Creio que não existe nada de mais belo, de mais profundo, de mais simpático, de mais viril e de mais perfeito do que o Cristo; e eu digo a mim mesmo, com um amor cioso, que não existe e não pode existir. Mais do que isto: se alguém me provar que o Cristo está fora da verdade e que esta não se acha n'Ele, prefiro ficar com o Cristo a ficar com a verdade. (Dostoievski)

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30 de jan. de 2014

a censura, essa quimera

Falar sobre a censura no meio evangélico é falar sobre uma rede extensa e complexa de interesses. Buscar primeiro o reino de Deus ficou em último lugar, e hoje muitos pastores, teólogos, doutores, presidentes e advogados de associações que se denominam evangélicas, além de blogueiros e donos de site exercem a censura como meio de fazer prevalecer seu ponto de vista sobre as opiniões e as pessoas das quais discordam.
Censura. Pressões, chantagens. Parafraseando Shakespeare, há mais coisas entre evangélicos e a vida mundana do que pode supor nossa vã filosofia. Tenho um blog simples. Aliás, dois. Um no qual procuro discutir temas ligados à política e à religião, além de incluir postagens várias sobre literatura, música, cinema etc., e outro, no qual publico exclusivamente textos literários de minha autoria. Sou professora de uma universidade, gosto muito do que faço e em geral não me sobra tempo para postar com regularidade, a não ser nas férias, ou em um feriado prolongado. Então os blogs não são, definitivamente, uma atividade prioritária na minha vida.
Independentemente disso, desde que comecei a criticar um senhor calvinista que detém poder e influência, o nome do meu blog de textos político-religiosos desapareceu da listagem de vários blogs, inclusive de blogs de pessoas que estão em minha lista de amigos no Facebook, por exemplo. Coincidência? Tenho um amigo que passou pela mesma experiência.
A rede de interesses, barganhas, chantagens, comunicações subterrâneas, “truques” e atos aparentemente inocentes existe para tirar do oponente qualquer possibilidade de réplica e crítica. Esses que não gostam de críticas ostentam a imagem de amantes do debate. Mas o “debate” não ocorre, porque a mão pesada da censura e da intimidação elimina o gosto desagradável e incômodo do questionamento. Hoje não se questiona mais por que a teologia cessacionista é errada à luz da Bíblia. A web está repleta de blogs e sites pentecostais, mas ninguém fala nisso. Blogueiros pentecostais acham mais importante falar como a música pentecostal é ruim e sem imaginação a confrontar uma teologia visivelmente satânica.
Blogs cujos donos ou administradores pentecostais publicam artigos do senhor ao qual me refiro no início deste texto sem nenhum constrangimento – e escolhem em geral fotos muito boas para ilustrar seus textos! Que bom! Design é tudo. Ninguém ousa pensar. O mais irônico é que tanto se critica os neopentecostais por “não pensarem”. E isso é demonstrado quando publicam artigos do senhor teólogo que vê heresia, pura e simplesmente, nas experiências pentecostais.
Minha expressão de espanto é sobrepujada pela amargura em perceber a estrutura diabólica que tem alimentado a rede de blogs “evangélicos”. Aí vem a blogueira que sente “uma necessidade quase física” (sabem que eu gostei disso? É tão Lars Von Trier!) de expressar seus pensamentos… Seu blog é uma “tentativa” de “recolocar o cristianismo na via dos debates intelectuais”. Bonito, não? Não! Porque em um artigo recente ela diz exatamente o contrário! Ela diz que devemos separar bem as coisas: uma coisa é a igreja, outra é a universidade. Então para quê “recolocar o cristianismo na via dos debates intelectuais”? Mais adiante, ela explica humildemente (ainda bem, porque penso que seus textos são pedantes, e que ela é cheia de orgulho, habilmente encoberto por uma humildade falsa – uma das maiores evidências do orgulho): “Não por pedantismo ou orgulho, mas por uma necessidade quase física de dar nomes às minhas intuições”.
Segundo o artigo dessa moça, publicado na revista virtual “Teologia Brasileira”, teologia é uma coisa, mundo acadêmico é outra. E quem diz o contrário é… “conservador”! Ou seja: não podemos criticar o que ocorre em uma universidade como a Mackenzie, da Igreja Presbiteriana. Segundo ela, esse silêncio se chama “maturidade cristã”. Mas eu chamo de censura. Os que questionam o que ocorre na Mackenzie são tachados de conservadores, pessoas de visão turva, pouco inteligentes, mal esclarecidos. Afinal, como está escrito em Tito 1:15,  “tudo é puro para os que são puros…” Não é assim que os cristãos liberais justificam Marx, Luiz Mott, Teologia da Libertação, Missão Integral et caterva no meio evangélico? É assim também que os cessacionistas justificam qualquer coisa. Justificam o Genizah, justificam as pressões, justificam a censura, justificam as ações nada cristãs da Anajure a favor de uma denominação específica, de uma visão teológica estreita, de determinadas pessoas e blogs.
E mais uma coisa, que eu já disse em texto anterior: a censura ocorre também contra os que a praticam. A liberdade plena é concedida apenas aos cessacionistas: eles escrevem e publicam o que bem entendem, no blog de quem bem entendem. Em seus blogs, não há nem mesmo uma citação ou link para qualquer blog pentecostal — nem mesmo para os blogs que os citam, elogiam e divulgam. Definitivamente, esse desequilíbrio é a face mais visível de um processo de degradação espiritual sem precedentes no meio. Uma “tentativa” de “recolocar o cristianismo na via dos debates intelectuais”. Bonito, não? Mas toda turma cessacionista odeia ter sua heresia cessacionista contestada, questionada, debatida. Essa blogueira é incapaz, por agradecimento, por cortesia ou por gratidão, de citar ou divulgar os links dos blogs que recomendam seu blog como digno de ser lido. O que é isso? Uma opção pessoal, diriam alguns. Censura, eu afirmo.
Desisti de escrever para um portal de blogs para o qual escrevia sobre política. Minha interlocutora, ali, sempre foi de uma gentileza ímpar comigo. Mas uma entrevista que dei para o Blog do Júlio Severo foi rejeitada. Foi censurada. Não pela minha interlocutora, mas por irmãos pentecostais que têm interesses em jogo com a VINACC, a Mackenzie e a Anajure, todas dominadas pela fatia cessacionista da Igreja Presbiteriana, sobretudo na figura do ilustre chanceler. Não, não é coincidência. Isso tem nome. Isso tem explicação. Isso tem autor. Isso tem razão de ser. Pense com sua cabeça, investigue e analise. Você vai se surpreender.
Maya Felix, jan 2014
* Texto postado também no portal Gospel Prime  e no Blog do Júlio Severo.

5 comentários:

Antonio Carlos disse...

OLÁ MAYA TUDO BEM? ACOMPANHO OS SEUS COMENTÁRIOS A ALGUM TEMPO E CONCORDO COM CONTIGO E SEMPRE FIZ A MESMA AVLIAÇÃO QUE VOCÊ SOBRE OS REFORMADOS ENTRE ASPAS É CLARO! PORQUE NÃO CONCORDO COM ESSE TÍTULO DE REFORMADOS QUE TOMARAM PARA SI.MAS, ISSO É OUTRO ASSUNTO; GOSTARIA QUE VOCÊ COMENTASSE TAMBÉM. MUITO OBRIGADA!

Antonio Carlos disse...

VALU MAYA PELO COMENTÁRIO!

Antonio Carlos disse...

VALEU MAYA PELO COMENTÁRIO!

Maya Felix disse...

Oi, Antonio Carlos,

Obrigada por seu comentário. Esse termo, "reformados", foi apropriado por um grupo minúsculo de pessoas que não são as únicas herdeiras da Reforma Protestante mas insistem em se colocar dessa maneira. Eu sou reformada, você é, todos os que são cristãos e fazem parte de uma igreja que surgiu como consequência do movimento de Reforma iniciado por Martinho Lutero são REFORMADOS. Assim como os pentecostais não são diferentes, são CRISTÃOS que creem na Palavra de Deus, somente isso. Os rótulos que têm sido usados servem apenas para criar instâncias de poder, de manipulação e de afirmação de uma pretensa superioridade dos calvinistas cessacionistas sobre outros grupos de cristãos, que não pensam como eles. Nada além disso.

Um abraço,

Maya

Aprendiz disse...

Maya

Creio que o debate sai do foco. A censura, ainda que indireta dos cessacionistas existe, mas ela é o acidente, não o foco. As pessoas, por amizades ou admirações pessoais, poderão querer evitar críticas muito ácidas a tais pessoas que são amigas ou admiradas. Nesse caso, vocês estarão dando murro em ponta de faca. Dizer que o cessacionismo é satânico dará a entender, erradamente (sei que não é isso que vocês pensam) que as pessoas cessacionistas são satânicas. PARECERÁ um ataque pessoal, ainda que não é. Amo muito a Norma e seu marido (ainda que só os conheça pela internete). Discordo dela sobre isso, mas concordo em muitíssimas coisas.

Mas muito mais importante ainda, ninguém nunca vai abandonar o cessacionismo desta maneira. Noto com tristeza que, apesar de haver muitos pentecostais na internet, não há muitos pentecostais que saibam firmar suas doutrinas na Bíblia. Contarei brevemente como a doutrina cessacionista terminou de ruir dentro da minha mente. Ao fazer um estudo completo da 1ª Carta aos Coríntios, saltou aos olhos a impossibilidade das explicações cassacionistas. A mais absurda é que os dons já haviam cessado nas época em que a carta foi escrita, o que é negado pela carta inteira. Ninguém, lendo a carta inteira de uma vez, poderá acreditar nisso. A explicação mais bem construída é que os dons iriam cessar quando do término do NT. Mas a leitura corrente e atenta do capitulo 13 destrói essa explicação também. Qualquer pessoa acostumada com literatura considerará, em primeira mão, que o tempo futuro mostrado nos versos 8 e 10, é o mesmo tempo mostrado no verso 12. Se alguém quiser negar isso, terá de encontrar provas extremamente fortes dentro do texto. Mas sendo a mesma época mostrada nesses versos, a explicação cessacionistas é destruída. Eu não conheço como sou conhecido, nesse tempo atual, eu conheço apenas em parte, não vejo face a face. Logo, o tempo quando virá o que é perfeito não chegou. Logo, o Perfeito de que se fala não é o Canon. Esse foi o modo como eu cheguei à compreensão, e contei apenas porque ataca diretamente o cerne da doutrina cessacionista (creio que sem uma "explicação" para 1ª Coríntios, o cessacionismo cai em 5 segundos).

Considere a seguinte possibilidade: garimpar textos sobre a continuidade dos dons, textos bons, argumentatívos, alguns mais eruditos, alguns mais acessíveis, e envia-los aos principais blogs e sites pentecostais (pense nos sites das maiores igrejas, como assembléais, lagoinha, etc) sugerindo sua publicação. Com certeza, de partida, o Júlio Severo publicaria, e muitos outros pentecostais também. Talvez faltem bons textos em português, mas neste caso não devem faltar em inglês (talvez eu arranje quem traduza de graça se você não tiver tempo). Mesmo não tendo muito tempo, talvez você possa escrever algum texto simples e direto sobre o assunto.

Note que se muitos blogs e sites pentecostais publicarem textos assim, os cessacionistas TERÃO de responder (mesmo porque algumas de suas ovelhas questionarão isso). A repercussão será ainda maior se católicos da renovação carismática publicarem também. E quando os cessacionistas responderem, seus textos tenderão a serem inconvincentes e tortuosos (porque não há bons argumentos, dentro do texto, para dizer que Paulo disse o que não disse a esse respeito). As próprias respostas deles enfraquecerão sua posição, diante das próprias ovelhas.

Para funcionar, tem de ser em muitos lugares ao mesmo tempo. Uma campanha do Júlio, nesse sentido, levaria muitos pentecostais a republicarem. A coleção de textos não precisa surgir de uma vez, mas cada texto deve ser bem repercutido.

Graça e Paz

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