ESTE TEXTO FOI PUBLICADO ORIGINALMENTE NO PORTAL DA CNBC: http://politica.blogueiroscristaos.com/2009_02_01_archive.html
Ainda sobre o aborto
Quero voltar à polêmica decisão do presidente dos EUA, Barack Obama, de financiar com dinheiro público ONGs pró-aborto. E não quero falar de religião. Vamos falar de política. Obama, tão cultuado por alguns evangélicos e já antipatizado por outros, tomou uma decisão polêmica. E pretende, segundo já afirmou, colaborar mais e mais para que o aborto seja legalizado não só nos EUA, mas em todo o mundo. Em que ele se baseou, além de sua formação moral, para ter tomado sua decisão?
Se ele tivesse se baseado nos dados acerca do aborto nos EUA, veria que a prática não diminuiu com a legalização, ao contrário: desde que foi legalizado em alguns estados, o número de abortos cresceu assustadoramente. Isso porque as mulheres que o praticam o fazem como “método contraceptivo”, digamos assim: em vez de se prevenir, ao praticar o sexo, elas “remediam” a situação da gravidez abortando. Então, o aborto não é o último recurso, como gostam de defender os pró-aborto: ele é, muitas vezes, o primeiro, no lugar até mesmo de práticas contraceptivas conhecidíssimas, como o preservativo e a pílula anticoncepcional.
Obama se baseou na opinião da maioria do povo dos EUA? Não. Se ele tivesse se dado o trabalho de querer saber o que pensa a maioria, talvez tivesse se dado conta do que afirmou uma pesquisa realizada para o grupo católico Cavaleiros de Colombo pelo Instituto da Opinião Pública Marista, entre 24 de setembro e 3 de outubro: a maioria dos norte-americanos é contra o aborto, e a favor de limitar sua prática a alguns casos específicos, como salvar a vida da mãe, gravidez por estupro ou incesto. Segundo a pesquisa, “apenas 8% dos residentes nos Estados Unidos escolheram a afirmação de que o aborto deveria ser livre em qualquer etapa da gravidez. A mesma porcentagem disse que o aborto deveria ser permitido apenas durante os primeiros seis meses de gravidez; 24% se mostraram partidários de colocar limite nos três primeiros meses de gravidez. A maior porcentagem, 32%, disse que o aborto deveria ser permitido apenas nos pressupostos de estupro, incesto ou para salvar a vida da mãe. Cerca de 15% optou pela quinta possibilidade: que o aborto seja permitido apenas para salvar a vida da mãe. E 13% dos participantes afirmaram que o aborto não deveria ser permitido em nenhuma circunstância.” Ou seja: Obama decidiu por uma minoria, pois 90% dos norte-americanos desejam reduzir os equisitos para interromper a gravidez.
Obama levou em conta a moderna Biologia? Não. Segundo a teoria mais basilar, a vida começa na concepção. Se o “feto”, ou “bebê”, tem alma, ou não, ou sente dor, ou não, ainda se discute. Mas o aborto é, segundo a ciência, a interrupção da vida humana.
Então,
Diante de tudo o que avaliamos, quem faz Política, com “p” maiúsculo, deve seguir princípios claros. Deve buscar beneficiar a maioria sem prejudicar a minoria, obedecendo a princípios éticos, morais e culturais. Segundo a Wikipédia, “o termo política é derivado do grego antigo πολιτεία (politeía), que indicava todos os procedimentos relativos à pólis, ou cidade-Estado. Por extensão, poderia significar tanto cidade-Estado quanto sociedade, comunidade, coletividade e outras definições referentes à vida urbana.”
Ou seja: a política é a arte de governar, e governar exige sabedoria. Não diria que Obama agiu com sabedoria. Aquele que deseja agir com sabedoria, governando ou não, vê a exigência não só da maioria, mas o que está em jogo em relação a diferentes aspectos – inclusive o religioso. No caso do aborto, está em jogo vida humana
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Para saber mais:
http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=9452
http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2008/05/16/a-pioneira-do-aborto-arrependida/
http://www.zenit.org/article-19779?l=portuguese
http://pt.wikipedia.org/wiki/Política
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Semana que vem quero colocar aqui algumas reflexões sobre o caso da criança de nove anos que engravidou do padrasto, em Recife, e abortou os gêmeos que esperava. No meio cristão houve reações contrárias ao aborto, mas os matizes de condenação foram diferentes. A sociedade, de modo amplo, foi favorável à tentativa de diminuir o sofrimento da criança com a realização do aborto. Eu pensei muito sobre isso, e escrevi algo.
2 comentários:
Prezada irmã Mayalu,
Graça e Paz!
As pessoas ja acostumaram-se a dizer que toda e qualquer opinião formada contra o aborto é algo de caráter religioso, o que n~]ao é verdade. A questão do aborto é sim um assunto que as diversas religiuões que são a favor da vida deveriam defender, mas a própria sociedade deveria sera favor da vida.
Não basta se iludir e aceitar tudo o que diz Obama, precisamos ter nossa própria opinião e defrender a vida sempre.
Seu texto já disse tudo, parabéns e Deus abençoe!
Prezado Matias,
Olá! Mesmo se a questão for de fundo religioso, ela não deve ser desprezada, pois a religião é um dos componentes da identidade sócio-cultural de um povo.
Um abraço,
Maya
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