Tola inquisição
Fica combinado assim: os políticos não prestam. Assim a opinião pública e seus críticos implacáveis se sentem limpinhos – assim como os americanos adúlteros gritavam aliviados contra Clinton e suas escapadas.
O estereótipo fedorento dos políticos serve para isso. Para o cidadão comum se sentir cheiroso. Mesmo que de vez em quando pague umas consultas sem recibo.
Fora do estereótipo, a coisa é mais complicada. O político pode ser mau e ter atitudes certas, e pode ser bom e ter atitudes erradas. No mensalão, o Brasil ficou morrendo de vergonha de parar para ouvir Roberto Jefferson, político fisiológico e conservador.
Mas Jefferson escreveu um capítulo da moralidade brasileira. E o Brasil pudico finge que não viu.
No caso das passagens aéreas, como o uso foi generalizado, a opinião pública já saca da manga sua solução terminal, do tipo “é tudo pilantra”. É a situação mais confortável para os verdadeiros pilantras. Ficam a salvo, bem protegidos pela generalização burra.
Por isso os escândalos se sucedem e somem após meia-dúzia de gritinhos de basta.
E é por isso que três anos depois de autoridades do governo sangrarem o Banco do Brasil em favor do PT, por meio do valerioduto, a cúpula do Banco do Brasil (seis vice-presidências) é entregue ao PT. Sem valerioduto.
Esculachem os deputados à vontade. Detonem Fernando Gabeira. Amanhã os vampiros do Congresso estarão morrendo de rir de vocês.
***
Texto de Guilherme Fiúza, publicado em seu blog.
2 comentários:
A política brasileira é uma falcatrua tremenda. Não temos aqui altos e baixos, apenas baixos.
É foda, infelizmente só temos bandidos no planaldo e nos gabinetes do nosso estado e cidade.
Mateus,
Você tocou na ferida: não temos altos e baixos, temos apenas baixos. E cada vez mais baixos. Me dá um desâââânimo... A única saída para o Brasil é o Galeão, e agora até isso já está ficando bem perigoso.
Um abraço,
Maya
:(
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