82 bilhões de reais de comida jogada no lixo por ano na Grã-Bretanha
.De acordo com o relatório da última Conferência Mundial sobre Água, realizada na Suécia em agosto de 2007, a quantidade de comida jogada no lixo por famílias ricas é escandalosamente alta: 30% dos alimentos que compram. Só na Grã-Bretanha, o prejuízo é avaliado em cerca de 82 bilhões de reais por ano. Boa parte desse desperdício deve-se à propaganda do tipo "compre dois e leve três", que constrange as pessoas a comprar mais do que necessitam. Outra razão é a obediência cega aos rótulos dos fabricantes, que indicam na embalagem a data máxima aconselhada para o consumo. Joga-se fora leite e outros alimentos sem cheirar, sem comprovar se estão mesmo estragados.
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O crime que lesa os pobres será mais grave ainda se considerarmos também as sobras que os restaurantes jogam fora e as perdas que acontecem entre a colheita e o consumo. Deve-se considerar ainda outro tipo de desperdício: o que se come em demasia (segundo a Organização Mundial de Saúde, o mundo tem hoje 1,1 bilhão de pessoas obesas e acima do peso).
Tudo isso acontece mesmo havendo 850 milhões de pessoas subnutridas no mundo. Aos olhos de Deus, trata-se de um crime muito grave. O problema é antigo. Já no século 18 o escritor francês Sébastien-Roch Chamfort dizia que "a sociedade se compõe de duas classes de pessoas: aquelas que têm mais refeições do que apetite e aquelas que têm mais apetite do que refeições".
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Nas duas multiplicações de pães e peixes, os discípulos não permitiram que as sobras fossem jogadas fora. Na primeira foram recolhidos doze cestos de pedaços que sobraram (Mt 14.20); na segunda, sete cestos (Mt 15.37). Durante os quarenta anos da travessia do deserto, os judeus recolhiam diariamente a porção estritamente necessária de maná para cada dia (Êx. 16.4).
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.FONTE: Revista Ultimato março-abril/2008, p. 14 (os grifos no corpo do texto são meus).
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