Hoje visitei uma igreja presbiteriana perto de minha casa. A predicação do pastor, baseada em Hebreus 11, ressaltou a importância de não perdermos a visão das promessas de Deus em nossas vidas. Às vezes desanimamos, e o caminho nos parece duro demais, pesado demais. Podemos cair no meio do caminho. É preciso renovar a nossa fé, e guardar as palavras de esperança da Bíblia a despeito das dificuldades e circunstâncias enfrentadas, pois aquele que prometeu é fiel para cumprir.
Disse também o pastor, que trabalha com crianças numa favela de Niterói, que a igreja deve sair de si mesma. Lembrou a origem da palavra, que no grego aponta para este doar-se constante que deve ser a vida do fiel em Cristo. Mais ainda: o pregador ressaltou a importância de cada um ser, lá onde está, um missionário. De orar. De ter fé suficiente para acreditar que a oração do justo é eficaz e pode muito. Também inquiriu a igreja sobre a importância de, neste momento, estarmos orando pelo Senado, pela Câmara Federal, crendo que nossas orações podem mover coisas concretas no mundo real. “Se nós, igreja, estivéssemos orando pelo nosso país, a situação não seria hoje diferente do que é?”, perguntou ele. E disse muitas coisas ainda.
Fui renovada por uma predicação que se volta para os problemas de nosso país, para a importância de a igreja tomar para si a responsabilidade de interceder a fim de que a mão do Senhor se mova sobre nossa Nação. O pastor trouxe estatísticas, números e fatos aterradores. Dados sobre a violência no Rio de Janeiro, comentários colhidos na internet, retratos de desesperança e medo. Só no Rio de Janeiro, são cerca de 700 favelas. Recentemente, eu soube que o Brasil assumiu o primeiro lugar, em todo o mundo, na classificação de país mais corrupto.
Será que há alguma relação entre a corrupção do Senado e as favelas? E as milhares de pessoas mortas todos os dias por armas de fogo? Será que há alguma correlação entre o fato de que a Igreja evangélica no Brasil, raras exceções, nos últimos anos tem se voltado para si mesma e a prosperidade pessoal de seus membros e se esquecido de interceder pelo nosso país, para que o Senhor nos dê governantes no mínimo honestos e piedosos?
Comecei a participar do Movimento Fora Sarney com meu coração cheio de dor, de questionamentos sobre a situação do Brasil. Pagamos impostos e não vemos de fato a estrutura injusta de miséria desta Nação ser modificada. Nosso salário mínimo é um dos mais baixos da América Latina. A impunidade é tanta que é mais fácil alguém ser preso por não pagar pensão alimentícia que por matar um ser humano. No curso desta caminhada, já tendo participado de três manifestações e integrando a comissão organizadora do Movimento aqui no Rio, entendo que a vontade do Senhor vai além de retirar José Sarney do cargo de Presidente do Senado, ainda que seja da vontade de Deus, sim, a presença de pessoas de bem, de homens e mulheres honestos e dignos em todos os estratos de direção no Brasil.
Entendi, ao longo desse período, que é preciso clamar por uma ampla Reforma Política, que faça cessar os privilégios que não condizem com a realidade de nosso país e são absolutamente desnecessários para o funcionamento da República. É preciso reformar as leis que regem o funcionamento dos Poderes.
No final das contas, entendo que o povo que se chama pelo nome do Senhor, povo de Deus, precisa clamar por seu País agora, neste momento, orando e jejuando, porque vivemos dias de muita dor e trevas profundas nos mais altos escalões do poder. O reflexo disso se dá nos índices de violência, de miséria, na ausência do Poder Público em áreas fundamentais como segurança, saúde e educação. Na equipe de Coordenação do Movimento Fora Sarney do Rio de Janeiro, eu descobri, somos em torno de sete evangélicos, de diferentes denominações. Em nossas conversas, entendemos que há um chamado de Deus para que nesta hora clamemos sinceramente ao Pai a fim de que sua mão se mova em prol da Justiça e da Verdade neste país. Às vésperas de um ano eleitoral, o povo de Deus precisa se dar conta de sua responsabilidade – não somente a de votar, mas a de interceder para que a vontade do nosso Deus, que é bom e justo, seja feita, nessas eleições.
Por isso, convido a todos os que lêem este texto agora a se juntar a nós em jejum e em oração, nesta segunda-feira 31/08/2009, e a clamar para que o Reino de Deus e sua Justiça venham sobre nós. Vamos orar para que todo mal, todo cinismo, toda mentira, toda desonestidade, impiedade, desonra e opressão sejam exterminados do Senado, da Câmara, da Presidência da República, do Poder Judiciário. Oremos especialmente pelo Senado Federal, pois ele está tomado, integralmente, por pessoas que, tendo sido eleitas para ajudar o povo, dele zombam e, em detrimento de sua opinião, prosseguem a praticar o mal, com sua imoralidade à luz e sua injustiça às claras.
Às 14h desta segunda-feira, 31/08/2009, junte-se a nós. Estaremos orando e entregando nosso jejum, pelo Brasil, e pedindo a Deus que Ele tenha misericórdia de todos nós.
na reunião da coordenação, dias antes da manifestação
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