Não resisti. Posto aqui o finalzinho do ensaio de Roberto Pompeu de toledo da revista Veja desta semana (ed. 2019 - ano 40- n. 30, 1º/08/2007, p. 142). O título é "Instituições em frangalhos"...
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'Toda vez que o avião fecha a porta, entrego minha sorte a Deus', disse o presidente Lula, na cerimônia de posse do ministro Jobim. O discurso foi dos mais desastrados, na longa série de discursos desastrados já proferidos pelo mesmo orador. Houve até gracinhas, num momento que aconselharia sobriedade. Reveladora como um ato falho foi a afirmação da entrega da sorte a Deus quando viaja de avião. O bom funcionamento dos motores, as perfeitas condições dos aeroportos, a habilidade dos controladores de vôo -- em nada disso o presidente confia. Ou seja: não confia em nada daquilo que cabe a seu governo controlar e fiscalizar.
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'Toda vez que o avião fecha a porta, entrego minha sorte a Deus', disse o presidente Lula, na cerimônia de posse do ministro Jobim. O discurso foi dos mais desastrados, na longa série de discursos desastrados já proferidos pelo mesmo orador. Houve até gracinhas, num momento que aconselharia sobriedade. Reveladora como um ato falho foi a afirmação da entrega da sorte a Deus quando viaja de avião. O bom funcionamento dos motores, as perfeitas condições dos aeroportos, a habilidade dos controladores de vôo -- em nada disso o presidente confia. Ou seja: não confia em nada daquilo que cabe a seu governo controlar e fiscalizar.
No desdobramento do raciocínio, Lula disse que ao viajar de avião está 'na mão de um comandante, que é um ser humano', e ao sabor 'das intempéries, que nem sempre o ser humano consegue controlar'. Esse tal de 'ser humano' é uma das obsessões do presidente. Freqüenta-lhe so discursos com a mesma assiduidade que as imagens do futebol, as autolouvações do 'nunca antes neste país' e as histórias do passado de retirante. Poucos dias antes, ele descrevera as vaias recebidas no Maracanã como 'reação do ser humano'. O 'ser humano é invocado para justificar erros, fraquezas e limitações da espécie. No caso do discurso da semana passada, não será talvez demais imaginar que o avião que o presidente tinha em mente era o avião Brasil e que o comandante, tão sujeito a falhas que o melhor é confiar em Deus, não seria senão ele próprio."
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