O mensalão, tudo bem. A corrupção é lamentável, indesejável, mas vai existir em qualquer governo. Digamos que é um tipo de perda que você já pode contabilizar tranqüilo, de véspera, algo como um piso de 2,5 pontos percentuais dos 27,5% que você paga ao Leão, e vamos em frente.
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Por isso, não fique aí chorando porque o Marcos Valério (que finalmente foi condenado. Pena: dois salários mínimos) faz aquela ponte do BB para o PT, levando 10 milhões de reais do seu dinheiro para o caixa do Delúbio, pelo duto Visanet. A hora de chorar é agora, quando Lula se prepara para pegar mais 10 bilhões de reais – bilhões, não milhões – do seu dinheiro e transferir para o caixa único do governo popular, pelo duto legal, oficial e limpinho da nova CSS.
A Contribuição Social para a Saúde, que deve ser votada no Congresso esta semana, é o roubo institucionalizado. Com o fim da CPMF, o governo compensou a perda de receita aumentando brutalmente outras taxas, como PIS, Cofins e CSLL, todos regiamente repassados pelas empresas aos produtos que você consome. A carga tributária brasileira, que estava na Lua, continuou por lá. Agora vai a Marte.
A CSS é um escândalo. Como pode a opinião pública brasileira (que já está virando caso de polícia) engolir candidamente essa excrescência? Os bem-pensantes, os éticos, estão aí, pelo visto, prontos a assinar embaixo, em nome da melhoria da saúde pública. “É a vida do povo que está em jogo”, justificam.
Pois a vida do povo vai piorar. Já ficou mais cara com a “democratização” da mordida da CPMF através de outros impostos menos visíveis, disfarçados nos preços dos produtos. Agora vai ficar um pouquinho mais apertada com o novo pedágio sobre a circulação financeira, para folgar os cofres de Luiz Inácio na reta de chegada para 2010.
A lógica é límpida, e é a mesma com que o cirurgião insuspeito Adib Jatene comoveu o país (com a melhor das intenções) para no final das contas reforçar o caixa de Fernando Henrique com a CPMF. O governo gasta muito e mal em todos os setores, mas com saúde não se brinca, então vamos criar uma taxa extra (que nem condomínio em obras) – e, claro, perdoar mais uma vez a incompetência administrativa do poder público.
Aí gritam que isso se resolve aumentando a vinculação obrigatória de recursos do orçamento para a Saúde, na linha do que fez José Serra no governo FHC. Outra miragem para embromar os éticos. Na Saúde também estão os maiores ralos de desperdício e corrupção.
A saída, que evidentemente não é criar mais impostos, é a mesma de sempre, mas a única que não dá ibope: administrar direito.
Mas aí seria pedir demais. Vamos deixar que os paladinos da saúde continuem comovendo o país também na área de segurança, na de educação, na de transportes, porque todas essas áreas certamente vão funcionar bem melhor com uma taxazinha só para elas.
E o imposto recorde que você já paga? Esse continuará mantendo o governo, essa espécie de ONG gigante que tem lá suas necessidades, e você não tem nada com isso.
Enfim, pare de chorar miséria e seja sensível às causas sociais. Afinal, são só mais 10 bilhões.
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.Guilherme Fiúza, em seu Blog. Texto postado em 09 de Junho de 2008.
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.NOTA: Estou de luto. Não concordo com mais esse imposto infame, mais essa exploração, mais esse abuso. Por acaso consultaram o povo? Por acaso sondaram a "opinião pública"? Qualquer um que tenha o mínimo de vergonha na cara não pode aprovar mais esse roubo.
.PT, NUNCA MAIS.
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FALE COM O PRESIDENTE LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA:
http://www.presidencia.gov.br/presidente/falecom/
É SÓ CLICAR.
MANDE SUA MENSAGEM. DIGA O QUE VOCÊ PENSA DESTE NOVO IMPOSTO, O CCS (CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PARA A SAÚDE).
NÃO SE CALE.
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