Nada assim
tão deslumbrante,
encontrei o que sou aqui,
distante
diante da Catedral Invisível.
Direi só pra você,
amor, o indizível.
Sim, nada mais
machuca como antes,
sou toda tomada
por um torpor fulgurante
e o cinza desta estação
é todo meu, amor,
todo meu.
Mas quem sou eu, amor,
se já perdi quem eu era
há sete anos?
Vejo o vento varrendo
a calçada nua,
nua e ardendo
aqui estou,
sou sua.
.
A dívida,
certeza e dúvida,
agora não entendo tudo
como o sangue que se expande
sobre a calçada nua
e o cinza ardente da estação.
.
Não sou sua
não sou minha
responda agora, amor, antes do fim, até
quando?
***
Mayalu Felix
setembro/1993
Brasília
Detrito Federal
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