Creio que não existe nada de mais belo, de mais profundo, de mais simpático, de mais viril e de mais perfeito do que o Cristo; e eu digo a mim mesmo, com um amor cioso, que não existe e não pode existir. Mais do que isto: se alguém me provar que o Cristo está fora da verdade e que esta não se acha n'Ele, prefiro ficar com o Cristo a ficar com a verdade. (Dostoievski)

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31 de jul. de 2008

Batman de pijamas


Bananas de Pijamas
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Nada tenho contra vigilantes. Contra? Minha adolescência cinéfila não foi só Bergman, não foi só Bresson, não foi só Renoir. Nos intervalos, escondido de meus amigos intelectuais, eu gostava de assistir a Clint Eastwood limpando as ruas de San Francisco. "Do you feel lucky, punk?" converteu-se para mim em mantra espiritual, tão emblemático como o "Play it again, Sam" que Ingrid Bergman (nunca) disse em "Casablanca".
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Para não falar de prazeres menores, ou maiores, como Charles Bronson em "Desejo de Matar". Que será feito de Bronson? Divago. Recordo apenas uma seqüência de um dos filmes da série: Bronson, caminhando lentamente nas ruas do bairro, com câmera fotográfica sobre o ombro e tomando sorvete em pose turística. Subitamente, o bandido entra em cena, pega a câmera de Bronson e foge como um galgo de competição.
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Bronson não corre atrás. Com a mesma displicência com que tomava o sorvete, joga-o fora, saca da arma (a inevitável Magnum 44), aponta sem pressa e atira no bandido, como quem atira em um animal. O bandido tomba. Bronson recupera a câmera (mas não o sorvete). Só quem nunca teve uma câmera roubada em plena rua é que não entende o prazer de assistir a essa cena.
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Nada tenho contra vigilantes, repito. Mas também acrescento que os vigilantes têm de cumprir dois requisitos básicos.
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Em primeiro lugar, só podem existir na tela, não na vida real. Na vida real, continuo a preferir o Estado de Direito, em que existem leis, polícia e tribunais, e não loucos ou beneméritos que gostam de fazer justiça com as próprias mãos.
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Mas mesmo os vigilantes das telas têm de cumprir um segundo requisito: não podem usar collants, máscaras, pinturas ou capas supostamente voadoras. Dizem-me que Batman, ou Super-Homem, é uma metáfora profunda sobre a nossa condição solitária e urbana; heróis derradeiros da pós-modernidade. Não comento. Exceto para dizer que morro de rir quando vejo um ator, supostamente adulto e racional, enfiado num pijama colorido e disposto a salvar a humanidade das mãos maléficas de um vilão tão ridículo e tão colorido quanto ele.
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Sem falar dos fãs: homens feitos, alguns casados, que continuam a acreditar que um super-herói em pleno vôo compensa todas as ereções falhadas.
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E foi assim que assisti ao último Batman, "O Cavaleiro das Trevas", dirigido por Christopher Nolan. Não vale a pena apresentar o filme: durante meses e meses e meses, uma máquina publicitária que não pára tentou convencer o mundo de que "O Cavaleiro das Trevas" era o melhor da série e, juro que ouvi, um dos maiores filmes de toda a história do cinema. De acordo com os promotores, Nolan trocara a fantasia sombria de Tim Burton e o espetáculo adocicado de Joel Schumacher por um realismo digno de Michael Mann: desde "Fogo contra Fogo" ninguém filmava assim uma cidade, cruamente e no osso.
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E os atores? Os atores seriam exemplos de um realismo ainda mais brutal, com destaque para o Coringa, papel que pode valer a Heath Ledger o Oscar póstumo. Alguns, mais ousados, ainda acrescentam que Ledger morreu de overdose precisamente por causa das exigências do papel.
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Não tenciono polemizar com a sabedoria dos críticos, mas suspeito de que Heath Ledger morreu de overdose porque, depois de assistir ao resultado, não agüentou a vergonha. E quem o pode censurar?
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Eu não, rapazes. E confesso que entrei na sala com boa vontade: "O Cavaleiro das Trevas" apresenta o herói (Batman) em luta final contra o mestre da anarquia (Coringa), um lunático que não deseja dinheiro nem poder como os vilões tradicionais, mas sim pura destruição. Na cabeça dos criadores, essa oposição simplória entre civilização/caos seria uma metáfora sobre o mundo pós-11 de Setembro: um mundo em que o terrorismo niilista não deseja um objetivo político preciso, mas simplesmente mergulhar o Ocidente num clima de paranóia destrutivo e autodestrutivo.
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Infelizmente para os criadores, a narrativa não é apenas infantil em sua pretensão política e filosófica; é incongruente quando Batman ou Coringa entram no enquadramento. Razão simples: se a fantasia já é difícil de engolir como fantasia, imaginem apresentá-la em tom "realista" e até "documental".
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Confrontado com Batman e Coringa, nenhum adulto equilibrado vê um super-herói e um super- vilão. Vê, simplesmente, dois dementes em pijamas que fugiram do asilo da cidade.
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João Pereira Coutinho, na Folha de S.Paulo, via Pavablog.

Arnaldo Jabor



Batman, Osama e Obama
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Fui ver o Batman, claro. É impossível ignorar esta oitava arte que surge em Hollywood: os efeitos, os computadores criando odisséias tecnológicas homéricas do século 21. O filme é espantosamente constelado, ''risômico'', explodido, até difícil de acompanhar para um linear tropical como eu. Pensava em ver mais um show tipo Missão Impossível, mas não é. É mais.
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Os filmes-catástrofes ou as aventuras dos efeitos especiais pareciam dizer: ''Nós somos a América, nós temos a cultura da certeza! Aqui tudo tem princípio meio e fim. Aqui, tudo está sob controle e termina como nós queremos. Aqui há a competência!''
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Mas, aí, um belo dia, os aviões se chocaram com as torres em NY. E dá para ver que a queda do WTC está ali, como uma cicatriz na dramaturgia americana. O 11 de Setembro criou uma era de ambivalência para o cinema. Acabaram mocinhos x bandidos.
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O sintoma fica claro com a extraordinária interpretação de Heath Ledger (O neo-Coringa), que gira isolado criando uma obra-prima rara no cinema, uma ilha de cinismo contemporâneo, misturando bem e mal, misturando horror e simpatia, matando com um sadismo sofisticado e depois (plano inesquecível) saboreando o vento fresco na noite na janela de um carro, com sua cara de palhaço desenhada por um Pollock ou Rauchenberg. ''Escolhi o caos'' - ele diz para o Batman. Heath, de certo modo, faz uma crítica ao próprio filme. Heath é quase uma paródia do ''grande espetáculo'', é um marginal dentro do elenco.
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Ele nos aponta para um outro filme que poderia existir, além das raízes moralizantes e aristotélicas deste, bem escondidas, sem dúvida, mas que estão lá. Heath lembra Johnny Deep em Piratas do Caribe, lembra também a genial presença de Anthony Hopkins em Silêncio dos Inocentes. Os três atores estão adiante dos filmes que lhes pagam. Os três, Hannibal the Canibal inclusive, nos fascinam porque parecem estar mais além de uma moral antiga, que eles contemplam, do outro lado do Bem. Hannibal e Heath parecem saber mais do que nós, que vivemos ainda mergulhados em dúvidas morais e culpas.
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Nada mais atraente que a psicopatia elegante. No mundo cruel de hoje, todos queremos ser como Hannibal, longe de uma arcaica compaixão.
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O Coringa Heath nos apavora e nos atrai, e não conseguimos odiá-lo completamente porque ele é extremamente contemporâneo. É como se ele dissesse: ''Nenhum saber, nem ética, nada vai apagar o animal feroz que nos habita. Eu sou uma vanguarda.'' Ele diz no filme para um perplexo Batman: ''Eu não quero te matar; você me completa.'' E completa: ''Não sou um monstro; estou além da curva...'' Heath Ledger é apavorante porque não tem motivo claro para agir. Sua única regra é mostrar o absurdo de querer impor ordem no caos. Ele encarna os impulsos destrutivos humanos inexplicáveis. Como Hannibal. Ou, na vida real (se ela ainda existe), como o Muhamed Atta, o chefe dos terroristas do 9/11. Ele não tinha religião, não cria em Alá, não tinha ideologia política, era químico na Alemanha, não tinha motivos. Ele queria fazer o impensável, o inominável, acima de qualquer crime, queria conhecer aquela fração de segundo entre a vida e a morte, com a parede do WTC tocando o nariz do Boeing.
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E aí, pensamos: Para que praticar o bem se ele não é mais possível? Quando pedimos o bem, falamos como de uma harmonia perdida. Será que ela já houve? Invenção platônica, iluminista neste mundo sujo? Pensamos com o corpo, queremos que o mundo seja um ''todo harmônico'', como o nosso organismo. A idéia de ''fragmentário'' gera angústia porque lembra a morte.
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E o mal?
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O mal virou uma necessidade social. Não dá mais para viver sem praticar o mal. O mal é um mecanismo de defesa. Ao denunciar o Mal, vivemos dele. Eu lucro, sendo um cara legal que denuncia o mal e assim escapo da fome, comendo a comida de quem lamento. O Bem não dá filme. Já os psicopatas estouram bilheterias. Se não há um mal claro, como seremos bons? O Mal é sempre o outro. Nunca somos nós. Ninguém diz, de fronte alta: ''Eu sou o mal!'' Ou: ''Muito prazer, Diabo de Oliveira...'' Como inventar uma ''praxis'' do bem? O que é o bem hoje? Será lamentar tristemente uma impotência, um negror melancólico?
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Heath Ledger, o Coringa, nos lembra inevitavelmente o Osama bin Laden. Ele também veio sem motivo, do nada, e fez o maior filme-catástrofe da história. Não haveria este Batman sem Osama; não está no enredo - está no ar.
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Achávamos que haveria um futuro confortável no século 21. Mas, Osama não está em nosso tempo. Osama nos fala de fora do tempo, da história. Osama mora na eternidade. Queremos desesperadamente explicá-lo à luz da razão, mas ele é imune a interpretações. Osama nos fez ver a grande montanha de lixo que se escondia sob o progresso, a razão do Ocidente. Desmoralizou a América, nosso mito de competência e dirigiu, comandou todos os erros pavorosos da vingança americana. Nunca a América errou tanto como sob esse estafermo do Bush. Toda a trapalhada ocidental, o Mal ocidental escondido sob o ''Bem'' apareceu, o eixo ocidental do Mal.
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E Obama? Agora ele surgiu, prometendo o Bem. Obama é uma antítese simétrica do Osama. Será? Será que depois de uma década do que Norman Mailer chamou de ''tempestade de merda'', a história deseja um espasmo de mudança para o ''bem?
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''Pode ser que Obama encarne uma tendência histórica, não da América apenas, mas do mundo. Não é o messias, claro. No entanto, mais importante que sua eleição pessoal, é o fato de que ele pode eleger uma nova consciência na América. Pode ser que descubramos que o mundo atual não é só esta bosta que os reacionários criaram. O mundo tem mil possibilidades de riquezas, de milagres científicos e culturais, que estão esmagados pela estupidez endêmica dos fundamentalistas dos USA. Uma vitória do Obama, depois de Osama, depois de Batman pode não apenas combater o mal do mundo, mas restaurar um Bem perdido.
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O Coringa genial de Heath Ledger é o sintoma de um mal ridículo que tem de acabar.
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Arnaldo Jabor, no jornal O Estado de S.Paulo, via Pavablog
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NOTA: Fui ver o Batman, também. A interpretação do Haeth Ledger é uma das mais completas a que já assisti. O filme é ideologicamente conduzido, isso é muito claro e nada sutil. O discurso do Coringa é o discurso do "Mal" que justifica todos os atos de Batman/Bush, como o uso da tortura para interrogar. Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência.

www.malvados.com.br

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COLABORAÇÃO: Moyza de Louco

As 15 frases mais ouvidas antes de morrer



As 15 frases mais ouvidas antes de morrer
  1. Atira, se for homem!
  2. Atravessa correndo que dá...
  3. Ah, não se preocupe, o que não mata, engorda!
  4. Fica tranqüilo que este alicate é isolado...
  5. Sabe qual é a chance disso acontecer? Uma em um milhão...
  6. Essa camisa do Vasco não é minha... Eu sou Mengão como vocês!
  7. Tem certeza que não tem perigo?
  8. Aqui é o PT-965 decolando em seu primeiro vôo solo...
  9. Confie em mim...
  10. Aqui é o piloto da aeronave. Vamos passar por uma pequena turbulência...
  11. Capacete? Imagina, tá calor...
  12. Eu sempre mudei a temperatura do chuveiro com ele ligado. Não ia ser hoje que alguma coisa iria acontecer...
  13. Deixa comigo...
  14. Desce desse ônibus e me encara de frente, sua bicha!
  15. Você é grande mas não é dois...
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COLABORAÇÃO: Claudíssima

exposição no Rio de Janeiro: Tecendo o imaginário

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Queridos amigos,
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Neste mês começa mais uma exposição minha, agora em Barra Mansa.
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Tecendo o imaginário: uma conversa com Gibran
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Obrigada pelo apoio,
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Abraço,
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BETH ABI

Khalil Gibran el Khalil

Khalil Gibran aos 15 anos
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Gibran, vida e obra
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Gibran Khalil Gibran nasceu em seis de dezembro de 1883, na cidade de Bisharri, no sopé da Montanhado Cedro, no norte do Líbano. O pai, um coletor de impostos, bebia e jogava, mas vinha de uma linhagem de intelectuais e de religiosos maronitas pelo lado da mãe. Khalil não teve uma educação formal, mas aprendeu inglês, francês e árabe ao mesmo tempo, além de revelar-se uma promessa precoce como artista, desenvolvendo uma paixão por Leonardo da Vinci aos seis anos de idade. Aos 11 anos, toda a família, com exceção do pai, emigrou para a América e estabeleceu-se em uma comunidade de imigrantes libaneses no bairro chinês de Boston. A mãe trabalhava como costureira, e o irmão mais velho, Boutros, abriu um armazém. Gibran freqüentou a escola, onde seu nome começou a ser escrito como Khalil. Foi mandado para aulas de desenho e em seguida foi apresentado ao fotógrafo Fred Holland Day, que o usou como modelo e lhe encomendava desenhos.
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Em 1898, Gibran foi mandado para casa para freqüentar a escola Al Hikma, em Beirute. Estudou literatura francesa romântica e árabe. Em 1902, voltou para a família via Paris. Uma das irmãs, Sultana, morreu de tuberculose antes da sua chegada, e foi logo seguida pelo irmão, Boutros. Dentro de apenas algumas semanas, a mãe morreu de câncer, deixando-o com a irmã caçula, Mariama. Gibran vendeu o armazém e passou a ganhar a vida como pintor.
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Mais tarde, teve um romance com a jornalista Josephine Peabody, que o apresentou a Mary Haskell, uma professora que viria a ser sua patrocinadora e colaboradora. Sua carreira como escritor estabeleceu-se quando começou a escrever para o jornal Mohajer, de emigrantes árabes. Em 1905, o primeiro livro, Al-Musiqah, foi publicado. Seguiram-se mais artigos e livros, a maioria criticando o Estado e a Igreja e, em 1908, seu livro de poemas em prosa, Al-Arwah al Mutamarridah, foi proibido pelo governo sírio e ele foi excomungado pela Igreja Síria. Mary Haskell patrocinou-lhe então uma estada de dois anos em Paris, onde Gibran estudou pintura na École des Beaux-Arts e na Academia Julien, onde fez uma exposição em 1910.
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De volta aos Estados Unidos, depois de Mary Haskell ter recusado seu pedido de casamento, mudou-se para Nova Iorque e trabalhou como pintor de retratos. Fazia exposições regularmente, e um livro com seus desenhos foi publicado. Em 1912, a publicação de sua novela Broken Wings rendeu-lhe uma correspondência permanente com May Ziadah, uma jovem libanesa que vivia no Cairo. Mary Haskell encorajou-o a escrever em inglês e, em 1915, apareceu um poema, The Perfect World, seguido do primeiro livro em inglês, The Madman, em 1918. Durante este tempo, continuou a escrever em árabe e a trabalhar como artista. Em 1920, Gibran tornou-se um dos fundadores de uma sociedade literária chamada Arrabitah ou O Laço da Pena. Sua carreira como pintor e escritor florescia, mas estava com problemas cardíacos e começou a beber muito para mitigar as dores no coração. Era convidado com freqüência a discursar para congregações de igrejas liberais. Em 1922, foi inaugurada uma exposição de seus desenhos a bico de pena e aquarelas e, em 1923, foi publicada sua obra-prima, O Profeta. Foi um sucesso imediato e as vendas nunca caíram. Publicou vários outros trabalhos em inglês e em árabe, sendo o mais notável Jesus, Filho do Homem (1928), antes de morrer de insuficiência hepática e tuberculose incipiente em dez de abril de 1931. Gibran nunca perdeu a paixão pelo Líbano, sua terra natal, onde foi enterrado e onde é considerado uma lenda.
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Texto de apresentação do livro O Profeta, de Khalil Gibran el Khalil.
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Para ler mais, clique aqui.

30 de jul. de 2008

Khalil Gibran el Khalil

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E um jovem disse: Fala-nos da Amizade.
E ele respondeu, dizendo:
Vosso amigo é a resposta a vossas necessidades.
Ele é o campo que semeais com amor e colheis com agradecimento.
É a vossa mesa e o vosso fogão.
Pois vindes a ele com fome e o buscais para ter paz.
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Quando vosso amigo fala com sinceridade, não tenhais medo do "não" em vossa mente, nem restrinjais o "sim".
E quando ele estiver silencioso, vosso coração não deixa de escutar o coração dele;
Pois sem palavras, na amizade, todos os pensamentos, todos os desejos e todas as expectativas nascem e são compartilhados, com uma alegria imensurável.
Quando sois parte de vosso amigo, não sofreis;
Pois o que mais a amais nele poderá ficar mais claro em sua ausência, como a montanha, para o alpinista, fica mais clara da planície.
E que o propósito da amizade não seja mais do que aprofundar o espírito.
Pois o amor que busca mais do que a descoberta de seu próprio mistério não é amor, mas uma rede: e apenas o inútil é pescado.
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E que o que tenhais de melhor seja para o vosso amigo.
Para que ele conheça a vazante da vossa maré, deixai também que conheça a vossa enchente.
Pois o que é vosso amigo para que o busqueis para matar o tempo?
Buscai-o sempre para viver o tempo.
Pois ele deverá preencher vossa necessidade, mas não vosso vazio.
E, na doçura da amizade, que haja risos e o compartilhar de prazeres.
Pois no orvalho das pequenas coisas é que o coração encontra sua manhã e se renova.
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Khalil Gibran el Khalil, escritor libanês, em O Profeta.
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29 de jul. de 2008

Banda Mahara, de Belém, Pará


Tenho tido a sorte de conhecer o trabalho de compositores maranhenses de primeiríssima linha, e fico apaixonada quando ouço alguém cantar bonito as coisas, as gentes e tanto mais do Maranhão, onde nasci e vivi. No canal Maya_musique, há dois dias, só tem cantor a compositor maranhense, e fiz isso não só pela qualidade do que se produz no Maranhão como também pela saudade que já bate, aqui no frio do inverno carioca. Voltei de São Luis faz uns três dias, e lá tive a grata surpresa de ouvir falar de uma banda que está na estrada desde 2003 e tem crescido muito, feito shows pelo Pará e encantado os felizes que podem ouvi-la. Trata-se da Mahara, uma banda que nasceu inicialmente só com meninas (Elaine, Hivana e Ruth), num evento da Universidade Estadual do Pará, mas hoje tem também o Rafael em sua composição. O vídeo que está logo abaixo, pescado do Youtube, foi gravado de um celular, mas loguinho eu espero ter mais material da banda por aqui.
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A formação da Banda Mahara:

  • Elaine Valente, nos violões e na guitarra;
  • Hivana Praxedes, voz;
  • Rafael Mergulhão, nos violões e na guitarra; e
  • Ruth Saldanha, na bateria.

A Banda tem um perfil no Orkut, pra quem quiser fazer contato:
http://www.orkut.com.br/Profile.aspx?uid=8572140981159538480

O pessoal da Mahara, Elaine, Hivana, Rafael e Ruth, também tem perfil no Orkut, é só procurar pra entrar em contato com eles.

Fotos da Banda Mahara:

http://espetaculoproducao.carbonmade.com/projects/97094
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Para ouvir este vídeo, vá primeiro na caixa "Maya_musique", à esquerda, e clique em "pause". Depois, venha aqui e clique em "play". Na primeira passagem pode haver interrupções, experimente ver na segunda!










Blog da Banda Mahara
(está também no Blogstatement, nos meus blogs recomendados):

http://bandamahara.blogspot.com/




Elaine Valente, cordas
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Rafael Mergulhão, cordas



Ruth Saldanha, bateria



Hivana Praxedes, voz!
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