Creio que não existe nada de mais belo, de mais profundo, de mais simpático, de mais viril e de mais perfeito do que o Cristo; e eu digo a mim mesmo, com um amor cioso, que não existe e não pode existir. Mais do que isto: se alguém me provar que o Cristo está fora da verdade e que esta não se acha n'Ele, prefiro ficar com o Cristo a ficar com a verdade. (Dostoievski)

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29 de out. de 2010

o que Julio Severo se recusou a publicar: a pena de morte é ANTICRISTÃ

Amigos do Blog:

Peço a atenção de todos a esse assunto: pena de morte. Pode parecer que a pena de morte nada tenha a ver conosco, no Brasil, mas tem. Tem a ver com os cristãos de qualquer localidade, e muito, porque os argumentos que validam a pena capital, sob o ponto de vista CRISTÃO, são totalmente anticristãos. Repito: OS ARGUMENTOS QUE VALIDAM A PENA DE MORTE SÃO ANTICRISTÃOS. Por que resolvi trazer esse assunto agora, ao meu Blog? Porque há dois dias li um texto defendendo a pena de morte, no Blog do Julio Severo, e decidi argumentar contra. O texto, cujo link posto aqui, defende a pena de morte como uma prática cristã. Absurdo dos absurdos! Além de ser a favor da pena de morte, Julio Severo decide não publicar alguns de meus comentários contrários a ela. Dos quatro comentários que enviei, apenas dois foram postados. Por que ele faz isso? Porque sabe que sua argumentação não encontra respaldo nas palavras de Jesus: encontra respaldo no islamismo do Irã, mas não nas palavras de Jesus! Publico aqui meus comentários, que ele se recusou a publicar em seu blog.

Link para o texto publicado no Blog do Julio Severo: http://juliosevero.blogspot.com/2010/10/pena-capital-e-biblica.html

TEXTO PUBLICADO NO BLOG DE JÚLIO SEVERO, DEFENDENDO A PENA CAPITAL, DE AUTORIA DO PR. MARCELLO OLIVEIRA:

A pena capital é bíblica?
A instrução sobre a pena capital (Gn 9.5,6) é inserida no arcabouço da promessa do Senhor (Gn 8.20-22) e da aliança (Gn 9.8-17), que é ministrada a toda a humanidade para preservar toda a vida humana. Nesse contexto, a legislação para se executar a pena capital pertence a todo o povo (Gn 9.5,6). A pena capital se fundamenta na verdade de que todos os seres humanos portam a imagem de Deus, separando-os do resto das criaturas vivas. “Ninguém pode ser injurioso para com seu irmão sem ferir a Deus mesmo.” A ofensa em si não é contra o homicida, nem sua família, nem a sociedade em geral (obviamente ela os impacta também), mas é contra Deus.
Tão valiosa é a vida humana como a portadora da imagem de Deus que Ele estipula compensação pelo derramamento da vida de seu sangue, não só do homicida, mas inclusive dos animais. O principio de lex talionis (isto é, vida por vida) fica esclarecido nos mandamentos divinos dados ao povo pactual relativos ao homicídio (Nm 35.16-21) e no ensino de Paulo sobre o cristão e o Estado. No caso do homicídio involuntário, os culpados são consignados a cidades de refúgio, não penitenciarias, até a morte do sumo sacerdote (Nm 35.22-28). Não obstante, no caso de homicídio, impõe-se a pena capital.
No Novo Testamento, os cristãos não devem vingar-se por qualquer malfeito recebido, mas devem dar lugar à ira de Deus para vingá-lo (Rm 12.19). Deus, por sua vez, designa o governo civil como seu ministro, um vingador para executar a ira sobre quem pratica o mal (Rm 13.4). O Senhor e Rei supremo arma a autoridade civil com a espada, instrumento de morte, para o castigo dos malfeitores. A legislação, “quem derrama o sangue do homem, pelo homem se derramará seu sangue” fornece a evidência de que a autoridade civil, como ministra de Deus, tem a responsabilidade de executar a pena capital contra toda ofensa capital.
Essa é uma obrigação, não uma opção, que Deus impõe ao Estado. Três vezes Deus diz: “pedirei contas” (Gn 9.5). Ele pedirá contas dos assassinos e do Estado que não usa a espada para castigá-los. Sob o regime da lei no Antigo Testamento, não havia qualquer tipo de força policial como conhecemos. Se era cometido um homicidio, cabia à família da vítima encontrar o culpado e levá-lo à justiça. Os anciãos da cidade protegeriam o acusado até que o caso fosse investigado. Se fosse considerado culpado, a família da vítima poderia realizar a execução. Uma vez que o assassino havia derramado sangue, o sangue dele também deveria ser derramado.
Deus institui o governo, pois o coração humano é perverso (Gn 6.5), e o medo do castigo pode refrear possíveis infratores da lei. A lei é capaz de impor limites, mas não de regenerar; somente a graça de Deus é capaz de transformar o coração humano. O governo humano tem suas fraquezas e limitações, mas é melhor do que a anarquia e do permitir que cada um faça aquilo que considera mais reto aos seus próprios olhos (Jz 17.6; 18.1; 21.25)A lei protege cuidadosamente o inocente. Deve haver pelo menos duas ou três testemunhas para convencer uma pessoa de crime (Dt 19.15). Se uma testemunha cometer perjúrio, então os juízes que julgam o caso farão com o perjuro o que ele pretendia fazer com o acusado, inclusive vida por vida (Dt 19.16-21). Além disso, as testemunhas devem ser envolvidas na execução (Dt 17.2,7).
Todavia, o homicida que realmente se arrepende do crime alcança misericórdia de Deus (Pv 28.13) e sua alma escapa do inferno. Embora Davi tenha cometido um adultério e mandado matar a Urias, ele achou perdão com base nos sublimes atributos da graça de Deus, em seu amor infalível e em sua terna misericórdia (2Sm 12.13,14; Sl 51).
Aqueles que se opõem à pena de morte perguntam: “A pena de morte reprime a criminalidade?” Mas será que qualquer lei, inclusive as leis de trânsito, é capaz de refrear a criminalidade? Talvez não tanto como gostaríamos, mas a punição de criminosos ajuda a sociedade a respeitar a lei e a justiça.

***

MEU PRIMEIRO COMENTÁRIO, QUE JÚLIO SEVERO PUBLICOU:

Que absurdo, Julio. A pena de morte é totalmente anticristã. Jesus deixou claro: devemos ter misericórdia dos nossos inimigos, sejam eles quais forem. É isso o que agrada a Deus. Deus já fez a Justiça, e ela foi feita em carne pelo sacrifício de Jesus Cristo. Afastar alguém do convívio social, por ele representar ameaça à sociedade? Sim. Fazer "justiça" própria, vingando-se? Jamais! A DEUS pertence a justiça, a vingança e a retribuiçao. Que o Senhor me livre de sujar minhas mãos com sangue - ainda que eu diga que a responsabilidade é do "Estado" - usurpando de Deus o ato de justiça que só pertence a Ele. Nós nos queixamos da onipresença do Estado na educação dos filhos, mas você acha justo a interferência do Estado chegar ao ponto de decidir se uma pessoa morre ou vive, por mais que essa pessoa tenha cometido crimes? Que cristianismo é esse, que é contra o aborto mas a favor da pena de morte? Não é o cristianismo bíblico! O cristão deve ser SEMPRE a favor da VIDA, em QUALQUER situação. Espero que meu comentário seja publicado

RESPOSTA DO JÚLIO SEVERO, TAMBÉM PUBLICADA NOS COMENTÁRIOS:

Maya, o mesmo DEUS que deu ao Estado a obrigação de castigar os assassinos mediante a espada que mata (vide Romanos 13) também não deu ao Estado autorização de matar inocentes mediante aborto ou tirar dos pais seu direito de educar os filhos. A mentalidade contrária a pena de morte prescrita por Deus tem fortes raízes na esquerda, não no Cristianismo. Estude a Bíblia. Estude Lutero. Estude Calvino. E você verá que o Deus deu ao Estado a obrigação de lidar com assassinos na exata medida de seus crimes. Isso é exatamente o contrário do que a esquerda quer. Leia também meus dois artigos nos links do final do texto.

Jesus veio para salvar a alma das pessoas. Ele não veio para destruir o Estado ou a função que Deus deu ao Estado.

MINHA RESPOSTA, SEGUNDO COMENTÁRIO QUE FOI PUBLICADO:

"A mentalidade contrária a pena de morte prescrita por Deus tem fortes raízes" na Bíblia! E nas palavras de Jesus Cristo, Julio, não na "esquerda". Toda vez que vc quer se contrapor a algum argumento adota essa fórmula mágica, de dizer que é "de esquerda". Jesus disse que nos dava novo mandamento. Qual é esse "novo mandamento"? Na minha Bíblia está escrito que é o amor. Não posso dizer que amo uma pessoa, um pecador, mesmo um ladrão (como Jesus amou, estando na cruz) ou um criminoso, e concordar que ela seja morta. Não há exegese bíblica que me diga isso. O que é o amor? É o cumprimento da Lei. Não me diga para estudar a Bíblia. Eu digo a mesma coisa pra você. A Bíblia é clara: "amai vossos inimigos". O que diz a Lei? Pena de morte. Olho por olho, dente por dente. O que diz Jesus? AMAI VOSSOS INIMIGOS. Não preciso estudar "Lutero e Calvino" para compreender que a pena de morte é anticirstã. Deus não deu ao Estado a "obrigação" de matar as pessoas. Deus diz que nós devemos amar as pessoas, porque um justo morreu por todos. A vingança pertence a Deus, não a você, que aos olhos do Senhor é tão devedor quanto qualquer outra pessoa. Que mérito há em você ou em suas obras que dão a você o direito de dizer quando alguém vai morrer, mesmo quando esse "ente" que decide isso chama-se "Estado"? Se o Estado pode decidir sobre a morte de alguém, como não pode decidir sobre a educação dos filhos, as regras acerca do casamento etc.? Jesus veio para cumprir a Lei. O que significa isso? Que Ele morreu para que toda a humanidade tivesse vida, e vida em abundância. Mesmo um assassino pode se arrepender e crer em Jesus, nos últimos momentos de sua vida. Quem é você para limitar a graça e o poder de Deus? Que pecado é grande demais para o Senhor negar seu perdão? E quem é você, à frente de Estado ou de qualquer outra instituição humana, para dizer se alguém deve ou não morrer? Eu me sinto realmente perplexa com a sua argumentação. Você está sendo legalista e me parece que conhece pouco sobre a graça e suas implicações.

RESPOSTA DE JÚLIO SEVERO À MINHA SEGUNDA POSTAGEM:

Maya, quantas vezes você evangelizou assassinos? Eu já evangelizei vários, inclusive do corredor da morte. Um deles, Ramón Montoya, me fez uma pintura de Jesus antes de ser executado por injeção letal no Texas. Ele o fez como agradecimento, pois durante muito tempo ministrei para ele o amor de Deus.

Mas sua opinião tenta opor-se a uma pena civil CLARAMENTE prescrita na Palavra de Deus com base numa suposta anulação feita pelo Evangelho. Na sua opinião, o Evangelho anulou a lei de Deus para o Estado, ou essa lei não espelha o Evangelho.

Entretanto, vamos falar francamente. Qual é a lei que espelha o Evangelho?

Uma lei que condena, multa, prende ou executa assassinos espelha o Evangelho?

Uma lei que condena, multa, prende ou executa pedófilos espelha o Evangelho?

Uma lei que condena, multa, prende ou executa estupradores espelha o Evangelho?

Sejamos realistas: o Evangelho não condena ninguém nem a multas, nem a prisões, nem à morte. O Evangelho não veio para condenar, multar, prender ou executar nenhum criminoso, por pior que seja. O único tipo de condenação que o Evangelho menciona é a condenação eterna, deixando claro que os homens que escolhem viver no pecado serão condenados à morte eterna, sendo destinados ao sofrimento do inferno, eternamente separados de Deus.

O Evangelho veio para salvar os pecadores. Essa é sua ocupação exclusiva. Portanto, se por causa do Evangelho a lei humana não pode condenar o assassino a uma pena justa prescrita por Deus (não pela Maya, não pelo Julio, não pelo Lula), então por causa do mesmo Evangelho ela também não pode condenar estupros e pedofilia.

No que se refere ao Evangelho, amamos os pedófilos, assassinos, estupradores, etc. Nós os amamos porque Jesus os ama e quer salvá-los. Isso, porém, não significa que devamos ser contra as leis que condenam a pedofilia, assassinatos, estupros, etc.

Vinte anos atrás, a Anistia Internacional entrou em contato comigo pedindo meu apoio contra a lei de pena de morte no Texas, porque na década de 1980 eu fazia parte de uma equipe que ministrava, por correspondência, a presos do corredor da morte no Texas. Minha missão era ministrar a presos de fala hispânica. Todos eles haviam cometido assassinatos terríveis.

O Evangelho pode salvar tais criminosos? Claro que sim! Eu fazia o acompanhamento dos presos, falando do amor de Jesus, enviando literatura em espanhol, etc. Mas, quer eles se abrissem para Jesus ou não, minha opinião é que eles deveriam pagar sua dívida social.

SEGUNDA RESPOSTA DE JÚLIO SEVERO À MINHA SEGUNDA POSTAGEM:

A lei humana estava fazendo sua parte justa, condenando um assassino com a pena máxima. Minha parte era apenas levar o assassino a conhecer o amor de Jesus Cristo.

Existe uma separação entre lei e Evangelho. O Estado deve cumprir seu papel de castigar os que violam as leis justas. O papel do Evangelho não é destruir as leis justas nem punir criminosos, mas apenas cumprir outro tipo de papel: alcançar todos os pecadores com a mensagem de salvação.

O Evangelho deve ministrar graça, não castigo.

O Estado não é a igreja. Veja aqui o chamado do Estado:

“Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal.” (Romanos 13:4 ACF)

O papel que Deus deu ao Estado nada tem a ver com a educação, Maya. Quando o Estado aplica a pena capital para assassinos condenados, ele está apenas obedecendo ao que Deus ordenou a ele. Essa passagem se refere a crimes, não ao direito de os pais educarem seus filhos. O Estado deve ser integralmente respeitado quando obedece a Deus. Mas, quando o Estado extrapola suas obrigações de castigar os criminosos para castigar pais que exercem suas obrigações igualmente dadas por Deus, é dever dos pais continuarem obedecendo a Deus.

Paulo escreveu Romanos 13 muito tempo depois do ministério terreno de Jesus. Ele, que era radicalmente contra o legalismo dentro da igreja e entendia o Evangelho como poucos, entendia também que a função do Estado não é obrigar as pessoas a viver no Evangelho ou na graça. Seria uma maravilha se todos vivessem o Evangelho, não?

Repetindo as palavras de Paulo: “O Estado é ministro de Deus e não carrega em vão a espada”. “O Estado é ministro de Deus para castigar os que fazem o mal”.

Mal posso ouvir você sussurrando de Paulo: outro legalista! Na verdade, Paulo se reconhecia apenas como servo da vontade de Deus. Para ele, a opinião de Deus é mais importante do que a opinião pessoal dele. Eu penso da mesma forma.

MINHA TERCEIRA POSTAGEM, QUE JULIO SEVERO NÃO PUBLICOU (que, por conta do tamanho, foi enviada em duas partes):

Julio, o fato de você ter evangelizado assassinos ainda me deixa mais chocada, porque você fala como se tivesse algum tipo de misericórdia por eles – o que, dada a sua posição a favor da morte dessas pessoas, é impossível. Misericórdia tem Deus, que no lugar de punir essas pessoas com a morte eterna, o que seria, aí sim, justo, oferece-lhes perdão e possibilidade de vida eterna. A pena de morte é prescrita na sociedade do Velho Testamento. Quando Jesus veio, disse: “NOVO mandamento vos dou”. Ele queria dizer que dali em diante não era mais olho por olho, vida por vida. Era o amor, o tempo da graça, do perdão e da outra face oferecida. Mas, desculpe-me, parece-me que você não entendeu essa parte do Evangelho. O Evangelho diz que esse novo mandamento é para os que seguem o Cristo, é para pessoas. O Estado do qual você fala transforma-se em pessoas quando você quer denunciar quem está por trás das leis que fazem o Estado interferir na educação das crianças, por exemplo. Aí você não deixa o Estado abstrato. Porque, de fato, ele não é abstrato. Existem pessoas que o comandam e ele representa, em tese, a sociedade. E a sociedade é cada um de nós. Portanto, o Estado sem rosto não existe. No momento em que você diz que o “Estado” deve aplicar a pena de morte, você está dizendo que VOCÊ é favorável à pena de morte para aquelas pessoas – aquelas que você, inclusive, evangelizou. Se você é favorável à pena de morte para algumas pessoas, evidentemente você não as ama. Se você não as ama e deseja que elas morram, então você não entendeu o que disse Cristo. O Estado deve reeducar e, se isso não é possível, afastar essas pessoas do convívio social. Para que matá-las? É para educá-las? Para puni-las? Para que o “Estado” se vingue? Mas a vingança não pertence a Deus? A retribuição não pertence a Deus? O mesmo Estado que aplica apena de morte, nos EUA, que você diz estar representando Deus, autoriza a prática do aborto. Ele representa Deus em alguns momentos e em outros representa o diabo? É claro que esse Estado, em qualquer situação, não representa Deus. Nem para uma coisa, nem para outra. O Estado de Paulo era teocrático. O de hoje não é. Os sacerdotes judeus eram também as autoridades políticas. Hoje, o presidente não é o Papa nem o Billy Graham.

Todas as pessoas de quem você falou – assassinos, pedófilos e estupradores – são criminosas e devem ser afastadas do convívio social. Mesmo essas pessoas horríveis foram merecedoras da misericórdia de Deus. Mesmo você é merecedor da misericórdia de Deus. Mesmo eu sou merecedora – eu, que não mereço nada de Deus, a não ser a sua justiça, que é a morte como salário pelos meus pecados, recebi dele a misericórdia, porque em meu lugar ele puniu Jesus. Então, mesmo o pior criminoso também tem essa misericórdia, e eu não vou tirá-la dizendo que aquele criminoso deve morrer. Aquele criminoso tem a misericórdia não porque seja bom, mas porque o sacrifício de Jesus foi enorme, foi doloroso, foi o sacrifício do único justo que já houve sobre a Terra e isso paga o pior pecado, cobre o pior dos erros. A César o que é de César. A multa, ou o imposto, não dizem respeito à vida. Tirar a vida é um atributo unicamente de Deus. Sua justificativa pode também ser levada para outras situações. Se o “Estado” julga conveniente, pode praticar a eutanásia. Ou o aborto. Afinal, o Evangelho também nada diz sobre isso, não é? Mas para você o Estado deve legislar apenas sobre a pena de morte, como se o ser humano que morre ali fosse menos digno da misericórdia do que o que morre pela eutanásia praticada. Repito: a pena de morte foi anulada por Jesus. Não vale mais o olho por olho. Agora é “amai vossos inimigos”, porque A LEI FOI CUMPRIDA EM JESUS. ELE CUMPRIU A LEI, E, COMO JUSTO, MORREU PELO PECADOR, PORQUE NENHUM DE NÓS PODE FAZÊ-LO. Essa lei que você defende foi o Cristo quem anulou, e fez isso NA CRUZ. Você a revalida porque isso tem a ver com o que VOCÊ aprova, mas lei cumprida é lei revogada. Deus a revogou em Cristo, mas você a revalida. Você está indo contra Deus, e não percebe. É claro que o Estado pode e deve agir contra estupros e pedofilia. Deve afastar o criminoso do convívio social. Mas sua morte é determinada por Deus, somente. E eu devo dizer: não, Julio, você não ama “os pedófilos, assassinos, estupradores, etc.” Você não os ama, e não quer salvá-los. Você quer que eles morram. Esses criminosos, ao contrário do que você diz, não podem pagar a “divida social” com sua própria vida, porque Jesus somente poderia pagar essa dívida de sangue. É isso que você não consegue ou não quer entender.

34 comentários:

Anônimo disse...

Maya,

li tudo com bastante atenção. Veja bem: tenho dificuldades com a pena de morte; na verdade eu não sou a favor dela; tarta-se, em meu caso, de uma questão de foro íntimo; a admissão da pena capital não me deixa confortável.

Porém, não posso negar que Romanos 13:4 de fato está a falar da pena de morte para criminosos perigosos.

O uso da palavra "espada" no NT por vezes está ligado à morte, ou a entrega a ela. Veja Lc 21:24; At 12:2, 16:27 e Ap 13:10.

Não dá pra negar o fundamento escriturístico...

Eu me simpatizo com a prisão perpétua e acho que ela dá a um criminoso perigoso uma pena, talvez, mais radical que a pena de morte. Ir morrendo sabendo que sempre estará encarcerado não deve ser coisa simples.

Bom, o caso é complexo minha irmã.

Mas alinho-me a você e acredito que não estou desobedecendo as Escrituras por optar pela manutenção da vida de quem quer que seja. Afinal de contas as Escrituras não me manda matar...

Abraços!

Reuben Sturman disse...

pena de morte realmente é anti-cristão...

No entanto é FATO que as mulheres são saldados da perversão da sociedade. A maioria das mulheres são favoráveis a união homossexual, BBB, novelas, fofocas, jogos emocionais, são mimadas emocionalmente, fúteis, em fim

Por isso me tornei machista.

Unknown disse...

O ódio a Lula, a Dilma, à esquerda, aos comunistas, aos socialistas, aos homossexuais e aos demais pecadores, por parte de Júlio Severo (tão severo no que tange aos pecadores, principalmente aos homossexuais, quanto à inquisição da igreja católica da Idade Média), não é outra coisa senão fruto do fundamentalismo religioso. Do legalismo. Se o Júlio Severo fosse da época de Jesus, estaria do lado dos que queriam apedrejar a mulher adúltera, tentaria impedir que Jesua expulssasse os sete demônios de Maria Madalena, pediria fogo do céu a fim de consumir os ímpios, não concordaria com o perdão do ladrão da cruz, só para citar alguns exemplos. Acho, inclusive, que o PNDH 3 teve origem no ódio incontido desse modo irresponsável, farisáico e hipócrita de combater o pecado, por parte dele. Para o inferno irão, de acordo com a lista de Paulo (os que ficarão de fora do Reino de Deus), ladrões, mentirosos, hipócritas, fariseus, pedófilos, etc, não só homossexuais, alvos da sua perseguição demente, doentia. E, portanto, discriminação. Nesse sentido, fico com as palavras de Jesus: "O Filho do Homem veio buscar e salvar A TODOS os que se achavam perdidos.". Com amor, e não ódio, um abraço em todos.

Maya Felix disse...

Pastor Zwinglio,

Todos nós, que temos o Espírito Santo dentro de nós (o Espírito que é VIDA), temos dificuldade com a pena de MORTE. A pena de morte não é cristã. É a vingança, nela não há justiça. A maior justiça já foi feita: um justo morreu pelos pecadores. Por isso, a pena de morte não é justiça, ela é trapo de imundície.

Em Romanos 13:4, Paulo fala do uso da espada, mas vejo ali que naquele caso a espada representa a justiça, o uso da força. Como metáfora, a figura representada pela espada pode ser graduada, indo da pena de morte como último grau de representação até o uso da força para deter o que pratica a iniqüidade. Ali não está claro que a pena de morte deve ser aplicada. É uma questão de exegese. Não creio que Paulo recomendasse a pena de morte.

Em Lucas, Jesus fala de “cair ao fio da espada”, o que é bem diferente de se referir à espada como faz Paulo em Romanos. E Jesus cita a espada para falar da grande tribulação, da injustiça, do mal. Jesus fala em “cair sob o fio da espada” para falar dos dias maus que nos esperam. Em Atos 12:2, mais um exemplo: “E matou à espada Tiago...” Ou seja: não basta falar apenas da espada, é necessário dizer de que modo ela foi usada. A espada, simplesmente, é representação da Justiça, mas não da morte, da pena de morte ou da execução por espada. Em Atos 16:27 não há sequer uma metáfora. Paulo ali narra uma história, e conta que o carcereiro, após o terremoto que abriu as portas da prisão em que estava, assustou-se e “tirou a espada, e quis matar-me...” Ora, o carcereiro “tirou a espada” porque era a arma que se usava, na época! Se tivesse um revólver, provavelmente teria “tirado o revólver”... Em quê, aí, há justificativa para a pena de morte? (continua...)

Um abraço,

Maya

Maya Felix disse...

(continuação)

Por fim, temos Apocalipse 13:10. Ali, vemos a reedição da Lei: “Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto.” Ora, em uma guerra, a pena de morte se dá em legítima defesa. Entretanto, em nossa estrutura social a pena de morte é resquício de barbarismo, praticada livremente em países muçulmanos, teocráticos. Além do mais, se levarmos ao pé da letra a palavra de Apocalipse, crimes como pedofilia e estupro não devem ser contemplados com a pena de morte. Afinal, quem molesta uma criança, mas não a mata, está livre de morrer. Aliás, de acordo com os hábitos e a estrutura política e social que vigorava no NT, é também necessário restaurar a escravidão. É necessário que as mulheres não cortem seus cabelos, que são como o véu. Enfim, vamos restaurar a figura do Rei, ou do Imperador, como queiram. O grande problema é que em alguns aspectos aprovamos a estrutura social romana que vigia à época, mas em outros, não. O Estado teocrático tanto dos Romanos quanto dos Hebreus não é o nosso. E, acima de Paulo e de João, Cristo falou da GRAÇA. Por que famaos tão pouco ou quase nada da GRAÇA??? Todos pecaram. Não foram apenas os marginais, mas eu também. Para meu pecado não há compensação, a não ser no sacrifício da cruz. Também eu deveria morrer pelo meu pecado, mas pela Graça fui salva. Não posso privar alguém da possibilidade de, no tempo de Deus, conhecer essa mesma graça – mesmo o pior dos pecadores. O mesmo Estado que faz valer a pena de morte faz valer o aborto. Então o Estado age sempre corretamente? Os muçulmanos ainda são mais rigorosos: a mulher foi adúltera? Deve morrer apedrejada. Ora, se formos adotar o Velho Testamento, rasguemos o Novo e esqueçamos a Graça. Ou a Lei vale para TUDO, ou não vale para NADA. Mas eu não estou sob a Lei, nem devo submeter ninguém a ela. Eu estou sob a Graça. E por essa Graça que eu proclamo devo ser misericordiosa e amorosa até mesmo com o maior pecador.

Portanto, não se trata de “negar o fundamento escriturístico”, mas de fazer a honesta exegese. Pena de morte é desejo humano de vingança, nada mais. Não é cristão. A pena de morte é isenta de misericórdia e graça. É coisa de pessoas que nada têm de Cristo, infelizmente, e que se enganam e enganam os outros vestindo uma capa de cristão sem de fato sê-lo.

A verdade é: A BÍBLIA NÃO ME MANDA NEM ME AUTORIZA A MATAR.

Maya

Maya Felix disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Maya, veja bem!

Todas as explicações que você oferece dos textos bíblicos que traz a palavra "espada", envolve a morte, de um jeito ou de outro. Quer pela perseguição na grande tribulação, quer no caso do carcereiro de Filipos, quer no caso de Ap 13:10.

Em Rm 13, como você mesma disse, a idéia é a do exercício da justiça, inclusive pelo uso da força. A pena de morte é sempre o ápice do uso da força. Ou não?

Uma pergunta: como é que você determinou que "espada" ali é uma metáfora? Por que não uma interpretação literal? Quais critérios lhe norteou nesse aspecto?

A meu ver, essa é a conexão que se deve fazer: ESPADA = MORTE.

No entanto, como já disse, não me sinto confortável com a pena de morte. Jamais optaria pela pena capital no Brasil.

Abraços!

Paula disse...

Maya,

Desculpe-me, mas vc está errada. A Bíblia não pode ser dividida em "partes de q eu não gosto e, portanto, prescreveram ou não representam, de fato, o espírito bíblico" e "partes de q eu gosto e, por isso, valem mais q as outras". A punição de criminosos, e não só de assassinos, com a morte é encontrada na bíblia desde Gênesis, e mesmo antes q houvesse um "estado" de Israel, no tempo dos juízes, era executada. Veja bem, no tempo em q, de acordo com o q Deus fala a Samuel em I Samuel 8:7, era Deus q governava o povo. Assim tb vemos Jesus dizer q não veio revogar a Lei (q não é contraponto à graça por ser ruim, mas por ser sombra, entenda a diferença), mas cumprí-la. E, de fato, cumpriu, aceitando a pena de morte pelos nossos pecados, o q significa q a pena de morte é considerada válida como instrumento de justiça por Deus. E, como instrumento de justiça, não pode ser comparada ao aborto, pois q, no caso, quem comete o homicídio e seria, então merecedora da pena de morte, é a mãe, não o bebê.
Não é por não gostar da pena de morte q podemos desqualificar a Bíblia, Maya, pois se nela há algo de mentiroso, quem é vc pra dizer qual é o ponto? Se a palavra de Deus, o infalível, se revela errada em um ponto sequer, então não é a palavra de Deus.

Maya Felix disse...

Sr. Reuben Sturman,

Não vi em quê seu comentário está inserido no contexto da discussão. Desculpe-me, mas não há nem o que eu possa dizer sobre suas ideias.

Maya

Maya Felix disse...

Sr. Tales,

A discussão aqui não é sobre o Julio Severo. Com todo respeito, esse tipo de texto panfletário o sr. pode postar no seu próprio blog. A discussão aqui é sobre a pena de morte. Sobre ela, de fato tendo a concordar que se trata de legalismo puro e simples, de falta de misericórdia – para dizer o mínimo. A esse respeito, a esquerda tem muito a dizer. Afinal, somente nos regimes socialistas mundo afora foram assassinadas 100 milhões de pessoas. A pena de morte sempre foi válida em Estados socialistas, da URSS à atual Cuba, passando pela China – onde a família do pobre coitado que é assassinado pelo Estado ainda tem que pagar pelo custo da bala que o matou. A esquerda é especialista em pena de morte. O Governo Lula apóia o Irã, que deseja matar a pedradas – ah, perdão, agora é pela forca – uma mulher adúltera. É o Irã, aliás, junto com os demais países muçulmanos, que enforca os homossexuais. E é em Cuba que os gays são presos. Se há uma coisa que a esquerda não pode é acusar alguém de ser impiedoso. A esquerda é legalista com as religiões, e intolerante. Veio da esquerda a idéia de retirar de repartições públicas os símbolos cristãos. A esquerda confunde Estado laico com Estado ateu, e algumas pessoas ditas cristãs confundem Estado laico com Estado teocrático legalista. Quanto aos homossexuais, estão em pecado, assim como os demais que você citou. É de fato uma lástima que alguns só consigam falar dos homossexuais, quando há muitos outros pecados. Entretanto, o que se vê na sociedade de hoje é um lobby pró-homossexualismo como nunca se viu. Querem obrigar a sociedade a ver como normal uma prática que em toda a história da humanidade foi vista como anormal, visto que é um desvio da sexualidade heteronormativa. As três grandes religiões monoteístas repudiam a prática homossexual, e mesmo assim querem obrigar os cristãos, em todo o mundo ocidental, a aceitá-la como normal, corriqueira e massiva, o que está bem longe da verdade. Assim, as reações a essa propaganda absurdamente impositiva, que é combinada a pressão política e lobby a fim de que Leis sejam mudadas em favor de ONGs pró-homossexualismo, são igualmente firmes. Aqui no Brasil chegou-se ao extremo de processar uma psicóloga que atendia pacientes homossexuais que desejavam VOLUNTARIAMENTE deixar a prática homossexual e construir uma identidade heteronormativa. Que absurdo, são alguns gays lutando para que outros gays continuem infelizes – contanto que gays. Quanto ao PNDH3, eu o considero nocivo, criminoso e anticristão, e devo combatê-lo sempre que puder e for necessário. De fato, o Filho do homem veio buscar os que estão perdidos, contanto que esses se reconheçam como perdidos.

Maya

Maya Felix disse...

Não, Paula, eu estou certa. Não dividi a Bíblia em “partes”, apenas sei que existem as leis cerimoniais de Moisés e os mandamentos. Jesus cumpriu a LEI, os mandamentos, em si mesmo. Quanto às leis cerimoniais de Moisés, inclusive a pena de morte, os da Nova Aliança não as adotam. Muito engraçado quem deseja levar em conta algumas leis, de acordo com sua conveniência política, e outras não. Sendo assim, Paula, faça-me o favor de não comer mais camarão nem caranguejo, e de guardar os sábados, isso inclui não fazer compras nem usar o elevador. Eu, que estou na NOVA ALIANÇA, faço tudo isso, como camarão, uso o sábado e todos os dias para honrar o nome do Senhor, porque sei que o que contamina não é o que é colocado para dentro, mas o que sai da boca. Sei que Deus está dentro de nós, e não fora, e eu sou o Templo do Espírito. A vida humana é sagrada, seja ela qual for. A lei diz que é vida por vida, olho por olho, mas Jesus me disse que me deu NOVO MANDAMENTO: que eu ame os meus inimigos, e que ore pelos que me perseguem. Bom, mas aí ninguém quer cumprir, aí dizem que vale a lei. E Deus mesmo já dizia que ele quer misericórdia, e não sacrifício. A quem o sacrifício do marginal vai satisfazer? A Deus? Você acha que o mesmo Deus que disse que não era mais “olho por olho”, mas um NOVO caminho, um NOVO mandamento, vai se agradar da pena de morte? A pena capital agrada apenas a pessoas sedentas de vingança que se escondem atrás do “Estado”. E dizem que o Estado é justo, e que representa Deus quando lhes interessa, esses hipócritas, porque quando o Estado aprova o aborto, a eutanásia, o uso de drogas ou o casamento gay ele não mais representa Deus. Pena de morte é barbárie, não faz parte de uma sociedade civilizada. Pena de morte é Cuba, Irã, URSS e o Afeganistão. Por favor, me inclua fora disso. Sou civilizada, bem educada e cristã.

Paula disse...

Maya,

Pra começar vc poderia me poupar da sua ira, pq, embora discordando da sua opinião, eu não desqualifiquei vc. Tb sou cristã, o q me coloca sob a nova aliança da Graça, e, como gentia, desobrigada dos usos e costumes da Lei, embora não de reconhecer nela o q é bênção e o q é maldição. Ou será q, sob a Graça, podemos nos entregar a tudo quanto a Lei classificou como pecado, abominação e opróbio? Na verdade, qdo falei q a pena de morte É bíblica, sequer pensava na lei mosaica, querida. Pensava na sentença de Deus, de q sem derramamento de sangue não há remissão de pecado. A nova aliança, querida, é de sangue derramado, é de pena de morte. Pois q hoje, como sempre, ou seremos mortos para pagar os pecados q cometemos (e não só o assassinato), ou outra pessoa o será no nosso lugar. Nós q somos cristãos somos os q aceitamos a pena de morte dada a um inocente para pagar a nossa culpa. Logo, somos os q fomos beneficiados pela morte de outro em nosso lugar. Agora, quem instituiu essa pena? Pq ela valeu pra Jesus em nosso benefício? Minha argumentação não incluiu a defesa do Estado como carrasco, apenas a constatação da legitimidade bíblica da pena de morte. Já os seus textos tentam abraçar a lei onde ela lhe é agradável, e tirar-lhe a legitimidade onde vc não gosta. Sua argumentação acerca do homossexualismo é claríssima. Lembro-me de um debate q vc teve com o Isaías (hoje Isa) acerca do homossexualismo. A argumentação dele era exatamente a sua agora. A condenação do homossexualismo estava na Lei, e ele vivia sob a Graça. Se vc reler aquela sua argumentação e fizer o exercício mental de aplicá-la ao tema, para o bem da coerência e da lógica, terá q mudar de opinião.
PS - O fato de devermos amar os nossos inimigos não torna a pena de morte antibíblica, embora devesse torná-la obsoleta, assim como o fato de termos q dividir tudo o quanto temos com os pobres não institui o comunismo.

Adoniram disse...

Parabéns Maya,
Seus argumentos são fortíssimos, e sua resposta à Paula, 6/11/19h47, resume tudo, com muita simplicidade.
Se há dúvida, no entendimento de qualquer coisa, na a pratiquemos.
O julgamento final pertence ao Senhor.
2Pe 3:16 - Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição.
Um abraço, uma feliz semana, nAquele a que todos ama.

Maya Felix disse...

Caro Pastor Zwinglio,

Note que os usos da palavra “espada”, na Bíblia, em especial nos trechos do Novo Testamento aos quais nos fererimos, trazem uma gradação. Espada envolve morte, sim, mas também envolve defesa, coação, correção, punição (não necessariamente morte). O ápice do uso da espada é a morte, mas, se a morte ocorrer em combate, por exemplo, já não é “pena de morte”, é legítima defesa. Existem gradações e nuances, portanto, para o “uso da espada”. Até porque a punição com morte, na época de Cristo, era mais comum por enforcamento e na cruz. A espada, como arma do soldado, era mais usada na defesa que no ataque, e o uso da força para o restabelecimento da paz nem sempre pressupõe a morte (pode ser o uso da força como elemento de coação para o domínio de uma das partes, por exemplo). Quando você diz que a espada seria o ápice do uso da força, eu justamente imagino que não como “pena de morte” planejada e executada pelo Estado, mas como instrumento de defesa e força que, em seu extremo, pode produzir a morte – como o revólver, durante uma operação policial. Quando o uso da espada é explicitamente voltado para a execução, isso é dito claramente, como em Apocalipse, na descrição da grande tribulação. O uso da palavra “espada”, no contexto de Romanos 13 e em muitos outros trechos da Bíblia, de fato não constitui uma metáfora – que é uma figura de linguagem que consiste na qualificação de algo por meio do sentido conotativo do objeto usado na comparação. Esta comparação é feita, contudo, sem o uso dos conectivos habituais de comparação (“como”, “igual” etc.). Entretanto, em Romanos 13 ocorre o uso figurado da palavra espada – literal, nesse caso, não. Eu diria que ocorre um uso metafórico (quando digo “Fulana é uma flor”, construí uma metáfora. Na verdade, estou a dizer que Fulana tem as características comumente atribuídas a uma flor: é suave, bela, viçosa etc. No momento em deixo de atribuir sentidos literais a determinado objeto – “Fulana é bonita” - e passo a atribuir a ele sentidos figurados, passo a trabalhar com o que Jakobson chamou de sentido conotativo. Nisso está baseada a construção da metáfora, e essa figura de linguagem é uma das bases da construção poética), um uso conotativo, porque de fato Paulo quer dizer, quando fala que o magistrado traz a “espada”, que ele traz o julgamento e o castigo. Na época de Paulo, eram castigos tanto as chibatadas quanto a prisão ou, por fim, a pena de morte (pelo que li na Bíblia, morte de cruz, apedrejamento, forca). Isso não quer dizer que Paulo recomenda a pena de morte para o Estado. Alguns fazem uma exegese tão direcionada para a pena de morte que acabam torcendo o que está escrito. Paulo adverte os cristãos para que andem em retidão, e que há castigo para os que não andam assim, mas não diz que a pena de morte é louvável e nem sequer a cita.

(CONTINUA...)

Maya Felix disse...

No mais, Pastor Zwinglio, confesso que acho contraditório que você não se sinta confortável com a pena de morte e, no entanto, defenda sua aplicação, ainda que de modo indireto. O que faz você se sentir “pouco à vontade” em relação à pena de morte é o Espírito Santo, que em seu íntimo o incomoda, ainda que sua “lógica” doutrinária o obrigue a dizer que a pena capital seja “bíblica”. Algumas doutrinas e teologias mais humanas que espirituais querem nos fazer crer, pela “lógica” (torta), que a pena de morte é cristã. Entretanto, nem Jesus nos diz que a pena de morte é algo de Deus, nem o Espírito Santo nos diz, hoje, que ela é cristã! Os que têm o Espírito Santo dentro de si sentem tristeza com isso. Você teria coragem de apertar o botão, ou de puxar a alavanca? Se a pena de morte é assim tão “bíblica” (mas jamais cristã), então todos os que a defendem deveriam se sentir muito à vontade com a perspectiva de apertar o botão que fará com que um homem apenado seja morto. Ou de puxar um gatilho, uma alavanca. Tirar o apoio dos pés de alguém que tem a forca no pescoço. Empurrar o êmbolo da seringa. Afinal, se foi o “Estado” quem determinou essa pena capital, com as bênçãos e a aprovação de “Deus”, e isso parece muito justo aos olhos de alguns que se dizem “cristãos”, então eu concluo que essas pessoas, com a alegria de quem pratica a justiça, matariam o condenado cantando um hino, sorridentes... Afinal, não estão fazendo a “vontade de Deus”, cumprindo “um mandamento”?

Maya

Anônimo disse...

Maya,

entendi seu raciocínio, porém não concordo com ele, pois ele me parece mais um apelo à emoção do que ao destaque escriturístico.

VC disse:

"Note que os usos da palavra “espada”, na Bíblia, em especial nos trechos do Novo Testamento aos quais nos fererimos, trazem uma gradação."

Por favor, aponte essa gradação no NT com textos indicativos e passagens correlatas.

Repito: Lc 21:24, At 12:2, 16:27, Ap 3:10 e, ainda, Hb 11:34 a palavra "espada" é sempre usada para a morte.

Quando eu faço a correlação da palavra "espada" em Rm 13 com aquelas referências, hermeneuticamente fico bem calçado.

A "espada" como símbolo da jurisdição criminal, eu admito; mas não admito que ela represente qualquer ato de justiça que não possa envolver a pena capital.

Devido as referências paralelas, "espada" em Rm 13:4 é o mesmo que "passar ao fio da espada" ou, em um caso diferente, é o mesmo que "escapar ao fio da espada"; ou seja, sentença para a morte ou não...

Eu não posso brigar com a objetividade do texto, por mais que eu não me sinta bem com ele. E aqui, não quero ser mais justo que o Rei.

Além dos textos neotestamentários que dão suporte à defesa da pena de morte tendo como base Rm 13:4, Gn 9:6, anterior à lei mosaica, é uma clara referência da maneira como Deus vê a questão. Ele a vê como legítima.

Não posso fazer nada contra isso.

Por fim, não digo essas coisas tentando impor aos textos sagrado o meu pensamento, mas deixo que eles mesmos falem por eles. Ao proceder assim, eles gritam em meus ouvidos que a pena capital pode ser determinada pelo Estado sob a chancela de Deus.

Obs.: não se esqueça de me apontar a tal gradação... citada por você

Té +!

Paula disse...

Maya,

Acerca de sua resposta ao Pastor Zwinglio, gostaria de fazer duas considerações.
1ª - Segundo diversas passagens ao longo da Bíblia, esta é a Palavra de Deus, feita em escrituras, ou seja, livro. Sendo o testemunho de João no primeiro capítulo de seu evangelho verdadeiro, podemos concluir q Jesus é a Palavra de Deus feita carne. Assim, sendo ambos a mesma Palavra, como pode algo ser cristão e não ser bíblico? E como pode algo ser bíblico e não ser cristão?
2ª - Segundo o seu argumento, é por causa do mandamento de Jesus, de nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou, perdoando e orando pelos q nos fazem mal, q a pena de morte se tornou anticristã. Sendo assim, eu pergunto: não teriam todas as outras penas se tornado, igualmente, anticristãs? Acreditarei na sinceridade do seu posicionamento quando vc defender q o Estado não disponha de qualquer punição àqueles q praticam todo tipo de delito.
E gostaria muito de receber uma resposta sua.

Maya Felix disse...

Paula,

Veja,não desqualifiquei você. Apenas creio que se uma das leis cerimoniais é abraçada, todas devem ser. A sentença de Deus foi cumprida em Jesus, mas você quer que ela seja anulada quando se trata de um bandido. Só Deus tem o poder de tirar a vida, e o Estado, em nome de Deus ou não, já cometeu barbaridades e ainda comete por achar que pode dispor da sentença de morte – vide Irã, Alemanha nazista, atual Europa no que diz respeito à eutanásia e ao aborto. O Estado não pode dispor da vida de ninguém, simplesmente porque os homens que estão por trás deles são todos falhos, como nós. Afastar do convívio social sim, matar jamais! Deus deu seu filho por nós e nós aceitamos o sacrifício de Jesus sabendo que ele se deu por toda a humanidade (salvo os calvinistas, que crêem que Jesus morreu para alguns), portanto toda a humanidade, mais pecadora ou menos pecadora, tem a misericórdia de Deus, que deseja que o pecador não pereça, mas chegue ao conhecimento da verdade, e a verdade é Cristo crucificado... Você então aceita que alguns sejam mortos para pagar os pecados que cometeram e outros não? Lei cumprida é lei revogada. Se eu cumpro a lei, ela não vale mais para mim, certo? Se Jesus cumpriu em meu lugar e no lugar da humanidade, então a pena de morte não vale nem para mim nem para nenhum outro humano. Se eu aceitei Jesus, outro pode aceitá-lo, certo? Mesmo o ”pior” pecador. Vou privá-lo dessa possibilidade, concordando com sua morte? Onde estão a misericórdia, o amor ao próximo e a caridade? Que história é essa que concordar com a morte de alguém não interfere no amor que eu sinto por essa pessoa? Imagine que o mesmo criminoso que seria condenado à morte desejasse se suicidar e você pudesse impedir. Impediria? Mas ele não merece a morte? Então você o deixaria suicidar-se... Ah, então tenho de me igualar a ele, que matou, e civilizadamente, esterilizadamente, higienicamente, exigir sua morte por meio do “Estado”? No mais, Paula, você confundeoutras questões. Creio que o homossexualismo é pecado porque sua condenação é bem clara no Novo Testamento. É uma prática antivida. Tudo o que é contra a vida, que atenta contra a vida, que é sinal de morte, é contra Deus. Assim, também a pena de morte, por mais “justa” que pareça, é injusta, e é antivida. A justiça humana é trapo de imundície, realmente. Também eutanásia, aborto, suicídio, suicídio assistido... Sinais de morte! Homossexualismo não gera vida, por mais “homoafetiva” que seja a relação. Deus criou homem e mulher, e assim continua sendo. Você está confundindo as argumentações e a lógica da minha argumentação contra a pena de morte e sempre e inequivocamente a favor da vida. Quanto a termos de dividir o que temos com os pobres... Vejo Jesus dizendo isso a um jovem que tinha amor ao dinheiro. Em Atos, após problemas na igreja primitiva, ficou claro: quem não trabalha também não come. Não sei de onde vc tirou essas de “dividir tudo o que tem” e do comunismo.

Maya

Maya Felix disse...

Caro Adoniram,

Muito obrigada por sua participação aqui no Blog. Seu comentário enriqueceu mais ainda o debate. :)

Um abraço,

Maya

Paula disse...

Maya,

Vc tergiversa. Continua me acusando de defender o estado como carrasco, qdo eu esperava já ter deixado claro q meu ponto de vista não é esse. A questão está em definir como antibíblica ou anticristã (e vc não me respondeu como uma coisa pode ser antibíblica e não ser anticristã ou o contrário) uma prática q foi claramente instituída por Deus NA BÍBLIA. Minha argumentação é de q tanto é cristã q Jesus a assumiu em nosso favor. Ao contrário do q vc diz, lei cumprida não é lei revogada, pois senão Jesus não teria dito q não veio revogá-la. E tanto é assim q, ainda hoje,sem derramamento de sangue não há remissão de pecado. Ou pagamos o nosso pecado com a nossa morte ou aceitamos q Jesus os pague com Seu sangue, sua morte vicária. E, ademais, se seu argumento é de q a pena de morte é anticristã por violar o mandamento de amarmos uns aos outros e orarmos por nossos inimigos, ficando aí implícito o perdão, então não apenas a pena de morte é anticristã, mas qualquer pena. E não venha com a história de q o valor em questão é a sacralidade da vida, pois q a vida não poderia começar a ser sagrada no novo testamento, se sempre não o fosse, e se sua sacralidade pressuposse, desde sempre, a impossiblidade de matar, não haveria a instituição de sua pena no velho testamento. Essa posição de colocar a vida do homem como mais sagrada q a obediência a Deus leva ao equívoco no tratamento do homossexualismo: ele não é abominável por ser anti-vida, até pq o simples ato de um homem fazer sexo com outro não o impede de ter mulher e reproduzir-se. O ato é abominável degradar a natureza de Deus no homem. Outra falha na sua argumentação pressupõe q a pena de morte "encurtaria" a vida, diminuindo a possibilidade de um assassino se converter. Ora, a ser verdade q um homem, por mais poderoso q seja, não pode acrescentar um minuto ao seu tempo de vida, não poderia haver um, então, q encurtá-la. Ou, em outras palavras, cada ser humano tem seu tempo determinado, e morrerá no dia em q tiver de morrer, ou assassinado ou de aneurisma. Se a justiça humana é trapo de imundície e não suficientemente sábia pra condenar quem quer q seja a morrer, aí a história é outra, é uma argumentação válida. Mas dizer q a pena de morte é antibíblica ou anticristã, aí já é proselitismo e retirar da Bíblia sua validade.

Anônimo disse...

Olá Maya,

Entre o artigo do Júlio e o seu comentário ficou claro de que lado está a luz da verdade. O seu. Suas respostas foram totalmente inspiradas nos ensinamentos de Jesus.

O Severo é um presbiteriano, não todos, mas alguns como ele defendem essa visão absurda do Estado como instituição punitiva.Não existe como ensinar a verdade para esse tipo de pessoa, pois acabam apoiando a criação de um governo satânico que você descreve abaixo:

Por fim, temos Apocalipse 13:10. Ali, vemos a reedição da Lei: “Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto.”

Apocalipse 13 fala sobre o reinado do Anticristo ( não é por acaso que a pena capital é anticristã) e esse versículo fala de cristãos que serão mortos pelo estado global (pena capital distorcendo a palavra de Deus como ele fez) .

Pelas respostas do Júlio fica claro que ele está do lado do Estado Global, ou seja do Anticristo. Com certeza ele não vai sujar as mãos de sangue, mas vai “encomendar “ a alma dos cristãos que serão mortos no futuro.

Por isso nem ligue para ele, Se estivéssemos aqui nesse momento trágico da história humana você seria condenada a morte e o Julio faria a extrema unção. Você receberia a vida eterna, mas ele o juízo de Deus por distorcer os sagrados versículos.

Maya Felix disse...

RESPOSTA AO COMENTÁRIO DE segunda-feira, 8 de novembro de 2010 13h15min00s

Pastor Zwinglio,

Veja, em Lucas e Atos, ao falar da Grande Tribulação e da morte de Tiago, a referência ao uso da espada como instrumento de morte é clara: ”cairão AO FIO DA ESPADA” e “... MATOU À ESPADA Tiago...”. Já em Romanos, Paulo fala do uso da espada pelo magistrado... “Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem e terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus e vingador para castigar o que faz o mal. MAS, SE FIZERES O MAL, TEME, POIS NÃO TRAZ DEBALDE A ESPADA; porque é ministro de Deus e vingador para castigar o que faz o mal.” Ora, a espada aí serve não para matar. O Direito moderno, inclusive, fala disso. O uso da força nem sempre é punitivo. Ele pode ser aplicado para a coação e a coerção, que são funções legítimas exercidas pelo Estado. Daí eu falar em “gradação”. É óbvio que o uso da palavra “espada” é figurado. Ela representa a força física. Até porque na época em que o Novo Testamento foi escrito a pena de morte não era cumprida somente através da espada: havia a cruz, a forca etc. A espada, portanto, representa a força, e quando esta força é usada para matar, isso é explicitado. Mesmo na função punitiva do Estado, aliás, a espada pode ser vista como castigo físico, o que também era comum naquela época, por meio de chicotadas, por exemplo. Em Romanos, aliás, veja só, o autor fala em “fazer o mal”. Obviamente, nem todo delito é punível (nem era, naquela época) com a morte! O autor fala genericamente do mal e fala, também, genericamente, da espada. Porque a todo mal corresponderá uma ação do Estado com o uso da força, seja essa ação coercitiva ou coerciva, e, quando há o exercício da função punitiva, nem sempre essa punição será com a morte!

CONTINUA...

Maya Felix disse...

CONTINUAÇÃO...
RESPOSTA AO COMENTÁRIO DE segunda-feira, 8 de novembro de 2010 13h15min00s

Portanto, a correlação que você faz dos usos da palavra “espada” não me parece válida, sobretudo porque você usa contextos muito diferentes e aplicações diferentes para chegar à mesma significação! Cair ao fio da espada é uma coisa: o autor narra a morte de Tiago. Matar à espada é semelhante: fala-se do governo do anticristo, onde haverá pena de morte. Mas o magistrado (aí sim, o Estado) “trazer a espada” não me permite chegar à mesma conclusão. Se você admite que a o uso da palavra espada em Romanos 13:4 representa todo ato de justiça obrigatoriamente envolvendo a pena capital, então você admite também que, em Romanos 13, não importa qual o mal praticado de que fala Paulo, muito genericamente (mal como delito, não importando o grau de gravidade, do furto ao homicídio), a punição será, sempre, a morte. Percebe que espada não pode, nesse caso, ser igual a “pena de morte”? Quanto a você usar as “referências paralelas” para deduzir que o uso que Paulo faz da palavra espada é para a pena capital, devo dizer que é uma conclusão sua, apenas. Nem o contexto nem o texto me permitem chegar a essa conclusão. Na Bíblia, mesmo, a palavra “amor”, como vpcê sabe, tem três conotações: amor erótico, amor fraternal e amor caritativo. Não posso dizer que o amor de I Coríntios 13 é o amor erótico. No entanto, algumas traduções de dizer que sim, trata-se de “amor”. Creio que você não está brigando com a objetividade do texto, mas está, sim, “obrigando” o texto a ter o significado que você espera que ele tenha, por força da doutrina que você segue. Nenhuma hermenêutica me leva ao significado de espada como morte, em Rm 13, e nenhuma interpretação me autoriza a usar os demais trechos que você citou como evidência de que os cristãos (e muito menos, jamais, Cristo!) devem ser favoráveis à pena de morte. Por fim, leia o excelente artigo do Prof. De Direito da Teófilo Marcelo de Arêa Leão Júnior, professor de Direito na Faculdade de Direito de Marília (Fundação Eurípides Soares da Rocha), e você compreenderá que a representação da “força” usada pelo Estado não se restringe à pena capital: http://jus.uol.com.br/revista/texto/3117/sancao-e-coacao-a-organizacao-da-sancao-e-o-papel-do-estado
Um abraço,

Maya

P.S.: Me desculpe o tempo empreendido para responder, é que tive outras coisas para resolver, entre elas viagem, casa, estudo etc... :)

Maya Felix disse...

CONTINUAÇÃO...
RESPOSTA AO COMENTÁRIO DE segunda-feira, 8 de novembro de 2010 13h15min00s

Portanto, a correlação que você faz dos usos da palavra “espada” não me parece válida, sobretudo porque você usa contextos muito diferentes e aplicações diferentes para chegar à mesma significação! Cair ao fio da espada é uma coisa: o autor narra a morte de Tiago. Matar à espada é semelhante: fala-se do governo do anticristo, onde haverá pena de morte. Mas o magistrado (aí sim, o Estado) “trazer a espada” não me permite chegar à mesma conclusão. Se você admite que a o uso da palavra espada em Romanos 13:4 representa todo ato de justiça obrigatoriamente envolvendo a pena capital, então você admite também que, em Romanos 13, não importa qual o mal praticado de que fala Paulo, muito genericamente (mal como delito, não importando o grau de gravidade, do furto ao homicídio), a punição será, sempre, a morte. Percebe que espada não pode, nesse caso, ser igual a “pena de morte”? Quanto a você usar as “referências paralelas” para deduzir que o uso que Paulo faz da palavra espada é para a pena capital, devo dizer que é uma conclusão sua, apenas. Nem o contexto nem o texto me permitem chegar a essa conclusão. Na Bíblia, mesmo, a palavra “amor”, como vpcê sabe, tem três conotações: amor erótico, amor fraternal e amor caritativo. Não posso dizer que o amor de I Coríntios 13 é o amor erótico. No entanto, algumas traduções de dizer que sim, trata-se de “amor”. Creio que você não está brigando com a objetividade do texto, mas está, sim, “obrigando” o texto a ter o significado que você espera que ele tenha, por força da doutrina que você segue. Nenhuma hermenêutica me leva ao significado de espada como morte, em Rm 13, e nenhuma interpretação me autoriza a usar os demais trechos que você citou como evidência de que os cristãos (e muito menos, jamais, Cristo!) devem ser favoráveis à pena de morte. Por fim, leia o excelente artigo do Prof. De Direito da Teófilo Marcelo de Arêa Leão Júnior, professor de Direito na Faculdade de Direito de Marília (Fundação Eurípides Soares da Rocha), e você compreenderá que a representação da “força” usada pelo Estado não se restringe à pena capital: http://jus.uol.com.br/revista/texto/3117/sancao-e-coacao-a-organizacao-da-sancao-e-o-papel-do-estado
Um abraço,

Maya

P.S.: Me desculpe o tempo empreendido para responder, é que tive outras coisas para resolver, entre elas viagem, casa, estudo etc... :)

Maya Felix disse...

RESPOSTA AO COMENTÁRIO DE segunda-feira, 8 de novembro de 2010 21h42min00s BRST

Paula,

1)Exatamente: Jesus é a Palavra feita CARNE. A Palavra diz: o homem morrerá pelo seu pecado. Jesus foi moído pelas nossas transgressões, foi feito pecado e foi morto por isso. Por isso, a Bíblia no Velho Testamento aprova a pena de morte, que foi cumprida totalmente em Jesus. Após Jesus, a pena de morte não mais vale como justiça de Deus, pois essa justiça já foi feita. A pena de morte vale agora como justiça humana somente. Eu, que sou nascida de novo e entendo as coisas do Espírito, não posso ser a favor da pena de morte como justiça humana, pois a Justiça de Deus, que é maior, diz que ela é inválida. Do mesmo modo, não posso ser a favor do aborto, mesmo se ele for legal, pois a Justiça de Deus o condena. São duas esferas que nem sempre coincidem: a justiça humana é uma coisa, a justiça de Deus é outra.

2)Obviamente, Paula, refiro-me a tirar a vida humana. O Estado deve proteger a sociedade, afastando de seu convívio os criminosos. Se possível, deve promover a educação dessas pessoas. Se não for possível, que elas fiquem de fato longe da sociedade. Mas tirar a vida é bem diferente. Esse atributo é dado a Deus. Estado nenhum pode fazê-lo. Veja, no Irã matam mulheres por adultério. Se você for ler no Velho Testamento, eles estão certíssimos. Na avançada Europa, o Estado promove a prática do aborto, e eles se acham certíssimos. O ser humano não sabe, não pode nem tem autoridade para tirar a vida de outro, em nenhuma hipótese.

Maya

Anônimo disse...

Maya,

sobre a tal 'gradação', ela não foi demonstrada escriturísticamente, portanto, entendo que você está deslizando...

Suas linhas prescindem de regras de interpretação bíblica.

Também acho um equívoco da sua parte afirmar que hermenêutica nenhuma leva ao significado da palavras 'espada' como indicando 'morte'. Obeserve:

1 - Ao usar a palavra 'espada' no NT, os escritores usam-na com o fim de apontar qual sentido?

Respondo:

de acordo com as referências já citadas por diversas vezes por nós dois, 'espada' é sinônimo de MORTE.

O carcereiro de Felipos ao empunhar a espada ia suicidar-se; Tiago foi morto ao fio da espada; na GT muitos mártires morrerão [a palavra no texto q indica isso é 'espada']; o escritor aos Hebreus fala do escape do 'fio da espada' [ou seja, escape da morte, visto que passar pelo fio da espada implica morrer por ela, ou de outra maneira]... enfim...

Uma regra básica da hermenêutica orienta-nos a buscarmos o sentido ORDINÁRIO e USUAL. Não o nosso, mas o do autor e dos leitores...

A meu ver, os interlocutores de Paulo entendiam 'espada' como 'passar ao fio da espada'... literalmente.

Anônimo disse...

CONTINUANDO

2 - Se não nos resolvemos com a questão do sentido ORDINÁRIO e USUAL, procuremos pelo uso da palavra obscura no mesmo livro, na mesma carta ou epístola.

Em Romanos 8:35, Paulo fala de 'espada'. Qual o significado que dessa palavra nesse texto? Bom, depois de 'perseguição', 'perigo', etc., só nos resta a idéia da MORTE como sinônimo de 'espada'...

3 - Se você resiste à aceitação de que o sentido USUAL e COMUM de 'espada' é morte, ou você afirma que usso de 8:35 é diferente de 13:4, e com isso enxerga algum tipo de impasse, você deverá buscar o PARALELO DE PALAVRAS, coisa que tenho feito insistentemente para tentar te fazer enxergar o que Paulo está dizendo aos Romanos no cap. 13.

4 - Quanto ao TEOR GERAL das Escrituras? Faça um levantamento veterotestamentário da palavra 'espada' e verás que ela é, digamos, amiga inseparável da morte -rsrs.

No NT, nem se fala. O aparecimento da palavra 'espada' está, de maneira esmagadora, relacionado a 'morte'.

Quando Pedro desembanhou a espada e cortou a orelha de Malco, você acha que o golpe era pra vida ou para morte; ou Pedro pensou, calculou e disse pra si mesmo: "vou mirar na orelha dele e vou decepá-la".

"[...] todos que lançam mão da espada, à espada perecerão." Mt 26:52

Jesus disse isso a Pedro depois do golpe na orelha de Malco. E aí?

Sem buscar nenhum malabarismo interpretativo, pense comigo:

Ao dizer o que disse Jesus a Pedro, não temos um paralelo idêntico ao que Paulo está dizendo aos Romanos sobre a morte de assassinos perversos pela mão do Estado?

Irmã, observe que há um exercício hermenêutico da minha parte dentro do qual quem fala são os textos bíblicos. Uma referência elucida outra; é a Bíblia explicando a própria Bíblia; um verso lançando luz a outro; assim como faz um escritor com o outro [Mateus, escritor aos Hebreus, João com o Ap, Paulo...]

Se tudo isso não esclarece as coisas, nunca as enxergaremos esclarecidas e, o melhor, é silenciarmo-nos.

Bom, uma coisa é fato: até agora, você não apontou princípios hermenêuticos para calçarem suas afirmações. Pra você há uma dificuldade em aceitar que 'espada' em Rm 13:4 indica pena capital; no entanto, você não articula-se biblicamente pra provar que o que diz lá não tem haver com pena de morte. Onde está o sentido ordinário, o uso da palavra na mesma carta, o paralelo de palavras, etc., que lhe dão base?

Entre a sua não hermenêutica e a minha, prefiro a minha.

Diante disso tudo, o que pode, talvez, gerar algum espanto, é eu afirmar, mesmo entendendo que há base bíblica pra pena de morte, que não sou a favor dela... e não sou mesmo... jamais votaria favorável a ela em um plebiscito...

Obs. 1: isso que acabo de dizer acima, contradiz sua afirmação de que minha hermenêutica tem haver com a doutrina que eu sigo.

Obs. 2: anteriormente, eu disse que admito a palavra 'espada' como símbolo de jurisdição criminal, mas que inclua também a possibilidade da pena capital. Até entendo mesmo, como já exposto, que o sentido primário é a pena de morte sim.

Vamos em frente.

Abraços!

Anônimo disse...

CONTINUANDO

2 - Se não nos resolvemos com a questão do sentido ORDINÁRIO e USUAL, procuremos pelo uso da palavra obscura no mesmo livro, na mesma carta ou epístola.

Em Romanos 8:35, Paulo fala de 'espada'. Qual o significado que dessa palavra nesse texto? Bom, depois de 'perseguição', 'perigo', etc., só nos resta a idéia da MORTE como sinônimo de 'espada'...

3 - Se você resiste à aceitação de que o sentido USUAL e COMUM de 'espada' é morte, ou você afirma que usso de 8:35 é diferente de 13:4, e com isso enxerga algum tipo de impasse, você deverá buscar o PARALELO DE PALAVRAS, coisa que tenho feito insistentemente para tentar te fazer enxergar o que Paulo está dizendo aos Romanos no cap. 13.

4 - Quanto ao TEOR GERAL das Escrituras? Faça um levantamento veterotestamentário da palavra 'espada' e verás que ela é, digamos, amiga inseparável da morte -rsrs.

No NT, nem se fala. O aparecimento da palavra 'espada' está, de maneira esmagadora, relacionado a 'morte'.

Quando Pedro desembanhou a espada e cortou a orelha de Malco, você acha que o golpe era pra vida ou para morte; ou Pedro pensou, calculou e disse pra si mesmo: "vou mirar na orelha dele e vou decepá-la".

"[...] todos que lançam mão da espada, à espada perecerão." Mt 26:52

Jesus disse isso a Pedro depois do golpe na orelha de Malco. E aí?

Sem buscar nenhum malabarismo interpretativo, pense comigo:

Ao dizer o que disse Jesus a Pedro, não temos um paralelo idêntico ao que Paulo está dizendo aos Romanos sobre a morte de assassinos perversos pela mão do Estado?

Irmã, observe que há um exercício hermenêutico da minha parte dentro do qual quem fala são os textos bíblicos. Uma referência elucida outra; é a Bíblia explicando a própria Bíblia; um verso lançando luz a outro; assim como faz um escritor com o outro [Mateus, escritor aos Hebreus, João com o Ap, Paulo...]

Se tudo isso não esclarece as coisas, nunca as enxergaremos esclarecidas e, o melhor, é silenciarmo-nos.

Bom, uma coisa é fato: até agora, você não apontou princípios hermenêuticos para calçarem suas afirmações. Pra você há uma dificuldade em aceitar que 'espada' em Rm 13:4 indica pena capital; no entanto, você não articula-se biblicamente pra provar que o que diz lá não tem haver com pena de morte. Onde está o sentido ordinário, o uso da palavra na mesma carta, o paralelo de palavras, etc., que lhe dão base?

Entre a sua não hermenêutica e a minha, prefiro a minha.

Diante disso tudo, o que pode, talvez, gerar algum espanto, é eu afirmar, mesmo entendendo que há base bíblica pra pena de morte, que não sou a favor dela... e não sou mesmo... jamais votaria favorável a ela em um plebiscito...

Obs. 1: isso que acabo de dizer acima, contradiz sua afirmação de que minha hermenêutica tem haver com a doutrina que eu sigo.

Obs. 2: anteriormente, eu disse que admito a palavra 'espada' como símbolo de jurisdição criminal, mas que inclua também a possibilidade da pena capital. Até entendo mesmo, como já exposto, que o sentido primário é a pena de morte sim.

Vamos em frente.

Abraços!

Paula disse...

Maya,

Realmente não acho q vc tenha entendido o q postei. Em nenhum momento argumentei pelo direito do Estado aplicar a pena de morte, mas creio ter deixado comprovado, com meus argumentos:
a) Q a pena de morte é bíblica;
b) Q não há como algo ser bíblico e anticristão, ou ser cristão e antibíblico, ao mesmo tempo;
c) Q o fato de Jesus ter aceitado morrer a morte à qual eu estava condenada não tornou obsoleta a pena, visto q ainda hoje ou Ele morre pelo pecado de alguém, ou este alguém será condenado à morte por seu próprio pecado.
E tudo o q vc argumentou em contrário foi q, sendo vc cristã, então vc SABE q apena de morte é anticristã. Q o dever de perdoar e individual, não do Estado, mas o Estado só pode punir com punições q vc aprova. Então tá.

Júlio Lins disse...

Eu acho que a pena de morte deve ser aplicada em alguns casos extremos, pois protegeria a sociedade e evitaria a prática de crimes violentos. Veja só: imagine se a pena para o estupro fosse reduzida para apenas 1 ano de prisão. Com certeza, o número de estupros seria bem maior que aquele se a pena fosse perpétua ou 30 anos. Eu acho que a sociedade deve ter ordem e disciplina, e isso se alcança por meio de leis rígidas. Não ficaria feliz com a pena de morte, mas acho que seria um mal necessário. Em Cingapura, todo ano, dezenas de pessoas morrem de pena de morte e este é um país bastante seguro e ordeiro.

Tem um texto em inglês que fala sobre a pena de morte http://www.gotquestions.org/death-penalty.html

Mas também temos que considerar o seguinte: se todos os crimes fossem punidos de acordo com o escrito no evangelho, então não haveria pena para crime nenhum, pois o Evangelho sempre oferece o perdão pelos pecados. A função/objetivo do Evangelho não é punir.

Bem, não sou um entendido no assunto, acho que é mais uma opinião de cada um do que o que está escrito na Bíblia, por causa do escrito no parágrafo anterior.

Maya Felix disse...

RESPOSTA AO COMENTÁRIO DE PAULA, DE quarta-feira, 10 de novembro de 2010 22h36min00s BRST

Paula,

Se você defende a pena de morte, obviamente defende que alguém seja o carrasco, e esse alguém é o “Estado”. Ou você espera que os condenados morram como? Paula, não comer camarão é bíblico, está no Velho Testamento. Entretanto, a proibição de comer camarão não é cristã, pois nós, cristãos, acreditamos no que Jesus disse, que o que contamina é o que sai da boca, não o que entra por ela. Entendeu como algo pode ser bíblico e não ser cristão? Assim é a pena de morte. Era aplicada no Velho Testamento, pela Lei. Jesus cumpriu essa Lei em si mesmo; portanto, disse que nós, a partir dele, amássemos o nosso inimigo, perdoássemos e orássemos por ele, em vez requerer a reparação do “olho por olho, dente por dente”. Exatamente: Jesus assumiu a pena de morte em nosso favor. Em favor de TODOS, não só dos cristãos. Isso significa que um condenado, até o último minuto de sua vida, tem essa possibilidade, de aceitar Jesus, de se arrepender.

CONTINUA...

Maya Felix disse...

CONTINUAÇÃO DA RESPOSTA AO COMENTÁRIO DE PAULA, DE quarta-feira, 10 de novembro de 2010 22h36min00s BRST

(...) E quem determina quando será esse último minuto é Deus, não nós. Deus até permite que alguém mate, pois deu a cada um de nós o livre arbítrio. Caim matou Abel. Foi da vontade de Deus, isso? Essa é a chamada “vontade permissiva” de Deus, mas não é a “vontade diretiva”. Do contrário, você estaria afirmando que tudo o que acontece, já que Deus é onisciente e onipresente, é da vontade dele, e eu tenho certeza de que não é assim. E quem tem o direito de tirar qualquer vida é Deus, e não nós. Paula, Lei cumprida é Lei revogada porque quando Jesus pagou com sua morte o pecado que é de todos nós, ele revogou essa Lei para nós, entendeu? Ele CUMPRIU a Lei, e PARA NÓS – não para ele – ela foi REVOGADA. Nossa pena foi cancelada porque a Lei que pesava sobre nós foi cumprida por Jesus e revogada. Mas para Jesus a Lei não foi revogada, porque ele a CUMPRIU. No mais, já argumentei suficientemente. De fato, a Justiça humana, travestida de Estado ou de qualquer coisa, é trapo de imundícia e não pode tirar a vida de um ser humano. Ninguém pode fazer isso.

Maya

Marcos disse...

Maya, gosto muito do seu blog e acompanho a um tempo. Saiba que li tudo com bastante atenção. Bom, desculpe-me, mas o Júlio Severo deu um banho de argumentação lógica e com respaldo bíblico. Acho que ele está, indubitavelmente, mais certo que vc.

Jair Carlos disse...

Então, minha gente, fica assim: o Estado pode "martar", ops, "corrigir" quem o juiz(?) decidir, pois tem o respado da Palavra de Deus. Não é isso que o Zwinglio está defendendo?! E, agora, só queria saber uma coisinha: onde fica o mandamento passado por Nosso Senhor Jesus Cristo? Afinal, não é melhor demonstrar misericórdia, ou Deus ainda aprecia o sacrificio ao invés de misericórdia??

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