para a empresa, preços altos afastam público mais jovem
Farmácias estatais da Suécia começam a vender pênis de plástico
Duas cartelas de aspirina e um pênis de plástico, por favor. A partir de agora, pedidos como este já podem ser feitos em farmácias da Suécia.
A nova linha de produtos da Apoteket -- companhia estatal que detém o monopólio das farmácias no país -- foi apresentada no fim do mês passado e já chegou a cem lojas espalhadas pelo território nacional. Ao menos mais cem demonstraram interesse nesse tipo de venda. O nome do conjunto é "Trust in Lust" (algo como "Acredite na Luxúria").
"Em uma semana, vendemos cinco dildos", comemora Margarete Fors, 62, gerente de uma unidade da Apoteket no norte de Estocolmo. Ela aposta que o número deva aumentar no decorrer do ano, passada a timidez inicial dos fregueses.
Os funcionários das lojas fizeram treinamento especial para lidar com eventuais dúvidas dos compradores, diz Margarete.
Na lista de lançamentos há -- além do pênis de plástico (R$ 265) -- bolas eróticas (R$ 105), anel vibrador (R$ 23), três tipos de lubrificantes (R$ 40 cada um), vibrador clitoriano (R$ 210) e um creme especial para limpar os aparelhos (R$ 20). Quem quiser levar o kit completo precisa desembolar em torno de R$ 670.
Os brinquedos ficam localizados nas prateleiras de produtos íntimos, junto aos absorventes, preservativos e testes de gravidez. Não há limite de idade para a compra, ou seja, menores de idade podem obtê-los. A empresa nega estar incentivando o início precoce da vida sexual, já que os preços afastariam compradores mais jovens.
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De acordo com o site oficial da Apoteket (www.apoteket.se), esse tipo de investimento é importante para a manutenção da saúde sexual da população.
De acordo com o site oficial da Apoteket (www.apoteket.se), esse tipo de investimento é importante para a manutenção da saúde sexual da população.
Dentro das três lojas visitadas pela Folha Online, a reação dos suecos foi de curiosidade. Quem passava perto das prateleiras lia as embalagens -- e ria.
"É uma ótima iniciativa, já que muitas pessoas vão preferir comprar da farmácia do que de um sex shop", avalia a estudante Elin Lindberg, 22. Ela diz que ainda não adquiriu os produtos, mas pode fazê-lo "sem problemas".
Dados da Associação Sueca para Educação Sexual divulgados neste ano mostram que cerca de 50% da população do país entre 20 anos e 45 anos diz possuir um brinquedo erótico.
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Reportagem de Diógens Muniz, jornalista enviado especial da Folha Online a Estocolmo, Suécia, que viajou a convite do Instituto Sueco.
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