Ontem revi um filme que me trouxe, desde sempre, uma perplexidade triste. Não convivemos com seres humanos, mas com clichês: pretos, japoneses, mulheres, trombadinhas, viados, comunistas, judeus, terroristas, reacionários, paraíbas, crentes e tantos mais. Do homem tiramos sua humanidade e lhe realçamos o que nos interessa para que ele faça sentido dentro de nosso sistema valorativo, e para que nosso sistema de crenças funcione e viabilize nossa existência. Sartre escreveu sobre isso em seu texto célebre Réfléxions sur la question juive. Precisamos nomear as pessoas, as situações, as coisas, a fim de não nos perdermos na infinitude do desconhecido e da complexidade que é um ser humano. Rotulamos, para sabermos também quem somos por meio da identidade desenhada do outro. A ideologia do(s) sistema(s), que cria as instituições, as nomenclaturas, os títulos e as medalhas, precisa criar grupos, para fazer o próprio sistema existir. Crash carrega nas cores, a fim de enxergarmos a estupidez dos discursos massificantes e suas justificativas, tanto os esquerdistas politicamente corretos quanto os direitistas politicamente incorretos.
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Crash - No Limite (Crash, 2004)
» Direção: Paul Haggis
» Gênero: Drama
» Origem: Alemanha/Estados Unidos
» Duração: 113 minutos
» Tipo: Longa
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» Site: clique aqui
» Sinopse: Um acidente de carro em Los Angeles provoca a colisão de várias raças. A cultura de cada um, seus julgamentos e crenças serão colocados agora em conflito, em uma sólida análise dos conflitos raciais nos Estados Unidos.
» Sinopse: Um acidente de carro em Los Angeles provoca a colisão de várias raças. A cultura de cada um, seus julgamentos e crenças serão colocados agora em conflito, em uma sólida análise dos conflitos raciais nos Estados Unidos.
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