Creio que não existe nada de mais belo, de mais profundo, de mais simpático, de mais viril e de mais perfeito do que o Cristo; e eu digo a mim mesmo, com um amor cioso, que não existe e não pode existir. Mais do que isto: se alguém me provar que o Cristo está fora da verdade e que esta não se acha n'Ele, prefiro ficar com o Cristo a ficar com a verdade. (Dostoievski)

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17 de ago. de 2009

fora sarney e reforma política já!

SÓ O VOTO RESOLVE?
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Numa entrevista ao programa Canal Livre em 2005, o professor, sociólogo, ex-guerrilheiro, ex-fundador, ex-dirigente do PT e ex-coordenador da campanha de Lula em 1989, César Benjamin conta como Lula nomeou, em 1993, um desconhecido para representar a CUT no Conselho do FAT. É o Conselho que administra e decide as aplicações dos recursos do Fundo. Conta também como descobriu que grande parte do dinheiro usado na campanha de Lula em 1994 vinha, de maneira ilegal, do FAT. Denunciou o fato diretamente a Lula e José Dirceu e em reuniões internas da direção do partido. Como nenhuma providência foi tomada, César Benjamin, desiludido, abandonou o PT em 1995. Ah, sim! O desconhecido nomeado por Lula chamava-se Delúbio Soares.
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Essa introdução é simplesmente para comprovar que o núcleo dirigente do PT vem desviando dinheiro público há muito tempo. Em segredo.
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Quando finalmente chegou ao poder, o PT não só continuou a roubar, através de esquemas de superfaturamento para aquisição de equipamentos e realização de obras públicas via Marco Valério e Delúbio Soares, comandados por José Dirceu e, muito provavelmente, com o conhecimento do presidente, como enveredou para a compra de votos no Congresso, usando justamente esse dinheiro roubado. É a tal história de que os fins justificam os meios.
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O problema é que todos, com raríssimas exceções, também roubam, e muito. Os congressistas que receberam dinheiro do mensalão ou do escândalo das ambulâncias pertencem a praticamente todos os partidos políticos, tanto os de apoio ao governo, quanto os de oposição. Os governos estaduais roubam, os governos municipais roubam, quase todos os que estão em posição privilegiada no poder roubam, de um jeito ou de outro, dinheiro público.
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Mesmo os bagrinhos com algum poder de decisão se aproveitam e também fazem lá seus roubinhos, aceitando propina para liberar projetos ilegais, privilegiando e armando licitações para depois dividir os lucros com a empresa "vencedora", dispensando ou diminuindo o valor de uma multa, fazendo suas desonestidades das formas mais variadas e "criativas" possíveis.
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Então qual a saída? Votar em outros candidatos que não os envolvidos em escândalos? Talvez seja uma alternativa mas eu, pessoalmente, não acredito. Para mim praticamente todos são iguais. Todos querem o poder, visando não o desenvolvimento do Brasil e do seu povo, mas sim usufruir das suas delícias e das vantagens que obterão advindas do seu exercício. O Maranhão, comandado pela família Sarney durante 43 anos, é o melhor exemplo disso. É hoje o estado mais pobre do Brasil. Então, volto a perguntar: qual a saída? Renovar totalmente o Congresso e as Câmaras estaduais e municipais, através do nosso voto?
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Mesmo que isso fosse possível, não nos iludamos, nada mudaria. Não esqueçamos que os novos eleitos também são políticos, quer no nível federal, quer no nível estadual ou municipal, acostumados e experimentados nessa rotina de negociatas, falta de ética e interesses pessoais. Os exemplos são tantos, tantos... Não só os atuais mas os do passado recente e remoto. A coisa toda só piorou um pouco mais agora. Mas já vem de longa data!
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Por outro lado, é muito fácil jogar a culpa de tudo isso nos políticos, nos partidos A, B ou C, nos governadores, nos prefeitos, no presidente da República, no poder judiciário, seja lá em quem for.
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E assim nos esquecemos de culpar a nós mesmos. Nós que vivenciamos tudo isso e não reagimos. Nós que não nos indignamos de verdade. Nós que vamos nos acostumando com esse estado de coisas e tocando nossa vida, cada vez mais anestesiados, mais tolerantes, como se tudo isso fosse inevitável e normal.
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Não fosse assim, o Brasil deveria estar convulsionado de norte a sul, com o povo (nós) nas ruas protestando e exigindo mudanças. Não pedindo, exigindo!
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Exigindo não a cassação de políticos ou o impeachment do presidente, isso é pontual, mas coisas maiores e mais profundas que afetarão, para melhor, o futuro dos nossos filhos e netos.
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Exigindo, do Legislativo, uma reforma política de fato, que diminua privilégios, estabeleça o voto distrital, a fidelidade partidária, o voto aberto em todos as decisões de plenário, o financiamento público e exclusivo das campanhas, o aumento do rigor nas punições aos políticos que desrespeitam o voto que os elegeu, a transformação da corrupção em crime hediondo que, assim, jamais prescreveria. Se cometer um assassinato por motivo torpe é considerado um crime hediondo, muito mais o é a corrupção. Ela atinge um número infinitamente maior de pessoas que, direta ou indiretamente, dependem dos recursos públicos. São filhas da corrupção a fome, a miséria, a falta de educação e as milhares de crianças que sofrem de desnutrição ou morrem antes de completar um ano de vida. É a corrupção que gera obras superfaturadas gastando-se com uma, recursos que dariam para realizar duas ou três. Três hospitais, três escolas, três estradas, três portos, três hidrelétricas ao invés de uma de cada, apenas. Advém da corrupção impune, a criação de uma moral distorcida e daninha que considera ser desonesto ou obter vantagem pessoal em detrimento de outrem, coisas normais e corriqueiras.
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No Judiciário, uma mudança completa. Que, entre outras coisas, permitisse a todos, pobres e ricos, o mesmo direito de acesso à justiça. Que reduzisse a estratosférica quantidade de recursos disponibilizados pelo arcabouço jurídico e utilizados pelos advogados, o que faz com que um processo se arraste por anos a fio sem decisão, às vezes com o interessado morrendo sem ver seu direito reconhecido ou que o crime cometido por alguém, como o de corrupção e tantos outros, prescreva e não haja punição. Exigindo a abolição de regras absolutamente burocráticas e obsoletas, baseadas no velho Direito Romano e a criação de outras que permitam agilizar, desonerar e democratizar a justiça, último refúgio do cidadão na busca dos seus direitos. A lentidão, a procrastinação, o excesso de recursos, o altíssimo custo da justiça no Brasil, desanima a pessoa honesta que a procura e transmite a toda a população a sensação de impunidade e, consequentemente, o avanço do crime. Porque não, se eu tenho dinheiro, fraudar, roubar, desviar dinheiro público, formar quadrilha, enganar, traficar, sonegar, cometer estelionato, mandar matar? A punição não virá mesmo! É só contratar bons (e caros) advogados e usar a própria legislação para que a sentença final seja eternamente adiada.
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Teríamos que exigir do executivo a absoluta transparência dos gastos realizados com o dinheiro que arrecadam dos altíssimos impostos que todos nós, miseráveis, pobres ou ricos, pagamos. Quanto, onde, porque e como foi gasto. Tudo isso disponível a todos, de forma clara e simples, através da imprensa e da Internet. Exigir o fim dos cartões de crédito doados aos mandatários do executivo federal que geram gastos exorbitantes, pagos por nós e desconhecidos de todos. Exigir a drástica diminuição dos cargos de confiança que só servem para apanhiguar os amigos ou compensar os partidários derrotados nas urnas. Exigir dos governantes planejamento sério e de longo prazo, que busque os interesses de cada estado e do Brasil e aponte para um futuro profícuo para todos. Exigir que o orçamento da União não seja mera formalidade legal, mas sim instrumento de melhoria real para a Nação. Exigir a renegociação ou outras alternativas exequíveis para o problema da dívida pública, que já ultrapassou um trilhão de reais e subtrai do País, por ano, algo em torno de 150 bilhões de reais apenas para o pagamento dos juros dessa mesma dívida. E que, mesmo assim, continua a crescer.
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E onde estamos nós ao invés de estarmos nas ruas protestando contra tudo isso? Onde está a população carioca e paulista que não reage ao eterno e sempre crescente estado de violência das suas cidades? Ou o povo do Maranhão que se acomoda com sua pobreza extrema? Onde estão, ou melhor, onde estamos todos nós, que nos acovardamos, que não mais nos sensibilizamos, que nos acomodamos com a absoluta falta de ética e compromisso dos nossos governantes?
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Estamos nas nossas casas, uns pensando no que fazer no próximo fim de semana, outros em acordar na madrugada seguinte para pegar ônibus ou trem para o trabalho, muitos no que fazer para colocar comida em casa, tantos na busca diária de um emprego, alguns na viagem ao exterior que farão, mas todos, todos sem exceção, aguardando que outros tomem as atitudes que deveríamos tomar.
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Confesso que estou preocupado com o País que estamos legando aos nossos filhos e aos filhos dos nossos filhos.
Talvez, irmos para as ruas seja, enfim, a única saída.
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Wilson Felix

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