Vamos moer a carne dos cristãos
Vamos falar
mal dos cristãos
Nada mais
na moda, nada mais interessante
Vamos comer
o coração
Católico ou
protestante
Vamos
pendurá-lo numa cruz
Vamos
jogá-lo aos leões
Vamos
encher as prisões
Vamos comer
carne assada de cristão
Ortodoxo,
copta, não importa,
Isso é tão
emocionante
Desde os
tempos do império
Os romanos,
os nazistas
Os agnósticos e
os comunistas
Fascistas, ateus, fariseus
Todos
querem um troféu
É jogar
pedra em crente
Vamos comer
carne de cristão
Em algum
ritual pagão
Vamos ver
cristão morrer
Arábia
Saudita, Irã, Iraque, Níger
Vamos
proibir seus cultos
Vamos
queimar suas igrejas
Egito, China,
Coreia do Norte, Cuba
França, Inglaterra,
Aruba
Vamos
proibi-los de falar
Vamos
proibi-los de pregar
Tão
estúpido, tão particular
Vamos comer
carne de cristão
Vamos criar
uma influência
Contar com
a leniência
Da sociedade
organizada
Dos grupos
de direitos humanos
Dos bons e
dos bacanas
Dos
responsáveis, dos esclarecidos e dos sacanas
Vamos cortar
garganta de cristão
É tão
moderno, é tão chic
Vamos pendurar
cristãos, enforcar, esquartejar
Vamos
estuprar mulheres cristãs
Índia,
Paquistão, Japão, Afeganistão,
Ninguém se
incomoda, afinal
Iêmen,
Maldivas, Síria, Eritreia,
É mais
fácil ser preso por bater em animal
Carne de
cristão vale menos que um jornal
Vamos
mastigar cristão
O culto, o
antenado, o consciente e o politizado,
Todos se
calam, é normal
É carne
suja, é carne fraca,
Osso de
cristão moído é ração
Carne de
cristão morto
Serve pra
adubar o horto
Libéria, Líbia,
Laos, Vietnã,
São tantos
países comendo carne cristã
São tantas nações bebendo o sangue desse povo
É moda queimar
a carne dos cristãos
Vamos
publicar leis
Vamos
escrever nos jornais
Vamos
proibir seus cultos
Vamos saquear suas igrejas
Porque cristão
não é gente
Não é nada
A carne
esmagada há dois mil anos
A carne
apodrecida, esquecida e insultada
É a carne
dos cristãos,
Moídos na perseguição
E se
ninguém se importa
Vamos produzir
gente morta
Pode ser
divertido, pode ser engraçado
Ver um
cristão esmagado
Como um
bicho, um inseto, gado.
http://www.portasabertas.org.br/ |
São Luis, 27/12/2013
2 comentários:
De quem é o poema? Tanta beleza na dor. Tanta dor.
Parabéns, minha irmã.
Vamos lutar e se tudo der errado - que venha, então, o antropofagismo.
Graça e paz.
Marcelo Hagah
João Pessoa-PB
Oi, Marcelo,
O poema é meu. É doído, pra mim, ver que cada vez mais os cristãos são esmagados, em tantos países, e não há nem mesmo divulgação, é como se ninguém morresse. Foi o que me inspirou a escrever.
Obrigada por seu comentário,
Maya
Postar um comentário