Creio que não existe nada de mais belo, de mais profundo, de mais simpático, de mais viril e de mais perfeito do que o Cristo; e eu digo a mim mesmo, com um amor cioso, que não existe e não pode existir. Mais do que isto: se alguém me provar que o Cristo está fora da verdade e que esta não se acha n'Ele, prefiro ficar com o Cristo a ficar com a verdade. (Dostoievski)

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7 de jun. de 2008

Os nazi europeus de hoje




A grande muralha da União Européia

Participando da Primeira Guerra Mundial como simples soldado, o deputado francês André Maginot recebeu um balaço que o aleijou. Ao se tornar ministro da Guerra em 1929, Maginot convenceu a França de que era necessário erguer muralha inexpugnável contra a Alemanha, ao longo da fronteira entre os dois países. A linha Maginot, construída em 1938, era uma série de fortificações de espesso concreto armado, blindadas contra a artilharia da época, com alojamentos de ar condicionado para seus soldados, e guarnecidas pelo melhor armamento disponível. Seu criador deixou o cargo quando as obras começavam, em 1931. A morte o poupou de ver sua grande obra mostrar-se inútil. Os alemães esquivaram-se de confrontar-se com a linha de fortificações. Simularam que pretendiam rompê-la, com manobras diversionistas, enquanto entravam na Bélgica, e em poucos dias de maio de 1940 penetravam em território francês. A Linha Maginot não protegia a França contra a Bélgica, nem a Bélgica contra a Alemanha.

Os governos da França, da Alemanha, da Itália e da Grã-Bretanha, com o apoio tácito dos demais países da União Européia, decidiram adotar medidas duras contra os imigrantes procedentes de países estranhos à sua confederação. Pretendem erguer muralha, tanto mais sólida quanto mais intangível, para impedir a invasão dos estrangeiros. No século 19, sempre que havia problemas econômicos, os europeus vinham para a América. A partir de 1880, e durante quase todo o século 20 - com as duas guerras - continuou o fluxo migratório para o Brasil e a Argentina.

Há 30 anos, trabalhadores italianos, espanhóis e portugueses (os gastarbeiter) eram discriminados na França, na Alemanha e na Inglaterra. Agora se unem a seus antigos discriminadores contra latino-americanos, árabes e africanos. Não suportam a presença de negros, nem de mestiços. Um simples lenço na cabeça das mulheres muçulmanas é insulto a seu senso estético. As novas regras prevêem campos de concentração, nos quais os imigrantes ilegais podem ficar detidos durante seis meses, enquanto se providencia a expulsão. Além disso, podem ser condenados a quatro anos e, quem lhes alugar moradias, a três anos de prisão. O descendente de húngaros Sarkozy se alia à alemã Merkel e ao italiano Berlusconi nessa cruzada.

A xenofobia na Europa e o reforço militar americano na fronteira com o México obrigam os países latino-americanos a adotarem medidas comuns de defesa. Novas provocações são esperadas nas fronteiras com a Colômbia, sobretudo depois que o laudo suspeitíssimo, da Interpol, dá crédito ao conteúdo de disco rígido que os colombianos alegam ter recolhido de laptop das Farc. Cautelosamente, o New York Times não confere veracidade ao exame da Interpol. O mundo sabe como tais provas são construídas pelos ingleses e americanos, desde o caso do Iraque. Não é apenas na Colômbia que podem ocorrer provocações: a Tríplice Fronteira continua sendo uma tentação para o Pentágono e a CIA. E Barack Obama declara que a Amazônia "é um recurso global".

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Texto lúcido de Mauro Santayana publicado no Jornal do Brasil de 25/05/2008, p. A2

IMAGENS: Web

Os destaques em negrito são nossos.

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Sobre a ocupação estadunidense na tríplice fronteira Brasil-Paraguai-Argentina-Uruguai, visite:

http://vozdoseven.weblog.com.pt/arquivos/201374.html

http://www.rel-uita.org/internacional/gigante_cidiciado-por.htm

http://www.defesa.ufjf.br/arq/Art173.htm

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