Creio que não existe nada de mais belo, de mais profundo, de mais simpático, de mais viril e de mais perfeito do que o Cristo; e eu digo a mim mesmo, com um amor cioso, que não existe e não pode existir. Mais do que isto: se alguém me provar que o Cristo está fora da verdade e que esta não se acha n'Ele, prefiro ficar com o Cristo a ficar com a verdade. (Dostoievski)

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29 de dez. de 2008

2009 chegando...


Le vieil homme et l’Église

Termino 2008 relendo Georges Hourdin, em seu Le vieil homme et l’Église. Georges Hourdin é um dos mais conhecidos pensadores católicos da França. Fundador de um dos grandes grupos de imprensa francesa de inspiração cristã, publicou muitos livros, entre os quais Simone Weil e Dietrich Bonhoeffer. Ele faleceu enquanto eu ainda morava em Paris, e os ecos de sua morte me chegaram por meio de uma vizinha, que no final das contas me presenteou com seu livro.

Entre críticas e críticos, Georges Hourdin fez à igreja da qual fazia parte críticas essenciais. A uma igreja que perde fiéis e é criticada em toda a França e demais países da Europa, Hourdin fez críticas fraternais. Mais do que a inteligência e o desejo desmesurado de demonstrá-la, Hourdin fez uso da sensibilidade do entendimento. Nenhuma crítica alcança a totalidade, eis porque é preciso que a boa crítica seja também humilde. E não alcança porque conhecemos de modo parcial. A arrogância do que pretensamente sabe, sua verborragia e sua certeza são o indício de que ele não sabe. Usamos as palavras para delimitar, mas o conhecimento se estende no silêncio. Usamos as palavras para demarcar, mas a sabedoria está no silêncio -- silêncio que traz em si todas as significações, fluidas e plenas.

Volto a Georges Hourdin, católico laico francês que empreendeu a crítica mais propositiva já feita a alguns dogmas e práticas históricas anti-bíblicas da Igreja Católica. Ler Georges Hourdin é entrar num mundo que pode ser crítico, mas é, também, propositivo e sábio. É esse o mundo da verdadeira discussão, pois fora dele demarcamos posições e nos entrincheiramos, cientes de nossa razão.

A crítica arrogante, de fato, é estúpida -- jamais propositiva. Em geral, é autocentrada. Busca mais o reconhecimento para quem escreve e a agressão pure et dure que a construção de uma síntese. Entretanto, mais que agudeza de espírito e agressividade calculada, precisamos de vozes dispostas a aparar arestas.
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Trago a questão para o nosso mundo protestante-evangélico, no qual os fiéis se empenham em lutar contra si mesmos. Quantos blogs que vivem não para falar de Cristo, mas para criticar barbaramente, acidamente, agressivamente, os que não são de sua denominação, ou movimento, ou categoria. Entretanto, mais do que textos que decretam a sordidez da Igreja e a estupidez dos líderes ou dos fiéis, precisamos de pessoas que acolham, e agreguem – como fazia Georges Hourdin com sua Igreja Católica. Não se trata, de modo algum, de compactuar com erros e acalentar desvios, mas façamos uma crítica mais honesta e menos cínica, é tudo.
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Diz a sabedoria popular que Deus não precisa de advogados, mas de testemunhas, mas a natureza humana é ávida pelo papel de advogado, sobretudo do que acusa. Não faltam, para escrever críticas pretensamente lúcidas à Igreja de Cristo e aos fiéis, as Vestais da Pureza da Fé Cristã (falarei das Vestais em outro texto...). Então, à aspereza da crítica ignorante – pois não sabem, não conhecem realmente o que criticam – posto que incapaz de se questionar e de lançar suas bases com a humildade dos que sabem muito, mas não sabem tudo, oponho a crítica propositiva. Aos que decretam ser o ápice da inteligência em si, oponho a ponderação do Espírito em nós. À facilidade do discurso odiento e egocêntrico, oponho o discurso calmo do sábio.

Saber não é acumular informação. Citar autores para conferir argumento de autoridade a um texto medíocre é um risco que deve ser levado em conta, pois pode maravilhar uns e gerar desagradável surpresa em outros. Tenho lido críticas à Igreja e aos cristãos que me parecem generalistas e obtusas, porém mascaradas por frases e vocabulário pretensamente sábios. Em geral, são textos azedos, sustentados por intelectualismos frágeis, salpicados aqui e ali de citações deslocadas de seu contexto. Tenho lido críticas que são mais uma radiografia do estado emocional e psicológico de quem escreve do que um discurso referencial. São textos que eu chamo de “índices”, visto que, como setas, apontam não para o problema enfocado na crítica (quase sempre rasa e pouco respaldada em uma realidade comum), mas para o autor da crítica e sua realidade particular.

O autor do texto é o sujeito do discurso e se trai ao produzi-lo, ainda que não escreva nenhum verbo flexionado na primeira pessoa do singular. Imagino como é o produtor desse discurso: irônico, arrogante, cheio de sentimentos superiores a respeito de sua concepção de mundo e de si mesmo, de sua atuação como crítico, que revela o quanto odeia a Igreja e o quanto deseja mudar o que lhe incomoda – sem querer saber, no entanto, o que pensam e sentem os demais, inclusive os participantes da estrutura à qual se dedica a criticar. Na interação, o crítico furioso escreve para si mesmo e seus amigos, que concordam com ele e o elogiam, dando sustentação e apropriando-se de seu discurso. Mas ele sabe que suas palavras não ecoarão, não sairão da zona de conforto que ele criou para preservar sua face como locutor. O crítico raivoso de que falo deseja mudar costumes e conceitos diferentes do que ele concebe como “o certo”. No fundo, o que ele não suporta é a diferença. Deseja que todos pensem como ele, pois quem transgride seu "pequeno manual do deus verdadeiro e certo" está errado.

Discordar é a base de qualquer crítica, mas além da discordância alguns críticos nos legam um sentimento de injustiça e, em virtude disso, pouca reflexão. Porque são irônicos, mas não são inteligentes. São ásperos, mas não são justos. São intelectuais, mas não são sábios. São raivosos, mas não são honestos. São polifônicos, mas não são equilibrados. São espirituais, mas não são amorosos. São lógicos, mas não são ponderados. São arrogantes, mas não são superiores. À crítica que infantilmente desagrega, oponho a crítica adulta e propositiva.

Esta é minha observação sobre 2009, um ano em que tivemos, no mundo evangélico e na blogosfera cristã, muitos advogados de acusação e poucos conciliadores, muitos escritores tiranos e poucos cristãos pacientes.

Agradeço aos leitores pelas visitas, mas também – e, sobretudo – a Deus, sem o qual nada é. A Ele, por Ele e para Ele desejo a todos um ano abençoado. Que 2009 seja o ano em que O vejamos, de fato, em nós.

Segue um trecho do primeiro capítulo do livro Le viel homme et l’Église, de Georges Hourdin, no original em francês e, depois, uma tradução minha para o texto.
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Feliz 2009...
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:)

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“L’Église catholique de France risque de disparaître. C’est tout au moins ce que nous dit l’analyse des faits, si l’on veut bien regarder plus loin et ne pas se contenter de récupérer le succès de tel ou tel rassamblement.

Elle agonise sous sa forme actuelle, et je pleure devant cette perte irréparable toutes les larmes de mon amour. Que s’est-il donc passé?

Peut-on agir? Est-il encore temps d’intervenir? Je le crois. Je proposerai donc des reformes que les croyants attendent, qu’ils exigent même..., qu’il est impossible de leur refuser.

Et comme le Christ m’est viscéralement cher, que je ne peux oublier son message, je dirai les raisons que nous avons d’espérer, puisqu’à travers des homes et des communautés, l’Évangile de Marc, de Matthieu, de Luc, de Jean, est toujours vivant.”

HOURDIN, Georges. Le viel homme et l’Église. Paris, Desclée de Brouwer, 1998, p. 9,10.

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"A Igreja Católica da França corre o risco de desaparecer. Pelo menos é o que nos diz a análise dos fatos, se desejamos ver mais longe e não nos contentar em recuperar o sucesso deste ou daquele encontro.

Ela agoniza em seu modelo atual, e eu choro diante desta perda irreparável todas as lágrimas do meu amor. O que está acontecendo?

Podemos agir? Ainda é tempo de intervir? Eu acredito nisso. Vou propor, então, reformas que os fiéis esperam, que exigem... que é impossível recusar-lhes.

E como o Cristo me é visceralmente caro, e eu não posso esquecer sua mensagem, direi as razões que temos para esperar, visto que por meio dos homens e das comunidades, o Evangelho de Marcos, de Mateus, de Lucas e de João está sempre vivo."

HOURDIN, Georges. Le viel homme et l’Église. Paris, Desclée de Brouwer, 1998, p. 9,10. Tradução nossa.

24 de dez. de 2008

Feliz Natal, Aleluia.



Para ver e ouvir este vídeo, vá primeiro à caixa "Maya_musique", na coluna à esquerda, e clique em "pause". Depois, venha aqui e clique em "play". Se na primeira passagem houver interrupções, experimente ver na segunda.

Certamente você já ouviu esta música, em O Senhor das Armas ou em Shrek. É Halleluja, de Leonard Cohen. Pesquei algumas dessas informações na web: A versão que toca em "O Senhor das Armas" é a de Jeff Buckley (a mesma do filme "Edukators"). A versão original é de Leonard Cohen. Em Shrek, a versão é de John Cale:

Baixar aqui: http://www.mp3-download-lyrics.com/music...
http://www.emp3world.com/mp3/89589/Jeff%...
http://www.mp3000.net/download/mp3/29498


Achei no Youtube:

Que versão linda (Espen Lind - on guitar - Askil Holm, Alejandro Fuentes, Kurt Nilsen - World Idol - four norwegian great singers. For more info. visit:www.senjalady.piczo.com/?cr=5 ): http://www.youtube.com/watch?v=T2NEU6Xf7lM&feature=related
No filme Shrek, com John Cale: http://www.youtube.com/watch?v=X0pcFHgDtus&feature=related
Na voz de Jeff Buckley (minha preferida, entre as diversas outras versões): http://www.youtube.com/watch?v=HKnxmkOAj88&feature=related
A tradução: http://video.aol.com/video-detail/aleluia-jeff-buckley/3074796502
Com Michael Sweet: http://www.youtube.com/watch?v=yQPgBfwL1Gs
Com Rufus Wainwright: http://www.youtube.com/watch?v=mmbQEQltOwM&NR=1 e http://www.youtube.com/watch?v=gcM02aV39xc&feature=related
Com Leonard Cohen, o autor: http://www.youtube.com/watch?v=rf36v0epfmI&NR=1
Com John Cale (bela versão): http://www.youtube.com/watch?v=ckbdLVX736U&feature=related
Com Damien Rice, a versão que está reproduzida aqui no Blog (minha segunda preferida): http://www.youtube.com/watch?v=aaHdeNN_ee0&feature=related

Há ainda muitas outras versões...

Enjoy it...

Feliz Natal (no meio de tantos apelos comerciais e gastronômicos, se você ainda se lembrar qual é a razão do Natal... Não, não é o Papai Noel...)

feliz



Esta bela e simples imagem foi um presente do querido Jander Antonio, colega da pós-graduação em Letras da Universidade Federal Fluminense. Meu muito obrigada ao Jander e meu Feliz Natal a todos.


:)

23 de dez. de 2008

ça suffit

Ça suffit, presidente.


Há uns dois dias tomei conhecimento de que o Brasil continua em 70º lugar na lista de IDH da ONU. IDH é o Índice de Desenvolvimento Humano, e avalia, por meio de pesquisas, medições e dados do próprio Governo e de organismos internacionais, a qualidade de vida da população. Saúde, educação, saneamento básico, mortalidade infantil e expectativa de vida, além de outros aspectos, são levados em conta para a obtenção do IDH. Na América do Sul, o Brasil perde para países como a Argentina (46º lugar), o Chile (40º lugar), a Venezuela (61º lugar) e o Uruguai (47º lugar). Na América, de modo geral, perde para os EUA (15º lugar), o Canadá (3º lugar), o México (51º lugar), Cuba (48º lugar), Bahamas (49º lugar), Costa Rica (50º lugar), Trinidad e Tobago (57º lugar), Panamá (58º lugar), São Cristóvão e Neves (60º lugar), Antigua e Barbuda (59º lugar), Barbados (37º lugar), Santa Lucia (66º lugar). O Brasil perde em outros aspectos, também: tem o litro de gasolina mais caro, como já postei por aqui. Mas ganha em outros: tem o segundo maior índice de corrupção do mundo, a maior concentração de riquezas, a maior carga tributária e o maior lucro de donos de banco.

De 2005, ano de divulgação do último registro de IDH, para 2008, o Equador subiu 17 posições no ranking. A Venezuela, 13. Portanto, não é impossível deixar para trás registros vergonhosos que, desde sempre, fazem parte da vida nacional. O que falta é vontade política. Falta honestidade, transparência, lisura e decência no trato do que é público. Falta o presidente beber menos, falar menos besteira e ser minimamente honesto com os que o elegeram. Bolsa Família não melhora IDH. Fosse assim, estaríamos no topo da América do Sul. Países que não têm programas assistencialistas estão em situação melhor que a nossa. Falta o BNDES ajudar menos os ricos e mais os pobres. Alguns dirão: “O Brasil melhorou, sim, apesar de o IDH continuar o mesmo...” Melhorou, mas foi o mínimo, a menor margem, um resultado ínfimo diante da arrecadação, do PIB, do dinheiro que saiu para a corrupção, das viagens presidenciais, do falatório presidencial, da propaganda governamental. O Brasil melhorou um pouquinho, o suficiente para não morrer asfixiado. Deveria ter melhorado muito mais, infinitamente mais. Com nota 0,800, num total que varia de 0 a 1, o Brasil melhorou, do famigerado governo FHC até aqui, 0,02 ponto, Isso mesmo: Lula, em seis anos de governo, nos fez melhorar 0,02 ponto. E isso por conta de três fatores: alguma melhoria na alfabetização, o aumento do PIB per capita e da longevidade. Veja a evolução do IDH de 1975 até hoje:

#1975:(índice=0.649)
#1980:(índice=0.685)
#1985:(índice=0,700)
#1990:(índice=0,723)
#1995:(índice=0.753)
#2000:(índice=0.789)
#2005:65ªcolocação(índice=0,792)
#2006:69ªcolocação(índice=0,792)
# 2007: 70ª colocação (índice = 0,800)

Já no quesito concentração de renda, somos campeões, jamais perdendo para países como Chile, Argentina, Uruguai... Segundo a Wikipédia, “no Brasil a concentração de renda é tão intensa que o índice P90/P10 está em 68 (2001). [2] Ou seja, para cada Dólar que os 10% mais pobres recebem, os 10% mais ricos recebem 68. O Brasil ganha apenas da Guatemala, Suazilândia, República Centro-Africana, Serra Leoa, Botsuana, Lesoto e Namíbia.”
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No ranking mundial da corrupção também somos campeões. O Governo Lula conseguiu nos elevar a índices altíssimos, deixados para trás há dez anos. Voltamos a eles, graças ao Governo do PT e do PC do B: “O Índice de Percepção da Corrupção no Brasil se manteve estável em 2008 na comparação com o ano anterior, mas o país caiu oito posições no ranking dos países que tem menor percepção da corrupção no setor público, ficando agora com a 80ª posição, divulgou a organização não-governamental Transparência Internacional nesta terça-feira. Mesmo com a manutenção do índice em 3,5, o Brasil aparece atrás de países como Butão, Botsuana, Gana e Seicheles na lista da ONG. Na América do Sul, o Brasil ficou à frente de Argentina, Bolívia, Paraguai, Equador e Venezuela. O país também está empatado no ranking com Burkina Faso, Marrocos, Arábia Saudita e Tailândia. A Transparência Internacional detectou uma "ligação fatal entre pobreza, instituições falidas e corrupção" no mundo como um todo. De acordo com a entidade, a presença de países como Somália, Iraque e Haiti na parte de baixo do ranking mostra que o aumento da corrupção provoca um ‘contínuo desastre humanitário’.”

Mais um quesito em que somos campeões: duvido que algum país da América Latina tenha um avião tão luxuoso quanto o Aerolula. Ao custo de R$ 153 milhões de reais, temos o presidente de um país subdesenvolvido e líder de um governo corrupto voando como chefes de Estado de primeiro mundo. Não poderia deixar de registrar mais esta façanha presidencial.
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Após seis anos de Governo Lula, acho que não há mais ilusões. Um governo que, com tanto apoio popular, arrecadação recorde e 72 meses para governar até agora não conseguiu tirar o Brasil dessas estatísticas vergonhosas, acreditem, não o fará nem em cem anos de domínio da máquina pública.
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Desejando ao Brasil um presidente mais decente – em todos os sentidos – chego ao fim de 2008. Em 2010, graças a Deus, teremos novas eleições. PT, meus amigos, nunca mais. Ça suffit, como diria Nicolas Sarkozy.
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19 de dez. de 2008

dicionário do movimento pentecostal


Gostaria de compartilhar com vocês a alegria que eu tive por ter ido à Igreja Assembléia de Deus de Niterói, que fica no bairro Fonseca, em Niterói (RJ) neste último domingo, dia 14/12/2008, à noite. O pastor-presidente é Gessé Adriano da Silva, e foi também ele quem pregou, à noite. A Assembléia de Deus de Niterói é a segunda igreja Assembléia de Deus mais antiga do Estado do Rio de Janeiro – a primeira fica no bairro de São Cristóvão, município do Rio. Cheguei até lá por meio do pastor Isael de Araújo, outra grata surpresa: uma pessoa extremamente gentil, pronta a ajudar. O pastor Isael é o superintendente da Escola Dominical e é pastor-auxiliar da Igreja.
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Nessas explorações blogosféricas conheci o Blog do pastor Isael, o Dicionário do Movimento Pentecostal [http://dicionariomovimentopentecostal.blogspot.com/]. Logo que conheci o Blog, entrei em contato com o pastor para ir à Igreja. O nome do Blog do pastor Isael refere-se ao livro de sua autoria, de quase mil páginas. O Dicionário é uma extensa obra de referência para pesquisadores, estudiosos e interessados em simplesmente conhecer melhor a história do Movimento Pentecostal no Brasil. Em 2011 as Assembléias de Deus completam seu centenário, e muita coisa aconteceu nesse espaço de tempo -- o Dicionário traz muitos registros dessa História. Além das Assembléias de Deus, há também outras igrejas pentecostais, e o Dicionário não é só uma obra sobre a Assembléia de Deus: é geral, e tem caráter historiográfico e documental. No final do culto pude conversar um pouco com o pastor e folhear o livro – que deve ter dado um trabalho incrível. O pastor me contou que estudantes da área de Ciências Sociais o procuram constantemente em busca de informações para suas teses e monografias. Diferentes universidades abrigam estudos sobre a expansão do movimento pentecostal no Brasil, e obras como o Dicionário do Movimento Pentecostal tentam suprir uma grande carência de informações. A Editora é a Casa Publicadora das Assembléias de Deus, CPAD. Vou colocar no Blogstatement o link para o Blog do pastor Isael, e recomendo a todos que o visitem.

No mais, guardo a boa recordação do culto, da predicação, dos louvores. Agradeço também à irmã Sônia Fonseca, uma gentil criatura que me ajudou a chegar até lá. Desde que me mudei de Brasília e tive de parar de freqüentar a Igreja Assembléia de Deus Um Novo Dia, dirigida pelo pastor Sóstenes Apolos, não encontrei uma igreja que me edificasse tanto. Cada um com seu cada um, há pessoas que não se adaptariam à Assembléia de Deus e eu, infelizmente ou felizmente, não me adapto tão bem a outras denominações. Para isso contam muitos fatores, da doutrina à organização do culto. Acho que sou mais “careta”, gosto de celebrações sem muito estardalhaço. Por outro lado, o culto frozen das igrejas mais tradicionais me deixa frustrada. Freqüentei uma igreja, durante um curto período, assim. Nada de “aleluia”, “glória a Deus”. Se alguém se sentisse inspirado a proclamar um curto “amém”, desistia logo: o ambiente convidava todos à contenção mais rígida. As pessoas eram simpáticas, e a predicação do pastor era muito inteligente, cheia de conteúdo intelectual, recheada de citações de Santo Agostinho e congêneres (nada contra Santo Agostinho...). Mas, sinceramente, aquilo não me animou. Educação inglesa e pouca manifestação do Espírito de Deus. Cada um com seu cada um, sei há pessoas ali edificadas por meio de um modelo que não me serviu. Do mesmo modo, há algumas igrejas que têm o chamado “louvor extravagante”, além de tantas outras coisas mais, todas extravagantes, e, confesso, não me sinto à vontade nelas. Tenho uma grande amiga que é membro de uma igreja assim, e ali ela é alimentada. Eu gosto de cantar os hinos da Harpa Cristã, e não há nada de muito extravagante nisso. Quer coisa mais bela que os hinos dos hinários, sejam eles batistas, metodistas ou assembleianos? Cantar os hinos antigos pode não ser "extravagante", mas é belíssimo e inspirador. Já freqüentei uma igreja, em São Luis do Maranhão, em que os hinos do Hinário (não era Assembléia) não eram cantados, pois os jovens não os suportavam. Pode? Pois é, era a "ditadura da galera". No final das contas, os hinos acabaram sendo marginalizados, a onda eram os cânticos moderninhos. Tive medo do dia em que a Bíblia fosse substituída pelo livro Marley e eu e saí logo. Brincadeiras à parte, uma igreja que não preserva suas tradições está sujeita a ser levada por qualquer brisa de novidade, sem jamais se ancorar realmente em um terreno firme. Tudo é novidade: G12, louvor extravagante, dança profética... Por outro lado, uma igreja que só vive de tradições, sem ver que a inovação é inerente ao espírito humano e ao próprio Deus, está fadada ao legalismo vazio ou a uma renovação carnal e circunstancial de costumes – não do espírito e da vida. Agradeço a Deus que Ele me permite avistar ambas as coisas, a tradição e a renovação, nas Assembléias de Deus. Dito isso, devo reconhecer também que nesta vida é cada um com seu cada um, ou seja: cada pastor é um ser humano independente e único, e cada igreja, por mais ligada às outras que esteja, tem vida própria.

Histórias politicamente corretas auxiliam na educação das crianças?

Em muitas escolas de São Paulo, o Lobo Mau, arquiinimigo da Chapeuzinho Vermelho, em vez de ser morto pelo caçador, acaba fugindo dele. E a vovozinha, antes de ser devorada pelo animal, fica, na verdade, presa no armário. Também músicas tradicionais e populares vêm sofrendo pequenas alterações. É o caso de versos como "Não atirei o pau no gato" e "boi da cara preta não pega essa criança que não tem medo de careta".

Essas mudanças, no entanto, que procuram ser coerentes com discursos ditos politicamente corretos, são criticadas por alguns especialistas. Para o escritor Ilan Brenman, o intuito das licenças poéticas é justamente reduzir o grau de violência, agressividade e competição entre as crianças, a partir das obras literárias e das cantigas. "Segundo a pesquisa que realizei, pais e professores do Brasil inteiro começaram a adotar essas medidas imaginando que, ao reduzir o grau de agressão presente nas histórias, essa violência também se reduziria na vida real", explica Brenman, que também é contador de histórias, além de ter defendido recentemente tese de doutorado sobre o assunto na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE/USP).

No trabalho, orientado pela professora Hercília Tavares de Miranda e chamado de Emília: uma reflexão sobre a produção de livros politicamente corretos destinados às crianças, o autor assegura que, para desespero dos politicamente corretos, poupar as crianças das mazelas da vida nas obras de arte resulta no efeito contrário. Ou seja, impedir que a criança vivencie violência, morte, monstros e bruxas do mal no plano simbólico pode levá-la a querer experimentar tudo isso no plano real. Para o pesquisador, a boa literatura infantil e as cantigas tradicionais são a válvula de escape para que crianças lidem e trabalhem o lado sombrio, cruel, obscuro que todos os seres humanos têm por natureza.

Graduado em Psicologia, Brenman é um estudioso da relação entre infância e cultura e, ao longo de sua trajetória, marcada pela publicação de mais de 20 livros infantis, vem percebendo o temor e o terror dos adultos em lidar com temas que para os pequenos são comuns. "Veja o peso que os adultos dão para a morte. Em geral, as crianças lidam muito melhor com questões delicadas. Os adultos é que são cheios de interpretações e dificuldades", sugere. Por isso, ao contrário do que muitos pais e professores pensam, trabalhar com assuntos chamados de cabeludos não incentiva ninguém a ser mais violento, ou mais cruel. O especialista diz que entende a preocupação em querer reduzir o grau de violência. Vivemos, afinal, num mundo cheio de pequenas e grandes tragédias causadas pelo excesso de agressividade das pessoas. Mas, garante, mora aí o primeiro contra-senso desse método de suavizar a literatura. "Eu trabalhei na antiga Febem, com menores infratores, durante muito tempo. E o que fez eles chegarem àquele lugar não foi o excesso de contato com a literatura infantil. Pelo contrário, quase nenhum deles teve larga experiência com a cultura", conta o pesquisador. Ele entende que o que motivou a criminalidade nos menores, portanto, não foi a postura do Lobo Mau, ou o frágil amor relatado em Ciranda Cirandinha. "Foi a falta de família estruturada, escola de qualidade, pai e mãe presentes. Vamos portanto descriminalizar a literatura".

Terceirização da educação
Há ainda uma segunda interpretação errada que pode ser feita. Segundo Brenman, os pais da sociedade atual terceirizaram a educação dos filhos para as escolas e estas, por sua vez, vêm terceirizando a educação para os livros. Portanto já não são os pais nem as escolas quem dizem o que é certo e o que não é, quem transmite os valores, quem cobra as posturas corretas, que estabelece limites, parâmetros e referências. Diante da crise geral de princípios da educação, a escola passou a acreditar que os livros seriam uma fonte mais confiável de inspiração – e aí acontece um engano com consequências complicadas. "A literatura não nasce para ensinar ninguém a nada. Nasce, como todas as formas de artes, da necessidade de expressão do artista, da necessidade de colocar no plano da realidade algum conteúdo que movia o artista naquele momento", defende Brenman. Ou seja, a literatura até educa, mas não no sentido formal e mais rigoroso da expressão. Educa na medida em que faz as pessoas se encontrarem com as grandes questões da vida e da humanidade e não porque apresenta corretamente as lições que a escola quer passar. Não é para isso que ela serve, na visão do autor.

Por isso, a decisão que algumas escolas já tomaram de trocar as obras clássicas e modernas da boa literatura para crianças por pseudo-literatura já filtrada e que sirva para ensinar boas maneiras e boas relações com a diversidade não vai atingir o objetivo. "Não adianta culpar os livros pela violência da sociedade e nem combater essa violência com pseudo-literatura. O que sempre vai funcionar é família e escolas responsáveis pela educação, no sentido integral da palavra", alerta Brenman, antes de levantar mais um problema gerado por esses livrinhos adotados atualmente. "O texto das obras politicamente corretas é pobre, o vocabulário é reduzido e, de um modo geral, as crianças são subestimadas. E o resultado é que a criança deixa de sentir cócegas na alma quando lê. E nem se educa, nem curte a leitura", garante. Brenman lembra que isso que ele chama de cócegas na alma, o psicanalista Bruno Betelheim, autor de A psicanálise dos contos de fadas, classificava de histórias com algum perigo. Em contrapartida, as chamadas "histórias fora de perigo" são aquelas que não permitem o escoamento simbólico das forças, dos instintos, das pulsações que movem todo ser humano. Por isso, os ensinamentos que elas pretendem levar não conduzem à paz verdadeira – aquela que segundo Brenman contém as adversidades naturais da vida. "Levam a uma paz morta, a paz do cemitério, que não é decididamente aquela que devemos desejar", explica o contador de histórias. Para ele, a linguagem dos livros e cantigas, essa sim, é uma ferramenta para a chamada boa educação. A criança que tem contato desde cedo com a linguagem ao mesmo tempo sofisticada e simples dos contos de fada, por exemplo, ou das melhores obras da literatura mundial conhece mais palavras, enriquece o léxico, e fala e pensa melhor. "E se ela se comunica melhor, pode resolver os problemas sem bater ou agredir", defende Brenman.

Para concluir, o pesquisador da Universidade de São Paulo convida pais, mães e professores a entenderem o mundo da literatura infantil do ponto de vista da criança. Aquilo que os grandes chamam de sentimentos, fenômenos, manifestações conhecidas e que se pode manter sob controle, as crianças – por vezes – chamam de fantasmas. Medo, sentimento de abandono, ciúme, perdas, raiva, fúria, paixão, pena – tudo aquilo que parece banal para um adulto, são conceitos e sensações inéditas para um pequeno e por isso podem causar estranhamento. Para isso, a solução não é fechar a porta e impedir a criança de ter contato com o fantasma. "Na verdade, os fantasmas somem quando a gente os encara de frente e os convida para entrar. E é convivendo melhor com os nossos fantasmas e os dos outros que a gente cresce", ensina Brenman. "Por isso, se o que a gente quer é uma criança bem educada – no sentido grego da palavra, de tirar de dentro dela o melhor que ela pode dar – a chave é oferecer a ela o melhor que a arte permite. Literatura politicamente incorreta, mas perfeita para crianças inteligentes, é um desses presentes que a gente deve dar", conclui.

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Por Elisa Marconi e Francisco Bicudo

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COLABORAÇÃO: Olavo de Carvalho

18 de dez. de 2008

bolsas de estudo para 2009


BRED
Bolsa Universitária


Olá,

É com enorme satisfação que declaramos obter mais de 5.000 bolsas (parciais e integrais) para ingresso e transferência referentes ao processo seletivo 1º/2009 em faculdades conveniadas ao Bred.

Obs.: A bolsa está condicionada à aprovação do aluno no vestibular da faculdade conveniada, sendo que as bolsas integrais terão critérios sociais e de mérito acadêmico.

Cadastre-se gratuitamente em nosso site: http://www.bred.com.br/

Obs.: Depois de se cadastrar, escolha as bolsas que você tem interesse em concorrer! Basta clicar no nome do curso de seu interesse. Certifique-se que aparecerá um botão SIM na coluna CONCORRENDO no lado esquerdo do nome do curso, isso significa que você já está concorrendo à bolsa! Você pode escolher vários cursos para concorrer! O processo já está em andamento e em breve entraremos em contato para lhe contemplar!

Mais informações
Telefone: (61) 3399 - 8036

A equipe BRED lhe deseja Boa Sorte!!!

um dia é da caça. o outro é da cassação.


BRASÍLIA - O processo de cassação do governador Jackson Lago (PDT) deve entrar na pauta do Tribunal Superior Eleitoral nesta quarta-feira (17). O presidente do TSE, ministro Carlos Ayres, fez uma ponderação à Corte dizendo que haviam muitos processos para serem julgados na sessão de hoje (16).
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O governador Jackson Lago (PDT) é processado pela oposição por abuso de poder econômico e de autoridade. O ministro Carlos Ayres confirmou também para amanhã (18) o julgamento do governador da Paraíba Cássio Cunha Lima.
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Também enfrentam pedidos de cassação no TSE os governadores Luiz Henrique (Santa Catarina), Ivo Cassol (Rondônia), Marcelo Déda (Sergipe), José de Anchieta Júnior (Roraima), Marcelo Miranda (Tocantins) e Waldez Góes (Amapá). Todos já apresentaram defesa.
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O presidente do TSE, minintro Carlos Ayres, fez uma ponderação à Corte dizendo que havia muitos processos para serem julgados na sessão de hoje.
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Fonte: Portal imirante.com
COLABORAÇÃO: Prof. Gusmão

adquira já o novo kit left revolution...

Cansado de levar uma vida pouco cansativa? Precisando se integrar à maioria inquieta? Desejando um pouco de aventura? Seus hormônios pedem mais rebeldia? Seus problemas acabaram! Chegou o novo Kit Left Revolution, a solução para quem leva uma existência mais ou menos. Com este novo kit você finalmente vai se sentir parte de alguma coisa verdadeiramente verdadeira.
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O vídeo a seguir é uma paródia das propagandas da Polishop e foi produzido pelos alunos da Faculdade de Comunicação da UFRGS para a disciplina "Laboratório de Criação".

Para ver e ouvir este vídeo, vá primeiro à caixa "Maya_musique", na coluna à esquerda, e clique em "pause". Depois, venha aqui e clique em "play". Se na primeira passagem houver interrupções, experimente ver na segunda.

COLABORAÇÃO: Meu ex-aluno de Francês da UnB, Olavo de Carvalho (pensaram que era "o outro" Olavo de Carvalho, né?)



a dor dos outros e a nossa


A dor que nunca passa

Nos anos 1970, quando abriam a BR-364 no Acre, ela cortou ao meio o Seringal Bagaço, onde eu morava com minha família. À derrubada da mata seguiu-se uma epidemia violenta e incontrolável de sarampo e malária. Era gente doente ou morrendo em quase todas as casas. Perdi um primo e meu tio Pedro Ney, que foi uma das pessoas mais importantes da minha infância. Morreu minha irmã de quase dois anos e, quinze dias depois, outra irmã, de seis meses. Seis meses depois, morreu minha mãe. Tudo era avassalador, assustador. Uma dor enorme, extrema, que nunca passou. Para sair disso, tivemos que reconstruir, praticamente, o sentido inteiro do mundo. Aceitar o inaceitável, mas carregá-lo para sempre dentro de si. Ir em frente, enfrentar a dureza do cotidiano, sobreviver, cuidar dos outros. Viver, enfim, e dar muito valor à vida e às pessoas.

Em 1985, numa das maiores enchentes do rio Acre em Rio Branco, eu morava no bairro Cidade Nova, na periferia da cidade, numa pequena casa de onde tivemos que sair às pressas, levando o que foi possível numa canoa. O resto foi levado pelas águas, inclusive o único retrato que tínhamos de minha mãe.

Penso agora nisso tudo e acho que consigo entender o que sentem os catarinenses, mas ainda estou longe de alcançar o significado estarrecedor de uma perda tão total e instantânea como a que sofreram. Na escuridão, o morro descendo, destruindo tudo, a busca desesperada pelos filhos, a impotência. E, depois, descobrir-se só em meio ao caos: acabou a casa, foram-se as pessoas amadas, o lugar no mundo. Não há mais nada, só a vida física e a força do espírito.

Meus filhos andam pela casa com todo vigor, com toda a beleza da juventude, e sequer consigo imaginar o que seria, de uma hora para outra, vê-los engolidos pela terra, debaixo de toneladas de escombros ou mutilados para o resto da vida. É algo terrível demais até no plano da imaginação. Fere a própria alma tão fundo que chega a ser impossível entender plenamente a profunda tristeza de quem enfrenta essa realidade.

Na Londres de 1624, os sinos da catedral de São Paulo, onde o poeta John Donne era o Deão, tocavam quase ininterruptamente anunciando as milhares de mortes causadas pela peste. Atingido por grave enfermidade (que chegou a ser confundida com a peste) Donne escreveu então um de seus textos mais conhecidos, a Meditação XVII: "Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo; cada homem é parte do continente, parte do todo; se um seixo for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se fosse um promontório, assim como se fosse uma parte de teus amigos ou mesmo tua; a morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade; e por isso, nunca mandes indagar por quem os sinos dobram. Eles dobram por ti."

Hoje, no mundo, os sinos dobram por todos nós e para nos acordar. Grandes desastres podem virar acontecimentos corriqueiros. Não se pode afirmar peremptoriamente que a tragédia de Santa Catarina deriva, em linha direta, das mudanças climáticas identificadas no relatório do IPCC, o Painel Internacional de Mudanças Climáticas da ONU. Mas em tudo se assemelha às previsões de possíveis impactos da mudança no clima do sul do Brasil, até o final do século 21.

A natureza, numa pedagogia sinistra, parece exemplificar o que significam esses fenômenos extremos que, em várias regiões do planeta, tenderão a provocar períodos de seca muito mais severos e outros com precipitações intensas.

As ações de mitigação necessárias e as adaptações para enfrentar esses efeitos e reduzir nossa vulnerabilidade diante deles ainda são precárias e estão atrasadas. Os países ricos, detentores de recursos, conhecimento e tecnologia, já avançam em medidas para se proteger. As piores conseqüências deverão recair sobre os países pobres e os em desenvolvimento. A urgência é auto-explicável. Não é um cientista quem o diz e nem um livro. É a natureza, cujos avisos e alertas têm sido insanamente ignorados.

O Brasil, que ontem lançou o seu Plano Nacional de Mudanças Climáticas, não tem como deixar de fazer a sua parte, mesmo sem os meios disponíveis nos países ricos. O acontecido em Santa Catarina é um sintoma e deve ser seguido de um esforço de grandes proporções, de início imediato, para tentar evitar que se repita.

É preciso que cada um de nós, autoridades públicas, empresas e cidadãos, pensemos nos mortos, nas famílias inteiras soterradas, nas vidas destroçadas debaixo do barro, antes de sermos tolerantes com ocupação em encostas, com destruição de matas ciliares, com o adensamento de áreas de risco, com mudanças de conveniência nas legislações. Não há mais espaço para empurrar os problemas ambientais com a barriga, como tentam fazer alguns, e deixar para "o próximo" o ônus de medidas ditas antipáticas. A omissão que ceifa vidas humanas tem que acabar, mesmo à custa de incompreensões.

Nos tempos atuais, há mais um componente na agenda ética: não se deixar corromper diante das pressões para ignorar a proteção ambiental e as medidas de precaução exigidas pela intensificação dos fenômenos naturais. Quem detém algum tipo de representação pública deve se convencer de que é preciso mudar profunda, rápida e estruturalmente os usos e costumes, de modo a preparar o País para um futuro de sérios desafios ambientais. Cada vez mais, não é só uma questão de errar, corrigir o erro e aprender com ele. Agora a palavra de ordem é prevenir o erro, para que não se repitam os olhares perdidos, os rostos esvaziados, o choro inconsolável, a
desesperança e as mortes que vimos nesses últimos dias em Santa Catarina.

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Texto de Marina Silva, professora secundária de História, senadora pelo PT do Acre e ex-ministra do Meio Ambiente.

FONTE: Portal Terra

COLABORAÇÃO: Olavo de Carvalho

16 de dez. de 2008

rapadura


QUANDO SE TEM DOUTORADO

O dissacarídeo de fórmula C12H22O11, obtido através da fervura e da evaporação de H2O do líquido resultante da prensagem do caule da gramínea Saccharus officinarum, (Linneu, 1758) isento de qualquer outro tipo de processamento suplementar que elimine suas impurezas, quando apresentado sob a forma geométrica de sólidos de reduzidas dimensões erestas retilíneas, configurando pirâmides truncadas de base oblonga epequena altura, uma vez submetido a um toque no órgão do paladar de quem se disponha a um teste organoléptico, impressiona favoravelmente as papilas gustativas, sugerindo impressão sensorial equivalente provocada pelo mesmo dissacarídeo em estado bruto, que ocorre no líquido nutritivo da alta viscosidade, produzindo nos órgãos especiais existentes na Apismellifera (Linneu, 1758). No entanto, é possível comprovar experimentalmente que esse dissacarídeo, no estado físico-químico descrito e apresentado sob aquela forma geométrica, apresenta considerável resistência a modificar apreciavelmente suas dimensões quando submetido a tensões mecânicas de compressão ao longo do seu eixo em conseqüência da pequena capacidade de deformação que lhe é peculiar.


QUANDO SE TEM MESTRADO

A sacarose extraída da cana de açúcar, que ainda não tenha passado pelo processo de purificação e refino, apresentando-se sob a forma de pequenos sólidos tronco-piramidais de base retangular, impressiona agradavelmente o paladar, lembrando a sensação provocada pela mesma sacarose produzida pelas abelhas em um peculiar líquido espesso e nutritivo. Entretanto, não altera suas dimensões lineares ou suas proporções quando submetida a uma tensão axial em conseqüência da aplicação de compressões equivalentes e opostas.

QUANDO SE TEM GRADUAÇÃO

O açúcar, quando ainda não submetido à refinação e, apresentando-se emblocos sólidos de pequenas dimensões e forma tronco-piramidal, tem sabor deleitável da secreção alimentar das abelhas; todavia não muda suas proporções quando sujeito à compressão.


QUANDO SE TEM ENSINO MÉDIO

Açúcar não refinado, sob a forma de pequenos blocos, tem o sabor agradável do mel, porém não muda de forma quando pressionado.


QUANDO SE TEM ENSINO FUNDAMENTAL

Açúcar mascavo em tijolinhos tem o sabor adocicado, mas não é macio ou flexível.


QUANDO NÃO SE TEM ESTUDO

Rapadura é doce, mas não é mole, não!
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COLABORAÇÃO: Prof. Lincoln

aneurisma


Foi a primeira vez que eu fiquei... não tão forte. Dei uma baqueada. Chorei.

Roseana Sarney, senadora (PMDB-MA), sobre a descoberta de um enurisma cerebral há um mês. Aos 55 anos, ela terá de enfrentar sua 21ª cirurgia.

FONTE: Revista Época de 15/12/2008

13 de dez. de 2008

sarney, o eterno mandatário da censura no Brasil

Sarney e seu grande amigo Lula

Sarney "faz pose" de defensor da liberdade de imprensa, diz jornalista Sérgio Matsuura, do Rio de Janeiro

A jornalista Alcinéa Cavalcante publicou em seu blog um post criticando a postura do senador José Sarney que, segundo ela, “posa como defensor de jornalistas” enquanto usa o cargo de “todos os meios para calar as vozes que têm a ousadia de contestá-lo”. O texto foi publicado após a jornalista ter recebido da assessoria do senador uma carta em defesa do jornal A Tribuna da Imprensa.

“Que homem é este que no Amapá é contra a imprensa livre e no resto do país faz pose e discurso de defensor da liberdade de imprensa?”, diz a jornalista em seu blog.

Alcinéa foi alvo de diversos processos movidos por Sarney por causa de matérias publicadas em seu antigo blog durante a campanha eleitoral de 2006. Em fevereiro de 2007, ela foi indiciada pela Polícia Federal. Alcinéa também foi pivô do movimento Xô Sarney. Por sua atuação como blogueira, ela foi premiada pela organização Repórteres Sem Fronteiras e pelo The Best Of The Blogs.

“Aqui no Amapá está uma coisa absurda. Eu digo que é muito pior do que o regime ditatorial. É um ataque brutal à liberdade de expressão e a imprensa aqui não pode divulgar nada. Isso só acontece no Amapá e desde a campanha do ano passado”, revelou a repórter ao Comunique-se quando foi indiciada pela PF.

Na eleição de 2006, Alcinéa não foi o único alvo de Sarney e seu grupo político na imprensa. Na ocasião, o Tribunal Regional Eleitoral do Amapá aprovou diversas ações contra veículos de comunicação. Jornais, rádios e sites foram suspensos, multados e/ou obrigados a oferecer direitos de resposta a pedido do senador.

A assessoria do senador afirma que a carta de apoio à Tribuna da Imprensa foi enviada para diversos órgãos de imprensa, e que Alcinéa tem o direito de manifestar a sua opinião. Diz ainda que Sarney não fez nenhum comentário sobre o texto publicado pela jornalista.

Leia a nota publicada no blog da Alcinéa nesta quarta-feira

Não dá, senador! Através de sua assessoria o senador José Sarney (PMDB) me envia matéria intitulada "Em defesa da imprensa livre" com pedido para que seja publicada aqui no meu blog. A matéria é sobre um pronunciamento que ele fez lamentando o fechamento do combativo jornal Tribuna da Imprensa.

Mas logo o Sarney que aqui no Amapá, em 2006, pediu o fechamento de blogs, jornais e mandou tirar do ar programas de rádio. Que homem é este que no Amapá é contra a imprensa livre e no resto do país faz pose e discurso de defensor da liberdade de imprensa?

Que homem é este que no Estado que lhe dá de presente o mandato de senador usa todos os meios para calar as vozes que têm a ousadia de contestá-lo e que no resto do país posa de defensor de jornalistas corajosos?

Não dá, senador, para publicar a matéria que o senhor me enviou. O seu lamento pelo fechamento da Tribuna soa muito falso, afinal aqui em Macapá o senhor mandou fechar blogs, jornais, tirar programas de rádio do ar, o senhor condenou vários jornalistas ao desemprego, ao pagamento de multas estratosféricas e a ter o nome no Cadin, o que impede que os jornalistas que o senhor condenou possam abrir uma empresa para começar um pequeno negócio seja na área de comunicação ou em outra qualquer, impede até que os cônjuges desses jornalistas possam acessar financiamento para aquisição da casa própria, como impede acesso a qualquer crédito, como um empréstimo bancário para um tratamento médico.

Decididamente, senador, não dá pra publicar tal matéria. Ninguém aqui vai acreditar nas suas palavras.

Ou será que o senhor mudou?


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FONTE: Portal Comunique-se

muito dinheiro, muitos problemas

"Eu recebo o prêmio como um desagravo", diz vencedora do Prêmio Esso

No dia 15/12/2007, a jornalista da Folha de S. Paulo Elvira Lobato publicava a matéria “Universal chega aos 30 anos com império empresarial”. Na noite desta terça-feira, quase um ano após a publicação, veio o reconhecimento. A repórter foi a grande vencedora do 53º Prêmio Esso de Jornalismo.

“Eu recebo esse prêmio como um desagravo. Essa reportagem foi alvo de 105 processos, que geraram um ônus financeiro para a Folha e um grande desgaste emocional. Eu dedico o prêmio a todos os jornalistas, porque a liberdade de imprensa é o oxigênio do jornalismo e aquela série de ações judiciais é uma ameaça a ela”, desabafa Elvira.

Para responder a tantas intimações judiciais, Elvira contou, e continua contando, com o apoio de outros funcionários da Folha. Até o momento, a jornalista já venceu as 58 ações julgadas, mas ainda restam outras 47.

“Eu cheguei a receber 13 intimações em uma semana. Era impossível comparecer a todas. A Folha botou muita gente para ajudar. Emocionalmente, essa série de processos me causou um impacto muito grande, porque eu temi que me jogassem contra o fiel da Igreja Universal. Não era nada disso. Era uma matéria de levantamento patrimonial. Eu espero que esse prêmio ajude a desatar esse nó judicial”, diz.

Elvira conta que a reportagem é resultado de anos de conhecimentos acumulados na área de radiodifusão. Diz ainda que a matéria consumiu dois meses de trabalho apenas na apuração final, que contou com incontáveis pesquisas na Junta Comercial e no levantamento das identidades dos proprietários das empresas.

A reportagem revelou que a Igreja Universal, além de controlar 23 emissoras de TV e 40 de rádio, mantinha 19 empresas registradas em nome de seus membros, entre elas, dois jornais diários, duas gráficas, uma agência de turismo, quatro empresas de participações, uma imobiliária, uma empresa de seguro saúde e uma de táxi aéreo.

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Sérgio Matsuura, do Rio de Janeiro, para o Portal Comunique-se
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ARTIGO

O Esso e a Igreja Universal
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A grande vencedora do 53º Prêmio Esso de Jornalismo 2008, entregue na noite de ontem (terça-feira, 9 de dezembro), foi Elvira Lobato, com a série de reportagens “Universal chega aos 30 anos com império empresarial”, para a Folha de S. Paulo. Esse trabalho, que agora lhe rendeu R$ 30 mil pela conquista, lhe custou anteriormente, como muitos devem se lembrar, 105 processos (62 deles já por ela vencidos) e um polêmico uso de sua imagem nas telas das afiliadas da Record, rede de propriedade da mesma Igreja Universal, atacada na matéria.

A festa de premiação, no Copacabana Palace, na noite desta 3ª. feira (9/12), foi apresentada por Renata Cordeiro e Marcos Hummel.

Antes de conhecer o resultado, Elvira falou à editora Regional deste J&Cia no Rio de Janeiro, Cristina Vaz de Carvalho: "Eu me sinto muito honrada por ser finalista. Recebo a indicação como um desagravo, uma resposta à tentativa de calar a imprensa”. Dá para imaginar, agora que ela já sabe que ganhou o prêmio, o quanto isso deverá representar para a sua carreira e para o bom trabalho que fez naquela série histórica.

Ironia do destino, o outro mais importante prêmio da noite, o da categoria Telejornalismo, foi vencido por... Este colunista dá um picolé de limão para quem acertar. Sim, acertou quem arriscou Rede Record. Fácil, não é mesmo? Então é só entrar na fila e aguardar o picolé.

A Record, com a equipe integrada por André Felipe Tal, Ricardo Andreoni, Jorge Valente e Marcelo Zanini, ganhou o Esso de Telejornalismo com a reportagem “Dossiê Roraima: pedofilia no poder”, exibido no Domingo Espetacular, da emissora que tem o bispo Edir Macedo como seu principal mandatário, e que foi alvo da matéria de Lobato.

Ou seja, dois júris diferentes, um para mídia impressa e outro para telejornalismo, concederam aos veículos que mais se estranharam este ano as duas principais categorias do Esso.

Coisas da vida e que poderiam ser diferentes caso a Rede Globo desistisse da polêmica decisão de boicotar o prêmio desde o ano em que se sentiu injustiçada pela escolha. Decisão que também a revista Veja adotou anos atrás e que só a ela, Veja, traz prejuízos. O prêmio continua vigoroso e desejado como sempre, por dez entre dez jornalistas do País, inclusive entre os que trabalham na Globo e na Veja. Com essa decisão, esses veículos têm permitido aos concorrentes brilharem, como foi o caso este ano da Record, que venceu na categoria Telejornalismo, e da revista Época (da mesma Organizações Globo), ganhadora do Esso de Informação Científica, Tecnológica e Ecológica, com Suicídio.com, de Eliane Brum, Solange Azevedo e Renata Leal.

Outra coisa curiosa é que o boicote de Veja ao prêmio não é adotado pelas demais publicações da Editora Abril, caso da Superinteressante, que sempre se inscreve e vive beliscando prêmios, como aconteceu este ano na Categoria Criação Gráfica Revista, pelo trabalho “Quando a máquina dá pau”, produzido por Adriano Sambugaro, Josi Campos, Carlo Giovani, Fabiano Silva e Rodrigo Ratier.

E os demais vencedores da noite? Vamos a eles:O Esso de Reportagem foi para Ana Beatriz Magno e José Varella, do Correio Braziliense, com o trabalho “Os brinquedos dos Anjos”.

Clóvis Miranda, de A Crítica, de Manaus, levou o Esso de Fotografia com “Martírio no Presídio”.

O Globo, com a matéria Desemprego Zero, de Fabiana Ribeiro, Lino Rodrigues, Higino de Barros e Henrique Gomes Batista, venceu na categoria Informação Econômica.

Na categoria Especial de Primeira Página venceu O Dia, com “Cientistas brasileiros fazem alerta: mais terremotos vêm aí”, de autoria de Alexandre Freeland, André Hippert, Breno Girafa, Ana Miguez e Luísa Bousada.

A Folha de S. Paulo ganhou também o Esso de Criação Gráfica – Categoria Jornal, com “Cigarro e álcool na adolescência”, de Renata Steffen, Fernanda Giulietti, Ivan Finotti, Alexandre Jubran, Tarso Araújo e Letícia de Castro.

O Esso Especial Interior ficou com o Diário de Santa Maria, com a matéria “No coração do Haiti”, escrita por Iara Lemos.

As três categorias regionais foram vencidas respectivamente por Diário de Pernambuco (Regional 1), com “Hanseníase”, de autoria de Sílvia Bessa e Marcionila Teixeira; Estado de Minas (Regional 2), com “Sangria na saúde”, de Alana Rizzo, Thiago Herdy, Maria Clara Prates e equipe; e O Globo (Regional 3), com “Tribunal do tráfico”, de Mauro Ventura.

Para
a distinção de Melhor contribuição à Imprensa em 2008 foi escolhido o projeto Diário em Braille, do Diário de Pernambuco, iniciativa que consistiu em editar diariamente exemplares em braille e distribuí-los gratuitamente a entidades de apoio a deficientes visuais.
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FONTE: Portal Comunique-se. Texto de Eduardo Ribeiro, jornalista profissional formado pela Fundação Armando Álvares Penteado e co-autor de inúmeros projetos editoriais focados no jornalismo e na comunicação corporativa, entre eles o livro-guia "Fontes de Informação" e o livro "Jornalistas Brasileiros - Quem é quem no Jornalismo de Economia". O autor integra o Conselho Fiscal da Abracom - Associação Brasileira das Agências de Comunicação e é também colunista do jornal Unidade, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, além de dirigir e editar o informativo Jornalistas&Cia, da M&A Editora. É também diretor da Mega Brasil Comunicação, empresa responsável pela organização do Congresso Brasileiro de Jornalismo Empresarial, Assessoria de Imprensa e Relações Públicas.

12 de dez. de 2008

a música de Capitu

Estou vendo "Capitu"... e vocês? Tudo me parece bem feito, cuidadoso, fruto de competência e trabalho... Sem contar o Michel Melamed, cara inteligente por demais e bom ator (e charmosíssimo, ele é tudo de bom) cujo trabalho eu acompanho há algumas luas, desde o canal 2. A música da abertura é linda, né? Aí está o vídeo, a banda chama-se Beirut e a música é Elephant Gun... Para ver e ouvir, vá primeiro à caixa Maya_musique, ao lado, e clique em "pause". depois, venha aqui e clique em "play". Na primeira passagem, dependendo da memória de seu computador, pode ser que haja pausas na exibição. Experimente ver na segunda vez. É lindo, vale a pena... meu obrigada ao querido Olavo de Carvalho, sempre me mandando novidades legais como essa...




Beirut

Elephant Gun

lyrics

If I was young, I'd flee this town

I'd bury my dreams underground

As did I, we drink to die, we drink tonight

Far from home, elephant gun

Let's take them down one by one

We'll lay it down, it's not been found, it's not around

Let the seasons begin - it rolls right on

Let the seasons begin - take the big king down

Let the seasons begin - it rolls right on

Let the seasons begin - take the big king down

And it rips through the silence of our camp at night

And it rips through the night

And it rips through the silence of our camp at night

And it rips through the silence, all that is left is all that i hide

cigarro: charme francês ou problema social?


Les Français fument toujours autant
L'interdiction de fumer dans les cafés et les restaurants n'a pas eu l'impact escompté.
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Un an après son entrée en vigueur, l'interdiction de fumer dans les bars et les restaurants n'a eu «aucun impact» sur le nombre de fumeurs en France. Ce constat amer, formulé jeudi par l'Office français de prévention du tabagisme (OFT), pousse aujourd'hui l'association à réclamer de nouvelles mesures. «Alors que 54 millions de cigarettes avaient été écoulées en 2004 , le volume des ventes sera équivalent en 2008», déplore son président, le professeur Bertrand Dautzenberg, qui s'apprête à enregistrer la «quatrième année consécutive de non-régression du tabagisme actif».

La France compte environ 30 % de fumeurs réguliers ou occasionnels. Très bien respectée, l'interdiction de fumer dans les lieux publics semble également plébiscitée par les Français. Mais la mesure n'a pas eu l'effet escompté sur la consommation de cigarettes. Selon un sondage réalisé en mai pour l'Institut national de prévention et d'éducation à la santé (Inpes), 9 % seulement des fumeurs déclaraient voir dans l'interdiction de fumer une raison d'arrêter. L'OFT observe aujourd'hui deux indicateurs supplémentaires : la stagnation du nombre d'appels passés à la ligne d'aide au sevrage, Tabac Info Service, ainsi que celle des ventes de substituts nicotiniques. «Chez les collégiens parisiens, la consommation de tabac est même repartie à la hausse entre 2004 et 2008», ajoute le Pr Dautzenberg, qui propose aujourd'hui dix mesures concrètes permettant, selon lui, de faire reculer le tabagisme actif. Première d'entre elles, l'augmentation du prix du tabac : «une hausse de 10 % diminuerait de 4 % la consommation», selon l'OFT. L'introduction de paquets génériques, neutres et dénués de toute publicité indirecte, ou encore la vente des cigarettes sous le comptoir sont également recommandées. L'instauration des images chocs sur les paquets est, elle, actuellement à l'étude au ministère de la Santé.

Peu de prévention au collège
«Les collégiens n'ont reçu cette année que peu de messages de prévention pour leur rappeler les vrais dangers du tabac : les dernières campagnes importantes leur ont été en effet présentées lorsqu'ils étaient encore à l'école primaire», regrette par ailleurs l'association, qui réclame des campagnes ciblées à leur intention. Une meilleure prise en charge de l'arrêt du tabac et la formation des professionnels de santé sont enfin préconisées.

En mai, à l'occasion de la Journée mondiale sans tabac, la ministre de la Santé, Roselyne Bachelot, avait annoncé le lancement d'une campagne de presse et télévisée incitant au sevrage. L'interdiction des cigarettes aromatisées, conçues pour séduire les adolescents, a, elle, été glissée dans la loi de santé qui sera examinée à l'Assemblée nationale en janvier. «L'interdiction de fumer dans les lieux publics a considérablement amélioré la qualité de l'air dans les cafés, souligne-t-on dans l'entourage de Roselyne Bachelot. N'oublions pas que l'objectif premier était de protéger les non-fumeurs.»
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Texte de Delphine Chayet, 12/12/2008

Lula e seu palavreado de alcova

Não é só o nosso presidente, Luiz Inácio Lula Mané da Silva, que gosta de um vocabulário de alcova


Diarréia, Sifu

Nesta semana, os temas abundaram. Há ocasiões angustiantes, fica-se procurando um pretexto para a coluna, e nada. Nenhum cidadão diz alguma coisa peculiar (ou a mídia não põe a peculiaridade em circulação) e nenhum colunista diz nada de muito estrambótico sobre sintaxe ou ortografia.
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Mas, neste começo de dezembro, os deuses foram generosos: Cony reclamou da linguagem acadêmica, porque não entendeu passagens de um texto, Lúcia Guimarães escreveu sonoras bobagens sobre gerundismo em sua coluna no Estadão, Lula teve um comportamento no mínimo informal, em pronunciamento no Rio de Janeiro (falou "diarréia" e "sífu", abalando os sólidos alicerces morais e etiquetais da sociedade brasileira), um jornalista de Brasília analisou pérolas do ENEM, artigo meio bobo que mereceu análise muito competente de Marina Silva
etc.
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Vou ficar com o caso Lula. William Bonner anunciou o pronunciamento no Jornal Nacional, prevenindo a Nação de que o presidente tinha usado linguagem (senho franzido, olhar de lástima dirigido ao Hommer Simpson que ele imagina do outro lado da tela)... "extravagante".
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Lula, à vontade, desancou os que têm uma "diarréia" de mercado e depois pedem socorro ao Estado. Em seguida, defendeu sua posição de animador da economia; alegou que não pode ficar dizendo que há crise, que ele tem que incentivar o povo. E fez uma comparação (não venham dizer que foi uma metáfora, por favor...): se um médico vai falar com um doente, o que deve dizer? Que vai melhorar, que vai sair dessa, ou deve dizer que o cara "sífu"? Pois foi o "sífu" que colocou o país em polvorosa.
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Uma cidadã que viu o telejornal escreveu à Folha de S. Paulo dizendo que achava a linguagem de Lula indecente, e não extravagante (disse mais: que está entre os 30% que desaprovam lambanças e não apóiam o presidente). Um leitor foi ainda mais radical: achou a coisa tão ruim que está pensando em renunciar à cidadania brasileira.
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Contam os jornais que o discurso do presidente foi transcrito sem o "sífu" em algum site oficial, mas que a "palavra" voltou mais tarde ao documento. A Folha menciona o episódio em seu editorial, e lhe dedicou um sermãozinho. Seu ombudsman, no domingo, disse que tanto destaque cheirava a preconceito. Um articulista comentou o caso na ISTOÉ. Cony voltou ao assunto no dia 9/12, terça-feira, para dizer que se espantou mesmo foi com a palavra "chula", encarregada de qualificar a fala presidencial, e contou que, na infância, achava que esse era um dos muitos nomes da genitália feminina...
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Juro que eu não sabia que o país era tão sério! Todo mundo anda pelado a qualquer pretexto, todos/as mostram a intimidade e as partes, os domingos à tarde da TV são quase aulas de anatomia, e o homem não pode falar "sífu". Francamente!
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Sim, sei, ele é o presidente, e existe a tal liturgia do cargo. O que suportamos e achamos normal na boca de uma personagem de Rubem Fonseca ou de Bocage desaprovamos no discurso presidencial. O que achamos normalíssimo nas declarações pedagógicas vespertinas do Faustão fica abominável na boca do presidente. Tudo bem. É claro que há uma distribuição social do palavrão, seja por falantes (homens podem mais que mulheres - ou podiam), seja por contextos (o que se pode dizer em arquibancada não pode em palanque).
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Mas vejamos o episódio um pouco mais de perto. Merece uma pequena avaliação técnica, digamos assim. O curioso é que tenham acusado Lula de empregar um palavrão quando usou uma forma que se destina exatamente a evitar o palavrão. Sim, pois "sífu" não é um palavrão. Estudiosos dos tabus informariam sobre formas como essa exatamente o contrário: que, para não dizer palavras tabu, no caso, um palavrão, as sociedades inventam "derivativos": alteram a forma ofensiva ou perigosa (abreviam, trocam um dos sons etc.).
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Por exemplo, dizemos "diacho" para não dizer "diabo" (sem falar que dizemos "o cujo", "o coisa ruim" etc.), dizemos "orra, meu!" para não dizer "p..., meu!" assim como dizemos "sífu" para não dizer todos sabemos o quê. Tanto sabemos, que a mídia achou que Lula disse o que todos achamos que ele disse, embora não o tenha dito.
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Escrevi alhures que acho essa coisa de cerimonial uma quase bobagem. Para exemplificar, dava meu testemunho de que as únicas coisas que aprovei no presidente Figueiredo foi sua grossura no campo da etiqueta: achei ótimo ele dizer que preferia cheiro de cavalo ao de povo, que achava o leite de soja uma droga, que, se ganhasse salário mínimo, dava um tiro no coco. Grossura? Claro!! Mas você preferiria que ele mentisse?

Fico deveras impressionado com a pudicícia da sociedade brasileira, especialmente da TV Globo!! Mas não é lá que passa, só para dar um exemplo, o BBB? Ou será que Bonner estava se referindo à palavra "diarréia"?

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Sírio Possenti é professor associado do Departamento de Lingüística da Unicamp e autor de Por que (não) ensinar gramática na escola, Os humores da língua e de Os limites do discurso.
FONTE: Portal Terra
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O professor da Unicamp, o renomado lingüista Sírio Possenti, foi tomado por um espírito mosqueteiro solidário para defender o baixo palavreado de Lula. É até bonito ver tanta solidariedade. Estou longe de vender tantos livros como o doutor Sírio Possenti, um verdadeiro portento da Lingüística. Mas, não obstante meu anonimato, me oponho às idéias de seu artigo.

Os que andam pelados “a qualquer pretexto”, mostrando “a intimidade e as partes” devem pensar como o professor Sírio, provavelmente: que não há nada de mais em o presidente da República dizer palavras chulas em cerimônia do Governo, pronunciando-se oficialmente, em evento fartamente divulgado pela mídia. É possível que entre algumas pessoas a atitude de Lula não tenha causado espanto, portanto.

Não se trata, como afirma o professor Sírio, de "preconceito". Aliás, qualquer crítica que se faça a determinados comportamentos, hoje em dia, já é classificada de "preconceito". Esse é um discurso fácil e oportunista. As pessoas, todas, têm direito a ter sua opinião e elaborar seus conceitos. Lula se expôs publicamente, então pode ser criticado também publicamente. Que fique claro: o que o Lula faz entre amigos e em casa, desde que não utilize o que é do povo, é problema dele. Não me interesso muito pelo assunto. Mas, em ocasiões oficiais do Governo Federal ele deve ao povo o proceder de um funcionário público. Os princípios que valem para todos os outros valem para ele. Além disso, o Lula não estava em um churrasquinho de domingo, tomando uma cervejinha, entre os seus: estava a trabalho, remunerado pelo dinheiro público, que ele (mal) administra. Deveria imaginar que, assim como há os Sírios da vida, há os outros, que não acham nem agradável, nem correto, nem educado, nem moralmente defensável um discurso marcado por vocabulário rasteiro. E, convenhamos, o Lula é o presidente do Brasil, e isso quer dizer que ele é o presidente de todos. Inclusive daqueles que se escandalizaram com seu discurso e que têm o direito de se escandalizar.

É verdade que a crítica a alguém que diz palavras de baixo calão, entre os modernos e hodiernos, é mal vista. Como é que se diz? "É preconceito". Afinal, o palavrão é uma legítima manifestação popular da cultura nacional, é a libertação dos oprimidos, o libelo contra o conservadorismo da direita, a voz contra a caretice e o autoritarismo, a simbologia de tudo o que é popular etc. Criticar o linguajar chulo do Lula, então, é “preconceito lingüístico” – eu vejo como democracia e direito de opinião, coisas que andam em baixa no Governo do PT.
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Mas, até que calem os que se opõem, eu critico, sim. E não nivelo por baixo, como faz o prof. Sírio Possenti e tantos outros: “Ah, mas todo mundo fala, não é?” O professor ainda ironiza: não sabia que o país era tão sério, e que as pessoas eram tão pudicas. O país dos sérios pode não ser o mesmo no qual ele vive. Quem sabe. Há os que não andam pelados a qualquer pretexto, e é possível que professor conviva com alguns deles na Universidade. Esses são a maioria. Há os que trabalham e pagam impostos – pagam todos os impostos, inclusive para financiar o salário do funcionário público Lula. Se no domingo à tarde tem gente que vai à TV dançar pelado, isso não é – não é mesmo – justificativa para que o Lula nos mostre a educação canhestra que recebeu da mãe.

Ao contrário do que diz o professor, em seu artigo, é óbvio que o homem pode falar “sifu”. Mas é evidente, também, que eu posso achar lamentável que ele fale, assim como outras pessoas e setores da mídia. Ninguém cala ninguém e travamos, todos, um debate democrático. Certo? Democracia é isso: o Lula pronunciou um discurso que surpreendeu muita gente, foi criticado e, logo depois, foi defendido. Como figura pública, é mais do que esperado e normal que, numa situação como a que ele criou, seja criticado.

Lula ocupa um cargo pelo qual responde a todos os brasileiros. Em seu julgamento, o professor Sírio chega a aplaudir as palavras do presidente da República. Mas nem todos concordam com a largueza moral e a "pequena avaliação técnica" do mestre, que afirma que Lula disse “sifu” para, na verdade, não dizer “sifu”. Apesar dessa não tão evidente "mostra de escrúpulo" por parte de Lula, houve quem achasse ofensivo e indigno que o presidente tenha utilizado esse tipo de vocabulário.

O professor faz até algumas concessões. Diz que sabe que “há uma distribuição social do palavrão, seja por falantes (homens podem mais que mulheres - ou podiam), seja por contextos (o que se pode dizer em arquibancada não pode em palanque)”. Ainda bem. Eu respiro mais aliviada sabendo que ele tem uma idéia do que seja contexto lingüístico e discursivo. Seria duro, para mim, constatar que um professor do curso de Letras da Unicamp não sabe que o programa do Faustão é uma coisa e uma cerimônia pública oficial do Governo Federal é outra. E tudo para quê? Para não dizer que Lula disse besteira. Aliás, Lula desancou mesmo "os que têm uma 'diarréia' de mercado e depois pedem socorro ao Estado", mas não deixou de assinar o cheque. Temos aí duas coisas imorais: o linguajar do presidente e sua relação promíscua com o "mercado".
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Na hora errada e no lugar errado, o presidente da República disse as palavras erradas. Mas, tendo em vista o artigo do professor Sírio Possenti, suponho que se amanhã o presidente mostrar o traseiro na TV ele tampouco ache ruim. Afinal, todo mundo mostra.

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