noite, em geral, tem uma casa para onde ir. Ao vê-lo, um habitante de uma das nossas cidades grandes faz logo a diferença com as demais crianças que ali estão apenas passeando. Diferencia até, sutilmente, dos meninos-de-rua – aqueles que não apenas estão na rua, moram nela, sem uma casa para onde voltar.
Flanelinha é aquele que, nos estacionamentos ou nas esquinas, dribla os carros dos ricos com um frasco de água numa mão e um pedaço de pano noutra, na tarefa de convencer o motorista a dar-lhe uma esmola em troca de uma rápida limpeza no pára-brisa do veículo. É diferente do esquineiro que, no lugar de oferecer o serviço de limpeza, pede esmolas apenas. Ou do menino-de-água-na-boca, pobre criança que carrega pequenas caixas de chocolates, tentando vendê-los, sem direito a sentir o gosto do que carrega para os outros e existe aos milhares no Brasil.
Prostituta-infantil já seria um genérico maldito para uma cultura que sentisse vergonha da realidade que retrata. Como se não bastasse, ela tem suas sutis diferenças. Pode ser bezerrinha, ninfeta-de-praia, menina-da-noite, menino ou menina-de-programa ou michê, conforme o local onde faz ponto e o gosto sexual do freguês que atende. E existe – vergonha das vergonhas – a expressão menina-paraguai para indicar criança que se prostitui por apenas R$ 1,99, o mesmo preço das bugigangas que a globalização trouxe em contrabandos, quase sempre, daquele país. Ou menina-boneca, de tão jovem quando começa a se prostituir, ou porque seu primeiro pagamento sirva para comprar a boneca que nunca ganhou de presente.
Delinqüente, infrator, avião, pivete, trombadinha, menor, pixote. Sete nomes para o conjunto das relações de nossas crianças com o crime. Cada qual com sua maldita sutileza, de acordo com o artigo do Código Penal em que é enquadrado, com a maneira de abordar suas vítimas ou com o crime ao qual se dedica.
Pode também, no lugar de criança, ser boy, engraxate, menino-do-lixo, reciclador-infantil, conforme o trabalho que faz.
Ainda tem filho-da-safra, para indicar criança deixada para trás por pais que emigram todos os anos em busca do trabalho, nos lugares onde há emprego para bóias-frias. Nome que indica, também, a riqueza cultural do sutil vocabulário da maldita realidade social brasileira. Ainda o pagão-civil, que vive sem o registro que lhe indique a cidadania de sua curta passagem pelo mundo. Em um país que lhe nega, não só o nome de criança, mas também a existência legal.
Como resumo de todos estes tristes verbetes, há também criança-triste, como um verbete adicional. Não pela tristeza de um brinquedo quebrado, de uma palmada ou reprimenda recebida, nem da perda de um ente querido. No Brasil há um tipo de criança que não apenas fica ou está triste; criança que nasce e vive triste. Cujo primeiro choro mais parece um lamento do futuro que ainda não prevê do que a inspiração do ar em que vai viver, que por primeira vez recebe em seus diminutos pulmões.
Criança-triste como substantivo e não adjetivo, como estado permanente de vida – esta talvez seja a maior das vergonhas no vocabulário da realidade social brasileira. Tal e qual a maior vergonha da realidade política está na falta de tristeza nos corações de nossas autoridades diante da tristeza das crianças brasileiras, com as sutis diversidades de suas posições sociais, refletidas no vocabulário que indica os nomes da criança.
A sociedade brasileira, em sua maldita apartação, foi obrigada a criar palavras que distinguem cada criança conforme sua classe, sua função e sua casta. A cultura brasileira, medida pela riqueza de seu vocabulário, enriqueceu perversamente ao aumentar a quantidade de palavras que indicam criança. Um dia, esta cultura vai se enriquecer, criando nomes para os presidentes, governadores, prefeitos, políticos em geral que não sofrem, não ficam tristes, não percebem a vergonhosa tragédia de nosso vocabulário, nem ao menos se lembram das crianças-tristes do Brasil.
Quem sabe será preciso que um dia chegue ao Governo uma das crianças-tristes de hoje, para que o Brasil faça arcaicas as palavras que hoje enriquecem o triste vocabulário brasileiro, construindo um dicionário onde criança seja apenas criança, sem nomes diferentes como para o poeta, uma rosa é uma rosa.

Publicado no jornal O Globo em 25/09/2000
Fotografia: Site Consciência/Fotografia

28 de ago. de 2007

Terça parte

Hoje é a terça parte...
terça parte da poesia, não poesia inteira;
terça parte literando, literatura-feira;
terça parte de sonho, sonho terçando de febre,
parte de sonho terso, febre de língua terçã.

Mayalu Felix
São Luis, 7 de agosto de 2007.

Ousada

"Você já foi ousada, não permita que a amansem."
Isadora Duncan, bailarina

Maya [1]



Maya em um banco, em um parque, em Paris.

Saint-Exupéry [1]


"(...)

'Che cosa vuol dire 'addomesticare'?'

'Non sei di queste parti, tu', disse la volpe, 'che cosa cerchi?'

'Cerco gli uomini', disse il piccolo principe. 'Che cosa vuol dire 'addomesticare?'

'Gli uomini', disse la volpe, 'hanno dei fucili e cacciano. È molto noioso! Allevano anche delle galline. È il loro solo interesse. Tu cerchi delle galline?'

'Non', disse il piccolo principe. 'Cerco degli amici. Che cosa vuol dire 'addomesticare'?'

'È una cosa da molto dimenticata. Vuol dire 'creare dei legami'...'

'Creare dei legami?'

'Certo', disse la volpe. 'Tu, fino ad hora, per me, non sei che un ragazzo uguale a centomila ragazzini. E non ho bisogno di te. E neppure tu hai bisogno di me. Io sono per te che una volpe uguale a centomila volpi. Ma se tu addomestichi, noi avremo bisogno l'uno dell'altro. Tu sarai per me unico al mondo, e io saró per te unica al mondo'.

'Comincio a capire', disse il piccolo principe. (...)"


Antoine de Saint-Exupéry, Il Piccolo Principe. Milano (Italia): Ed. Tascabili Bompiani, 1997, pp. 91-92

Pablo Neruda [1]

XVII

No te amo como si fueras rosa de sal, topacio
o flecha de claveles que propagan el fuego:
te amo como se aman ciertas cosas oscuras,
secretamente, entre la sombra y el alma.

Te amo como la planta que no florece y lleva
dentro de sí, escondida, la luz de aquellas flores,
y gracias a tu amor vive oscuro en mi cuerpo
el apretado aroma que ascendió de la tierra.

Te amo sin saber como, ni cuando, ni de dónde,
te amo directamente sin problemas ni orgullo:
así te amo porque no sé amar de otra manera,

sino así de este modo en que no soy ni eres,
tan cerca que tu mano sobre mi pecho es mía,
tan cerca que se cierran tus ojos con mi sueño.

Pablo Neruda (1904-1973), Cien Sonetos de Amor. Santiago (Chile): Editorial Planeta Argentina, 1994, p.27.

Vinícius de Moraes [6]




Para viver um grande amor


Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso - para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... - não tem nenhum valor.

Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro - seja lá como for. Há que fazer de corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada - para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado para chatear o grande amor.

Para viver um grande amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade - para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vaidade é desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.

Para viver um grande amor, il faut, além de ser fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô - para viver um grande amor.

Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito - peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.

É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista - muito mais, muito mais que na modista! - para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor...

Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, estrogonofes - comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor?

Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto - para não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo, mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente - e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia - para viver um grande amor.É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que - que não quer nada com o amor.

Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva obscura e desvairada não se souber achar a bem-amada - para viver um grande amor.

***

Nine millions bicycles - clip



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Nine millions bicycles

Nine million bicycles

There are nine million bicycles in Beijing
That's a fact,
It's a thing we can't deny
Like the fact that I will love you till I die.

We are twelve billion light years from the edge,
That's a guess,
No-one can ever say it's true
But I know that I will always be with you.

I'm warmed by the fire of your love everyday
So don't call me a liar,
Just believe everything that I say

There are six billion people in the world
More or less
and it makes me feel quite small
But you're the one I love the most of all

INTERLUDE

We're high on the wire
With the world in our sight
And I'll never tire,
Of the love that you give me every night

There are nine million bicycles in Beijing
That's a Fact,
it's a thing we can't deny
Like the fact that I will love you till I die

And there are nine million bicycles in Beijing
And you know that I will love you till I die!

Written by: Mike Batt

Bertold Brecht [1]

Elogio do aprendizado

Aprenda o mais simples! Para aqueles
Cuja hora chegou
Nunca é tarde demais!
Aprenda o ABC; não basta, mas
Aprenda! Não desanime!
Comece! É preciso saber tudo!
Você tem que assumir o comando!

Aprenda, homem no asilo!
Aprenda, homem na prisão!
Aprenda, mulher na cozinha!
Aprenda, ancião!
Você tem que assumir o comando!
Freqüente a escola, você que não tem casa!
Adquira conhecimento, você que sente frio!
Você que tem fome, agarre o livro: é uma arma.
Você tem que assumir o comando.

Não se envergonhe de perguntar, camarada!
Não se deixe convencer,
Veja com seus próprios olhos!
O que não sabe por conta própria
Não sabe.
Verifique a conta,
É você quem vai pagar.
Ponha o dedo sobre cada item.
Pergunte: o que é isso?
Você tem que assumir o comando.

Bertold Brecht




Bertold Brecht
Nascimento: 10 de fevereiro de 1898, Augsburg, Alemanha;
Falecimento: 14 de agostode 1956, Berlim, Alemanha;
Poeta, dramaturgo, contista
Escola/tradição: Modernismo

Dramaturgo alemão, criador do teatro épico. Como autor e diretor, levou a efeito a tarefa de desperar a consciência do espectador para os problemas sociais e políticos do seu tempo. A primeira fase de sua obra é ligada ao Expressionismo (obras: Na selva das cidades e Tambores da noite). A segunda fase foi de crítica anarquista à sociedade burguesa, tomando forma em várias comédias satíricas. Encontrou no múisico Kurt Weill um grande colaborador, surgindo obras como Ópera dos três vinténs, Ascenção e queda da cidade de Mahagonny. Aderindo definitivamente ao marxismo e ao teatro político, abandonou, em 1933, a Alemanha nazista, e no exílio desenvolveu a terceira fase de sua obra, o teatro épico como em Mãe Coragem, O Sr. Puntilla e seu criado Matti e O Círculo de Giz Caucasiano.

FONTE: Arquivo pessoal.

Charles Baudelaire [2]

XXXIII

ENIVREZ-VOUS

Il faut être toujours ivre. Tout est là: c'est l'unique question. Pour ne pas sentir l'horrible fardeau du Temps qui brise vos épaules et vous penche vers la terre, il faut vous enivrer sans trêve.Mais de quoi? De vin, de poésie ou de vertu, à votre guise. Mais enivrez-vous.
Et si quelquefois, sur les marches d'un palais, su l'herbe verte d'un fossé, dans la solitude morne de votre chambre, vous vous réveillez, l'ivresse déjà diminuée ou disparue, demandez au vent, à la vague, à l'étoile, à l'oiseau, à l'horloge, à tout ce qui chante, à tout ce qui parle, demandez quelle heure il est; et le vent, la vague, l'étoile, l'oiseau, l'horloge, vous répondront: "Il est l'heure se s'enivrer! Pour n'être pas les esclaves martyrisés du Temps, enivrez-vous; enivrez-vous sans cesse! De vin, de poésie ou de vertu, à votre guise."

***

Charles Baudelaire, Petites Poèmes en Prose. Paris: Ed. du Seuil, 1994.

Circuito Fechado

Circuito Fechado

Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, canetas, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeira, xícaras e pires, prato, bule, talheres, guardanapo. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, bloco de notas, espátula, pastas, caixa de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefones, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetor de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras. Cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama. chinelos. Vaso, descarga, pia, água, escova, creme dental, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.

***


Ricardo Ramos, Circuito Fechado. São Paulo: Martis Editora, 1972, pp. 21,22.

Colaboração: Maria José Nélo.

27 de ago. de 2007

Marcos Bagno [2]




Mito nº 2


"Brasileiro não sabe português / Só em Portugal se fala bem português"

Essas duas opiniões tão habituais, corriqueiras, comuns, e que na realidade são duas faces de uma mesma moeda enferrujada, refletem o complexo de inferioridade, o sentimento de sermos até hoje uma colônia dependente de um país mais antigo e mais "civilizado".

Podemos encontrar essa concepção expressa no livro Língua viva, de Sérgio Nogueira Duarte, que é uma coletânea de suas colunas sobre língua portuguesa publicadas no Jornal do Brasil. Ali a gente lê, na página 65:

Sempre me perguntam onde se fala melhor o português. Só pode ser em Portugal! Já viajei muito pelo Brasil e já estive em todas as regiões. Sinceramente, não sei onde se fala melhor. Cada região tem suas qualidades e seus vícios de linguagem. [grifo de M. Bagno]

Por isso não consigo concordar com o título do livro -- que está longe de analisar a verdadeira língua viva usada em nosso país --, nem com o subtítulo: "uma análise simples e bem-humorada da linguagem do brasileiro". Seria mais acertado dizer que se trata de uma análise "preconceituosa e desinformada" da língua falada e escrita por aqui. Mas não podemos culpar o autor, que é antes uma vítima do que propriamente um responsável por esse preconceito: ele está apenas exprimindo uma ideologia impregnada em nossa cultura há muito tempo.

É a mesma concepção torpe segundo a qual o Brasil é um país subdesenvolvido porque sua população não é uma raça "pura", mas sim o resultado de uma mistura -- negativa -- de raças, sendo que duas delas, a negra e a indígena, são "inferiores" à do branco europeu, por isso nosso "povinho" só pode ser o que é. Ora, há muito tempo a ciência destruiu o mito da raça pura, que é um conceito absurdo, sem nenhuma possibilidade de verificação na realidade de nenhum povo, por mais isolado que seja.

Assim, uma raça que não é "pura" não poderia falar uma língua "pura". Não é difícil encontrar intelectuais renomados que lamentem a "corrupção" do português falado no Brasil, língua de "matutos", de "caipiras infelizes", arremedo tosco da língua de Camões. É o que escreve, por exemplo, Arnaldo Niskier, presidente da Academia Brasileira de Letras, num artigo publicado na Folha de S. Paulo (15/1/98):

[...] pode-se registrar o fato, facilmente comprovável, de que nunca se escreveu e falou tão mal o idioma de Ruy Barbosa. [...] A classe dita culta mostra-se displicente em relação à língua nacional, e a indigência vocabular tomou conta da juventude e dos não tão jovens assim, quase como se aqueles se orgulhassem de sua própria ignorância e estes quisessem voltar atrás no tempo.

(...)

Marcos Bagno, em Preconceito lingüístico -- o que é, como se faz. São Paulo: Edições Loyola, 1999, pp. 20-21.
A militância de Bagno contra toda forma de exclusão social pela linguagem se tornou mais conhecida depois da publicação do livro Preconceito lingüístico: o que é, como se faz (Ed. Loyola) que, desde seu lançamento, em 1999, vem sendo reeditado de modo ininterrupto e constante, com uma edição nova a cada mês. [Extraído do site de Marcos Bagno: http://www.marcosbagno.com.br/ ]

Estética [2]

"O belo na Antigüidade

Durante muitos milênios, a história da arte se confundiu com a história da cultura, as coisas belas estavam integradas aos cultos religiosos, políticos e sociais, às práticas da vida cotidiana e às técnicas que sustentavam a sobrevivência ou a conquista do espaço vital. Em todos os domínios -- da construção do espaço urbano à vestimenta, dos hábitos culinários ao armamento --, a arte preencheu funções socialmente importantes. Os objetos da arte primitiva são indissociáveis da magia, da religião e dos rituais; esculturas, armas ou jóias arcaicas expressam claramente o prestígio social e político dos seus proprietários; e, ainda na época clássica, a educação grega gira em torno da kalokaghathía, isto é, da idéia de uma convergência do valor estético com os valores éticos (utilidade social e política) da comunidade. Essa idéia sustenta a Paidéia clássica, dando sentido à forma de educação que jamais dissocia a ética e a política da estética e das técnicas de produção dos (belos) objetos.

(...)"

in: Estética, de Kathrin H. Rosenfield. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2006, pp. 10-11.

Serviço de utilidade pública [1]

Assunto: Auxílio à lista é 0800 310 102

Telefone 102... não! E sim... 0800-310-102

DIVULGUE. É IMPORTANTE! UTILIDADE PÚBLICA - Consulta Gratuita ao 102

Vejam só como não somos avisados das coisas que realmente são importantes...

CONSULTA AO 102: PAGAMOS R$ 1,20 PELO SERVIÇO.

SÓ QUE A TELEFÔNICA NÃO AVISA QUE EXISTE UM SERVIÇO GRATUITO PARA ATENDIMENTO À LISTA.

LIGUE 0800-310-102 - É O MESMO SERVIÇO, SÓ QUE GRATUITO.

Não ligue mais para o 102, que é um roubo!!! Se você já sabia, ótimo! Não custa divulgar para mais gente ficar sabendo.

Atenção: funciona até mesmo do celular!

Colaboração: Cesário Augusto

Eu só recebo [2]


Dancem, macacos, dancem!




Colaboração: Maria Luiza

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Eu quero ir pra Nova Zelândia

Fotografia: Ronnie Van Schaik. Fazenda na Nova Zelândia. Arquivo pessoal.

Frases do dia


"Quando você julga os outros, você não os define, você define a si mesmo." --Wayne Dyer

"Nada é bom ou ruim, exceto por comparação." --Thomas Fuller

"Para evitar críticas, não faça nada, não diga nada, não seja nada." --Elbert Hubbard

"Julgue não pelas aparências, mas pelo justo julgamento." --Jesus de Nazaré

"O tempo investido em melhorar a nós mesmos reduz o tempo desperdiçado em desaprovar os outros." --Anônimo

"Se você está sofrendo por coisas externas, não são elas que estão te perturbando, mas o seu próprio julgamento sobre elas. E está em seu poder anular este julgamento agora." --Marco Aurélio

"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música." --Friedrich Nietzsche

"Se a crítica está errada ou mal-intencionada, erga-se acima dela. Mantenha-se elevado quando estiver sob ataque. Nenhuma vitória vale a pena à custa de se pegar a lama que foi atirada em você e atirá-la de volta." -- Rubel Shelly

"As habilidades murcham com as críticas, e florescem com o encorajamento." --Donald A. Laird

"Nunca reaja emocionalmente às críticas. Analise a si mesmo para determinar se elas são justificadas. Se forem, corrija-se. Caso contrário, continue vivendo normalmente." --Norman Vincent Peale

"Quando você decidiu que uma coisa tem que ser feita, e a está fazendo, nunca evite de ser visto fazendo-a, mesmo que uma multidão possa provavelmente julgá-la inapropriada. Pois se você não está agindo corretamente, evite o ato em si; se estiver agindo corretamente, no entanto, porque temer a censura errada?"--Epictetus

"Críticos são como eunucos em um harém; ele sabem como é feito, eles vêem ser feito todo dia, mas eles mesmos são incapazes de fazê-lo."--Brendam Behan

"Não condene a opinião do outro porque ela difere da sua. Vocês dois podem estar errados."--Dandemis
Foto: Mayalu Felix. Rue de Bellevile, Paris. "Il faut se méfier des mots".

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