São João da Cruz (1542-1591),
o frade espanhol que dizia que somos aquilo que amamos.
Que bien sé yo la fonte que mana y corre,
aunque es de noche.
Aquella eterna fonte está escondida,
Aquella eterna fonte está escondida,
que bien sé yo do tiene su manida,
aunque es de noche.
Su origen no lo sé, pues no le tiene,
Su origen no lo sé, pues no le tiene,
mas sé que todo origen della viene,
aunque es de noche.
Sé que no puede ser cosa tan bella,
Sé que no puede ser cosa tan bella,
y que cielos y tierra beben della,
aunque es de noche.
Bien sé que suelo en ella no se halla,
Bien sé que suelo en ella no se halla,
y que ninguno puede vadealla,
aunque es de noche.
Su claridad nunca es oscurecida,
Su claridad nunca es oscurecida,
y sé que toda luz de ella es venida,
aunque es de noche.
Sé ser tan caudalosos sus corrientes,
Sé ser tan caudalosos sus corrientes,
que infiernos, cielos riegan y las gentes,
aunque es de noche.
El corriente que nace de esta fuente
El corriente que nace de esta fuente
bien sé que es tan capaz y omnipotente,
aunque es de noche.
El corriente que de estas dos procede
El corriente que de estas dos procede
sé que ninguna de ellas le precede,
aunque es de noche.
Aquesta eterna fonte está escondida
Aquesta eterna fonte está escondida
en este vivo pan por darnos vida,
aunque es de noche.
Aquí se está llamando a las criaturas,
Aquí se está llamando a las criaturas,
y de esta agua se hartan, aunque a escuras,
porque es de noche.
Aquesta viva fuente que deseo,
Aquesta viva fuente que deseo,
en este pan de vida yo la veo,
aunque es de noche.
***
***
Bem eu sei a fonte que mana e corre
Embora seja noite.
Aquela eterna fonte está escondida
Aquela eterna fonte está escondida
mas sei bem d’onde ela é suprida
embora seja noite.
Sua origem desconheço, pois não a tem
Sua origem desconheço, pois não a tem
mas sei que toda origem dela vem,
embora seja noite.
Sei que não pode haver coisa tão bela
Sei que não pode haver coisa tão bela
e que céus e terra bebem dela,
embora seja noite.
Sei bem que fundo nela não se acha,
Sei bem que fundo nela não se acha,
e que ninguém pode atravessá-la,
embora seja noite.
Sua claridade não é nunca escurecida
Sua claridade não é nunca escurecida
e sei que sua luz toda já e vinda,
embora seja noite.
Sei ser tão caudalosas suas correntes
Sei ser tão caudalosas suas correntes
que regam céus, infernos e as gentes,
embora seja noite.
A corrente que nasce desta fonte
A corrente que nasce desta fonte
sei eu que é forte e onipotente,
embora seja noite.
E das duas a corrente que procede
E das duas a corrente que procede
sei que nenhuma delas a precede,
embora seja noite.
E esta eterna fonte está escondida
E esta eterna fonte está escondida
neste vivo Pão pra dar-nos vida,
embora seja noite.
Aqui ela está chamando as criatura
Aqui ela está chamando as criatura
se se fartam desta água, ainda que às escuras
porque é de noite.
Esta viva fonte que desejo
Esta viva fonte que desejo
neste Pão de vida a vejo,
embora seja noite.
.
***
.
Publicado em 30 de Agosto de 2004
Nenhum comentário:
Postar um comentário