Creio que não existe nada de mais belo, de mais profundo, de mais simpático, de mais viril e de mais perfeito do que o Cristo; e eu digo a mim mesmo, com um amor cioso, que não existe e não pode existir. Mais do que isto: se alguém me provar que o Cristo está fora da verdade e que esta não se acha n'Ele, prefiro ficar com o Cristo a ficar com a verdade. (Dostoievski)

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7 de jul. de 2008

violência policial é crime.


É preciso desmilitarizar a polícia. É preciso, de modo urgente, formar uma só polícia nos Estados, que pense sem a brutalidade covarde da arma de fogo. A PM bate em trabalhador que faz passeata, mata negros e pobres nas favelas, mata civis. Serve pra quê? Pra "controlar" o povo. Basta ver, quando há algum incidente popular nos Estados, seja levantes em prisões, por suas imundas condições, seja o povo organizado nas ruas, a PM serve de esteio aos governos corruptos.

No Maranhão é assim. Lá mesmo, no ano passado, sem razão, sem porquê, PMs mataram a sangue-frio um cantor maranhense. Ah, sim, ele era negro. É assim. A PM aprende a selecionar suas vítimas. E hoje nem mais seleciona, sai atirando. Mas creio que se o carro onde estava a criança assassinada fosse um Honda Civic, por exemplo, ou outro qualquer importado e caríssimo, não teriam atirado. Ainda não, mas o dia está perto, porque brasileiro não desiste nunca, não é? Não é, sr. ministro da Justiça? Não é, senhor presidente? Não é, senhores deputados e senadores? Não é, senhores governadores de Estado, senhores secretários de Segurança Pública, assembléias legislativas e afins? Onde estão as reformas? Onde estão as mudanças na segurança pública? As mudanças nas leis?
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O absurdo estado de coisas a que chegamos só piora. Mas, quando começarem a matar os familiares dos políticos, suas esposas e seus filhos, bom, aí eu quero ver; quero ver quando a merda que foi jogada há muito tempo no ventilador, com a criação da PM para servir a ditadura militar, começar a atingir os ricos. Não é justo que ela atinja os ricos, mas é muitíssimo injusto, também, que elimine os pobres, e agora a classe média.

Os Estados e o Governo Federal não acabam com a PM porque ela é o escudo dos corruptos, primordialmente. É uma polícia que não pode fazer greve, que não tem consciência social. Talvez os oficiais ainda tenham algum resquício de pensamento, pois fazem um curso de nível superior para aprenderem que são aparelhos de repressão mesmo, lêem Foucault pra terem base na hora da ordem do tiro. Mas os soldados são desinformados, mal formados e mal-pagos. Isso não justifica, apenas liga conseqüência a uma de suas causas.

Eu me pergunto: até quando? Parafraseando um dito famoso, eu tenho mais medo de PM, hoje, que de bandido. Quando preciso ir para o Rio de Janeiro e sair da tranqüila Niterói, eu entro nos ônibus sobressaltada, à espera de que a qualquer momento entre um cara com uma arma para assaltar. Mais medo eu tenho de um PM entrar para tentar deter o assaltante. Ainda está fresco na minha memória o episódio do ônibus 147 (era esse, o número?)

Não imagino a dor desse pai. Meu sobrinho fez quatro anos dia 04/07, e só de imaginar que a criança tinha a idade dele tenho vontade de chorar. Na TV, há pouco, eu vi o secretário de segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro pedir "desculpas" aos pais e familiares. Uma encenação cínica, irresponsável. Pois não é o próprio governador Sérgio Cabral quem dá a ordem de sair atirando, e de atirar para matar?

Tudo o que eu escrevi é tão óbvio, não é? É tão ordinário e comum. Não fiz reflexão acerca de nenhuma obra literária, nem citei filósofos famosos. Meu discurso é absolutamente popular e antigo. É repetitivo, ad nauseam. Minhas palavras não são novas nem chiques. Este texto não é intelectual. Eu não quero impressionar ninguém.

É que o óbvio já se normalizou tanto, entre nós, que é preciso repeti-lo, desta vez mais alto, desta vez gritando, desta vez chorando, esmurrando as portas dos corruptos e dos cretinos, acordando suas famílias de seu sono abençoado.


7 de Julho de 2008

Polícia mata menino de 4 anos

"Eles vieram para executar, que polícia é essa?" pergunta o pai do menino

Polícia metralha carro com família dentro. A mãe implora por piedade para salvar o filho, mas 15 tiros atingem o carro, matando o menino.

Venho há anos lutando contra a violência do estado, em todas as suas instituições, violência esta mais letal, óbvio, quando se trata da polícia. Ela tem matado à vontade, a mando de seus comandantes e governadores que, nessa hora, vão à imprensa "pedir desculpas". Eu tenho nojo dessa desculpa que vem depois de algum dos milhares de assassinados pela polícia neste país.

Lembram-se quando aquele comandante da polícia do Rio declarou cinicamente na imprensa que eles eram os melhores inseticidas contra a dengue, ou seja, que matam pessoas como matam mosquitos? Foi a este ponto que chegamos. E a sociedade aplaude. Postei aqui no blog a declaração do fascínora e não houve um comentário de protesto.

Mas se você, leitor, entrar num blog sobre política(cagem), futebol, mulher pelada, falar do Bush, campanha contra o cigarro, defesa da Amazônia, pregação a favor da menoridade penal, etc, vai deparar com até dezenas de mensagens enfáticas sobre essas bestagens todas. (Incluo aí a defesa da Amazônia, porque todo mundo quer preservar a floresta lá longe, mas não cuidam de uma árvore na sua cidade).

Nossas cidades viraram um filme de faroeste. É claro que a polícia adora sair atirando. Primeiro que já é da sua formação, segundo que agrada à sociedade que lê jornais e tem acesso á internet (porque julgam que eles só vão matar pobres e negros) e terceiro que não são responsabilizados, nem julgados. Se, por um acaso do destino, forem levados aos tribunais viciados do país é só declarar que foi uma "troca de tiros com marginais". Pronto: estão absolvidos. No máximo são afastados da corporação para continuar cometendo os crimes que aprenderam com orientação do estado.

É hora, mais uma vez, de lembrar o aviso de Brecht:

É PRECISO AGIR
Bertold Brecht (1898-1956)

Primeiro levaram os comunistas
Mas não me importei com isso
Eu não era comunista
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os sindicalistas
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou sindicalista
Depois agarraram uns sacerdotes
Mas como não sou religioso
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
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***

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